Netflix - Eu Sou Todas As Meninas (I Am All Girls)

5/16/2021 10:17:00 PM |

Confesso que depois de dois filmes bem ruins de Nollywood parei de conferir os filmes do país, e sim, coloquei um tremendo preconceito como barreira generalizando um a título de todos, mas após tantos elogios e algum convencimento de amigos que confio, resolvi dar o play no filme sul-africano da Netflix, "Eu Sou Todas As Meninas", e olha com uma pegada bem intensa, mortes bem violentas de forma vingativa, e uma investigação muito bem incorporada na trama, o longa que conta com uma produção grandiosa acabou chamando muita atenção e se faz valer nas quase duas horas de exibição, mantendo a tensão no nível máximo e uma interação bem precisa que faz com que o público torça pela protagonista e claro para que a assassina se vingue ao máximo de todos os que passaram pelo seu caminho. Só colocaria um adendo para que o filme ficasse perfeito, que nós descobríssemos a assassina junto com a policial, não muito antes como acaba ocorrendo, pois aí o filme ficaria ainda mais intenso, e certamente surpreenderia muito nos momentos finais, mas isso não é nada que atrapalhe, e o resultado geral acaba sendo bem interessante para todos que gostam do gênero, mostrando que posso talvez voltar a dar play em alguns longas do país que aparecem na plataforma de streaming.

A sinopse é bem simples e nos mostra que baseada em fatos reais, uma investigadora de crimes especiais forma um vínculo improvável com uma assassina em série para derrubar um sindicato global de tráfico sexual infantil.

É até engraçado ver o estilo do diretor Donovan Marsh, pois ele não quis segurar a tensão e ocultar tudo até o fim, de modo que tudo acaba ocorrendo bem antes do que o previsto, mas aparentemente essa era a intenção do diretor, e o resultado como ele acaba propondo é bem funcional, tem estilo, e entretém de certa forma, causando muita instigação por parte da equipe, mas com o público já sabendo todas as peças vai apenas olhando ao redor torcendo para não se descobrirem, ou melhor, tudo ocorrer dentro do planejado. Ou seja, o diretor brincou com o gênero, entregando uma pegada firme de filmes de assassinatos e vinganças clássicos americanos, e o resultado é um bom longa do gênero, com força visual e de história, que sendo baseado em fatos que aconteceram mostram que ainda temos muito o que ficar de olho no famoso tráfico de crianças e jovens, pois o mundo certamente ainda é muito ruim.

Sobre as atuações, Erica Wessels caiu bem no papel de Jodie, trabalhando uma policial imponente, de atitude, e que não leva desaforo para casa, conseguindo ser dinâmica e com bons trejeitos para cada um dos momentos, fazendo com que a desenvoltura de sua personagem fosse marcante, e isso é muito válido em um filme desse estilo. Da mesma forma Hlubi Mboya trouxe para sua Ntombi uma precisão única de estilo, sendo marcante em sua luta e imponente no estilo encontrado para suas vinganças, e o melhor é que seu nome completo é o que dá o título, afinal em zulu Ntombizonke significa "todas as garotas", ou seja se realmente a garota original que vivenciou tudo isso teve esse nome mesmo foi algo muito importante, e o acerto caiu como uma luva. Quanto dos homens policiais, assim como ocorre em diversos filmes do estilo, sempre desdenham das moças e tentam afastar elas dos processos, mas temos de sempre pontuar que toda mulher tem um sentido a mais, e assim sendo Mothusi Magano com seu Capitão George e Brendon Daniels com seu Investigador Arendse fizeram vários trejeitos de superioridade, envolveram-se em todos os rolos, mas sempre atrás das garotas falharam com suas ideias, e claro exagerando em olhares fortes que não vão muito além. Quanto dos "vilões" da trama, tivemos momentos bem intensos com Deon Lotz fazendo o ministro FJ Nolte que fazia as negociações de garotas com os sheiks em troca de petróleo, e claro também usava e abusava de algumas, e o ator embora não tenha muitas falas, fez bons trejeitos marcantes, e J.P. du Plessis trabalhou bem o militar Gert de Jager que levava as garotas para o ministro, e ficou marcado pelo seu depoimento na época do Apartheid. 

Visualmente o longa é bem intenso de situações, com a protagonista sempre chegando nos locais dos crimes meio que depois de tudo, e vendo claro todas as mortes bem marcantes, com as iniciais das garotas desaparecidas marcadas no peito, tendo ambientes sujos e impactantes, e claro as diversas gravações dos pedófilos escondidas sendo descobertas, ou seja, a equipe de arte soube conduzir bem os ambientes, encontrar lugares marcantes e fortes como o tráfico por containers, uma mansão/rancho com pista de pouso para os sheiks e claro um puteiro bem característico do país, ou seja, tudo bem funcional e com tons fortes para representar bem cada momento.

Enfim, é um tremendo filmaço do gênero que agrada com estilo, e que tendo boas conexões consegue prender o público do começo ao fim, mas que volto a falar que poderia ter demorado um pouco mais para descobrirmos quem era a assassina, que aí sim seria perfeito e mais incrível ainda. Vale muito por ser uma história real muito bem trabalhada e desenvolvida, então quem gosta do estilo pode dar o play tranquilamente que mesmo com leves defeitos do estilo acaba agradando a todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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