AppleTV+ - Spirited: Um Conto de Natal (Spirited)

11/29/2022 12:26:00 AM |

Quem conhece um pouquinho o Coelho sabe que morro de medo de dar play em comédias, pois para um filme do estilo me entreter e fazer rir é algo bem difícil, falar então de filmes natalinos é quase algo que pulo longas distâncias para não dar play, mas também sabem que morro de amores por musicais, então claro que hoje resolvi dar o play em "Spirited: Um Conto de Natal" da AppleTV+, que é uma adaptação musical diferenciada do clássico de Charles Dickens, com uma pegada meio que invertida do conto, e que quando vi lá pela metade do longa já estava dançando e cantando as canções junto, pois ficou realmente incrível, com um ar cômico bem sacado, com canções de nível perfeito no estilo de "O Rei do Show", e com atuações tão bem encaixadas na história que mesmo sabendo aonde tudo vai levar, acabamos entrando no clima inteiramente do começo ao fim. Ou seja, pode ser até bobo, ter o famoso ar de clima natalino que temos de ser bons e ajudar o próximo, conter piadas meio idiotas, mas a sacada de todo o passado, presente e futuro ser uma produção com roteiro, direção, efeitos especiais e equipe de espíritos, tendo todo um preparo para convencer o "vilão" do ano a mudar de vida é algo simplesmente genial e que vou lembrar por muito tempo, e claro recomendar para todos.

A sinopse nos conta que em todos as vésperas do Natal, o Fantasma do Natal Presente escolhe uma alma que julga perdida para receber três espíritos do Natal para que mude a vida da pessoa. Mas, nesse ano, escolheu a pessoa errada. Quem é o infortunado escolhido é Clint, que acaba recebendo os três espíritos apenas para que ele mesmo sirva de conselheiro para o próprio Fantasma do Natal Presente que revisita seu passado, presente e futuro.

Confesso que fiquei com muito medo de tudo, afinal o diretor e roteirista Sean Anders é responsável pelos últimos filmes do Will Ferrell, que sabemos que é besteirol de nível máximo, mas aqui mesmo colocando dois humoristas que gostam de tirar onda fazendo piada de tudo, acabou achando um meio termo bem coerente com a proposta, criou um roteiro incrível como já disse acima aonde temos um tipo de agência de produção de sonhos assombrados para perseguir os infortunados, e com isso vemos praticamente cinema dentro do cinema, com muita desenvoltura musical também jogando ares de Broadway na trama, e o resultado tanto para o conteúdo quanto visual da história funciona demais, sendo daquelas tramas que você acaba dançando com os personagens e encaixa o pensamento de tudo com muita dinâmica e proposição, ou seja, é um filme que muitos podem não gostar por não curtir musicais, mas quem gosta acabará entrando de cabeça em tudo.

Sobre as atuações, já tinha dito que gostei muito de Will Ferrell indo por rumos mais dramáticos com uma leve comicidade do que os tradicionais besteiróis que comumente faz lá em "Festival Eurovision da Canção - A Saga de Sigrit e Lars", e aqui ele voltou a trabalhar esse estilo, só que com mais sacadas, brincando muito com todo o ambiente e com os demais personagens, e sendo até um pouco introspectivo com seu Fantasma do Presente/Roberto, e isso se deu por a química dele com o outro protagonista ser muito bem sacada e encaixada, ou seja, se doou e agradou demais em tudo. Da mesma forma Ryan Reynolds se divertiu demais com tudo o que fez com seu Clint, de modo que as nuances mais pegadas foram bem desenvolvidas, trabalhou um certo ar maldoso, mas sem soar um vilão imponente, e com isso acabamos nos conectando demais em tudo o que entrega em cena, além de que junto com Ferrell fizeram ótimos duetos bem encaixados, dançaram e sapatearam com muita classe, ou seja, foram uma dupla muito bem encaixada. Ainda tivemos muitos atos bem trabalhados e até bem cantados por Octavia Spencer com sua Kimberly bem fechada, mas com nuances marcantes, e também com Patrick Page desenvolvendo seu Jakob bem marcando como um diretor da empresa de assombrações bem colocado, mas sem dúvida o destaque mesmo dos personagens secundários ficaram para Sunita Mani como a Fantasma do Passado e Loren G. Woods como o corpo e Tracy Morgan como a voz do Fantasma do Futuro ou Que Virá como chamaram, que foram muito engraçados em suas tiradas e estilos, dando um ar bem descontraído e muito funcional, mas tivemos muitas outras boas participações e assim o filme teve uma grande fluidez.

Visualmente o longa é bem rico em detalhes, entregando realmente como se fossem uma fábrica/produtora de sonhos/assombrações bem detalhada, com pesquisas, estagiários, novos espíritos que ainda não sabem o que fazer, muitos dançarinos, figurinos incríveis e muita cenografia para dar ambientação para os momentos do passado, do presente e do que acontecerá no futuro, com sacadas bem trabalhadas, muitos atos de palco e apresentação aonde quer que fosse, entregando até um momento de conexão com a trama clássica de Dickens num momento mais de época, e claro atos com neve, Natal e tudo mais, ou seja, a equipe de arte trabalhou muito para que o filme tivesse uma desenvoltura em vários atos, e sem precisar quebrar nada em capítulos funcionou demais, e tendo uma fotografia lindíssima em muitos momentos, com destaque para o ato das lanternas.

Como é um musical, a trama foi muito bem desenvolvida com canções próprias que fazem as vezes de vários diálogos, sendo até engraçado sabermos os momentos que entram as canções pelo apito, que até os protagonistas acabam zoando da necessidade de entrar uma canção, então só ouça após ver o filme, senão muita coisa vai acabar sendo spoiler, mas deixo aqui o link para quem quiser viciar nas ótimas músicas.

Enfim, sou suspeito para falar que adorei o filme, pois volto a frisar que sou um dos poucos críticos que adora filmes musicais, então se você não for fã do estilo é melhor ficar meio longe dele, mas do contrário entre de cabeça nas músicas, dance junto com os personagens, e claro fique com todas as canções na cabeça, pois são viciantes, então fica a recomendação para quem quiser entrar no clima natalino de uma maneira bem bacana. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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