Amazon Prime Video - Chefes de Estado (Heads of State)

7/03/2025 12:45:00 AM |

Acho que os próximos presidentes dos EUA precisarão efetivamente ser lutadores e terem práticas de defesa militar, afinal já é o segundo longa com a mesma temática em pouco tempo colocando eles para defenderem os demais membros de outros países, mas isso na vida real acho bem difícil de acontecer. Porém o mais bacana foi não querer uma trama tão realista, e colocar piadas dentro do contexto de duas potências, de modo que o lançamento da Amazon Prime Video, "Chefes de Estado", consegue brincar com facetas, com trocadilhos e claro com muita ação quando de um lado temos um presidente ex-astro de filmes de ação e do outro um primeiro ministro que trocou a farda pela política, sendo dinâmico e que consegue prender atenção na tela. Claro que passa longe de ser uma obra de arte, mas facilmente veríamos ele passando numa sessão tranquila de domingo a tarde em casa, e assim sendo fica a dica para um bom passatempo divertido, que aparentemente haverá continuações.

Na comédia de ação vemos que o primeiro-ministro do Reino Unido, Sam Clarke, e o presidente dos EUA, Will Derringer, têm uma rivalidade pública que coloca em risco o “relacionamento especial” de seus países. Mas quando eles se tornam alvos de um adversário estrangeiro poderoso e implacável, que se mostra à altura das forças de segurança dos dois líderes, eles são forçados, a contragosto, a contar com as duas únicas pessoas em quem podem confiar: um no outro. Aliados à agente do MI6 Noel Bisset, eles precisam fugir e encontrar uma maneira de trabalhar juntos por tempo suficiente para impedir uma conspiração global que ameaça todo o mundo.

É engraçado ver um diretor russo fazendo piadas com seu próprio país já que faz mais filmes americanos, mas Ilya Naishuller, que fez muita fama com o longa "Anônimo" (que sempre falam que irão fazer uma continuação, mas nunca sai do papel), soube trabalhar bem toda essa essência com dinâmicas de ação, e até alguns motes bem introduzidos para que o filme não ficasse tão preso, fora que lhe foi entregue um orçamento bem generoso para que tivessem planos bem amplos, cenas de explosões aos montes, e toda a correria tradicional do estilo, aonde o resultado até pode não ser uma história daquelas que ficamos impactados, mas mesmo tendo alguns elos um pouco apelativos, o resultado agrada e diverte dentro do contexto esperado.

Quanto das atuações, John Cena praticamente fez com que seu Will Derringer fosse ele mesmo virando presidente, de modo que o ator brincou com as facetas de que atores de ação não fazem quase nada e sim seus dublês, trabalhou a sacada de músculos de foto, e usando bem as dinâmicas de atuação mesmo para que seu papel fosse chamativo acabou sendo engraçado ver suas brigas e rixas com seu parceiro de cena. Foi até interessante ver um ator que não tem um porte cômico inserido na produção, pois Idris Elba faz muitas tramas de ação, tem personalidade, e seu Sam Clarke pedia bem essa imposição, ao ponto que vai se soltando durante toda a trama, e mais próximo ao fim já está pronto para se jogar, o que acaba sendo divertido de ver. Não sou o maior fã do estilo expressivo de Priyanka Chopra Jonas, porém aqui sua Noel Bisset briga bastante, tem muitas cenas de luta imponentes, e acaba se jogando fundo no mundo dos trocadilhos do roteiro, ao ponto que convence com o que precisava fazer na tela. Até é compreensível a motivação do vilão Gradov vivido por Paddy Considine, porém ficou exagerado num nível tão gigantesco, que suas expressões pareciam de um Rambo sem falas apenas atirando e colocando seus comparsas para brigar e caçar os chefes de estado, mas dava para ter trabalhado uns diálogos melhores para ele. Quanto aos demais, vale um leve destaque para as sacadas que Jack Quaid para seu agente Marty Comer, ao ponto que soou meio louco demais no mesmo estilo do outro personagem que fez nesse ano, mas aqui ao menos não precisou ser tão ingênuo.

Visualmente a trama é uma produção grandiosa que a equipe de arte pode brincar demais na tela, tendo cenas explosivas em tudo quanto é lugar, desde cenas numa festa italiana com um ataque bem orquestrado de armas de grande porte, depois no parlamento inglês com entrevistas chamativas, indo para o avião presidencial com detalhes das salas de inteligência sendo explodido, mesmo lutando bravamente com muitas de suas armas, algumas cenas na floresta com brigas de colonos malucos da Bielorrússia, muitas dinâmicas marcantes num apartamento secreto cheio de recursos, trens, e até salas escondidas em prédios com tecnologias de transparência, além de uma perseguição imponente nas ruas de Londres, ou seja, tudo cheio de elementos cênicos bem colocados para representar tudo na tela, e que funcionaram dentro do propósito explosivo da trama.

Outro ponto bem chamativo da produção ficou a cargo de uma trilha sonora com muitos clássicos e bandas de todos os estilos, conseguindo imprimir um ritmo bem interessante na tela, de modo que tudo parece saltar dentro da ideia completa, ou seja, o compositor Steven Price fez boas trilhas orquestradas para acompanhar tudo, mas a cada nova dinâmica entrava uma nova música imponente na tela.

Enfim, é um filme divertido e bem trabalhado, que passa bem longe de ser algo que vamos falar muito e lembrar daqui um tempo, mas que deve gerar ao menos uma continuação, e o resultado ao menos funciona sem ficar bobo demais, valendo como um bom passatempo. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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