Netflix - Enola Holmes 2

11/05/2022 05:40:00 PM |

São bem poucos os filmes que geram continuações e conseguem manter a mesma boa essência e desenvoltura do original, pois acabam caindo em exageros e se perdem facilmente com a entrega, mas quando usam as coisas boas do primeiro e ainda brincam com tudo o que conhecemos, o resultado acaba gigante. Claro que fui conferir o longa da Netflix, "Enola Holmes 2", com expectativas grandes demais, e assim demorei um pouco para entrar no clima da produção esperando algo mais acelerado como foi o primeiro, mas nesse a investigação foi mais densa, com coisas menos explosivas, e claro, dando novas nuances para os personagens principais serem melhores trabalhados (o que é muito bom), e assim sendo quando tudo começa a se explodir (literalmente após a fuga da protagonista da prisão), o filme se desenrola bastante e acaba agradando demais com muitas cenas envolventes, as soluções do caso, e claro o aparecimento no final de vários personagens famosos que conhecemos. Ou seja, é um tremendo filmaço que fez jus de querermos ver, afinal o primeiro foi ótimo e esse foi tão bom quanto, e assim sendo acredito que vão fazer pelo menos mais um dos seis livros, afinal dois já foram!

A sinopse nos conta que depois dos eventos do primeiro filme, aqui acompanhamos Enola em um caso "de verdade!". Agora uma detetive de aluguel igual ao seu irmão, Sherlock, a detetive assume seu primeiro caso oficial. Enola é requisitada para achar uma garota desaparecida, mas à medida que sua investigação continua, ela descobre que há muito mais em jogo do que apenas um desaparecimento. As faíscas de uma perigosa conspiração acendem um mistério que requer a ajuda de amigos – incluindo a do seu irmão – para desvendar.

Diria que o diretor Harry Bradbeer voltou muito sagaz para a continuação, pois seu primeiro filme depois de muitas séries foi genial, então todos esperavam muito do que ele conseguiria fazer num segundo filme, e foi fácil, ele pegou tudo o que deu muito certo no primeiro longa, conseguiu adaptar bem a nova trama do segundo livro, e deu mais foco aos personagens principais, que por incrível que pareça, nos engana fácil afinal temos uma tonelada de personagens passantes em segundo plano, sempre querendo aparecer demais, e não notamos nas sublinhas, como deve acontecer em um filme de investigações. Ou seja, se no primeiro filme ele precisou de muitas apresentações, aqui elas já estavam ditas e colocadas, então apenas brincou com o mesmo estilo de recorte rápido, várias interações e conversas da protagonista quebrando a quarta parede com o público, e desenvolver uma trama mais ampla com uma pitada de realismo (afinal o longa tem a base de uma história real da primeira revolução industrial feminina), e assim conseguiu algo raro, mas que agrada demais, da segunda história ser tão boa quanto a primeira, e atiçar ainda mais o público para continuações (algo que a dona Netflix nem gosta de fazer, e já deve estar com o cheque até assinado na porta da casa dele!).

Sobre as atuações, posso dizer fácil que Millie Bobby Brown está virando um monstro da Netflix, afinal já dominou por completo os fãs de "Stranger Things", e cada dia mais nos apaixonamos por sua Enola, pois é graciosa mesmo não querendo ser, tem estilo, mas também tem força, e sabe farejar bem os fatos como todo fã de filmes investigativos gosta, ao ponto que a atriz se entrega por completo nas desenvolturas, faz olhares certeiros para cada momento, e brinca demais com todas as nuances que a personagem precisa, de forma que tudo acaba virando acerto em cena, e isso é algo que poucas atrizes dominam, ou seja, logo logo vai ficar caríssima para qualquer produção, e quem quiser vai valer a pena pagar. Se no primeiro filme Henry Cavill foi apenas o nome por trás de Sherlock, sem grandes aparições, aqui ele já botou tudo pra jogo e fez o clássico personagem funcionar demais, com grandes olhares enigmáticos, muita sagacidade nas investigações, e encaixando tudo muito bem sem apagar o protagonismo de Millie, funcionando exatamente como o papel deve ser na saga, e nisso o ator deu show. David Thewlis fez atos bem fortes e marcantes com seu Grail, cheio de estilo e com ares duros, mas que poderia ter trabalhado desde o começo algo mais imponente, e não deixado apenas para as cenas finais. Ainda tivemos bons momentos com a volta de Louis Partridge com seu Tewkesbury cheio de nuances finas e já virando o par romântico completo da protagonista, com cenas bem divertidas e bem colocadas, também voltou para atos mais rápidos Helena Bonham Carter como a mãe da protagonista e Susan Wokoma como Edith, a treinadora de lutas, e até mesmo Adeel Akhtar voltou bem com seu Lestrade, mas ainda sem grandes explosões, ou seja, tivemos muitos personagens secundários na trama, alguns aparecendo mais, outros menos, valendo então destacar Hannah Dodd com sua personagem dupla Sarah/Cicely e Sharon Duncan-Brewster com sua Mira, que provavelmente voltará para outros filmes, então é aguardar o que virá.

Novamente com um conceito artístico belíssimo a equipe de arte conseguiu brilhar, entregando muito do processo fabril cheio de mulheres fazendo os famosos palitos de fósforo, tivemos vários ambientes cheios de pistas e símbolos para brincarem bem desde um teatro até a "casa" da garotinha, e claro vemos apaixonados assim como Lestrade, tudo o que tem na casa do famoso investigador, aonde vemos seu cachimbo, seu violino, todas as amarrações de investigações, e muito mais, ainda tivemos um presídio mostrado bem rapidamente para uma cena de perseguição em carruagens, e claro um belíssimo baile de gala com todo o requinte e normas de etiquetas presentes para serem representativos dentro da investigação completa da trama. Ou seja, é certamente um bom nome para brigar nas premiações pelo design de época e que faz os olhos brilharem ao acompanhar cada detalhe.

Enfim, é um tremendo filmaço, cheio de interações e desenvolvimentos, que agrada bastante do começo ao fim, com personagens bem imponentes e muita atitude dos protagonistas, boas cenas, uma investigação na medida certa e uma edição perfeita para funcionar e fazer o público desejar mais. Disse que o longa supre até mesmo o primeiro filme, pois gostei muito do final e da cena no meio dos créditos (não desligue a TV, pois ela é muito boa e importante!), mas como o ritmo inicial demora um pouco para engrenar e assisti ele com expectativas demais, daria um 9,5 para ele, o que não supre a nota do primeiro filme, e como não tenho notas quebradas, esse sera um 9 mesmo, mas altamente indicado para todos, e vamos esperar o que virá pela frente, pois acredito com toda convicção que a Netflix fará os 6 livros. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...