Amazon Prime Video - Souvenir

5/12/2021 01:14:00 AM |

Disse isso aqui não lembro em qual filme que foi, mas o México sabe fazer bem comédias dramáticas, mas quando ataca só com dramas puros o resultado costuma enrolar demais para algo que já sabemos desde as primeiras cenas, e ainda por cima acabam colocando um ritmo lento demais para empolgar até chegarmos no final que já havíamos falado e soltamos o famoso: "falei que era isso!". E no longa "Souvenir" que estreou nessa semana na Amazon Prime Video tivemos exatamente isso, um drama enrolado sobre barriga de aluguel que felizmente tem o formato de filme realmente não recaindo para uma dramaticidade novelesca que é algo casual também no país, porém logo de cara já sacamos o que vai acontecer só esperando o momento exato de conferir que estava certo no pensamento, e que para isso rolar realmente foram necessários 107 minutos, ou seja, quase uma eternidade de enrolações, problemas e tudo mais, que daria para ser facilmente resumido para uns 80-90 minutos, ou seja, encheram linguiça como costumamos dizer, porém não ficou algo ruim de ver, pois a dramaticidade foi bem trabalhada ao menos, e o fechamento interessante e certeiro. 

O longa acompanha Isabel, uma jovem desesperada e solitária que aluga seu útero para engravidar de um casal de estranhos. Entretanto, um acidente acontece e ela precisa tomar medidas extremas para cumprir sua parte do acordo.

Mas é fácil entender a enrolação do diretor Armond Cohen para com seu longa, pois geralmente no primeiro filme ficamos com muita dó de cortar partes que julgamos importantes, e acabamos deixando algo que filmamos na montagem final mesmo sem precisar delas para o entendimento, e aqui temos várias cenas dessa maneira, que não são ruins, mas não precisavam acontecer como as diversas consultas com o médico, alguns atos no serviço da jovem, e até mesmo a conversa na casa da família da esposa não era algo tão importante que fizesse a diferença no longa, mas ele acabou deixando tudo o que estava no roteiro para incrementar, e entregou muito rapidamente nas cenas iniciais com o desespero no olhar da protagonista tudo o que aconteceria nas cenas seguintes, principalmente na consulta com o médico quando ele fala do tamanho do bebê, ou seja, as dicas são ditas logo de cara, mas quem não pegar, irá ficar até mais surpreso com o final, mas acho difícil alguém não pegar. Claro que a sacada final foi muito bem feita para dar a conexão com tudo, e assim sendo o diretor acabou se redimindo com uma boa finalização, porém no seu próximo longa quem sabe com um pouco mais de cortes agradará mais. 

Sobre as atuações, a jovem Paulina Gaitan até deu um bom tom para sua personagem, conseguiu trabalhar as dinâmicas que o papel de sua Isabel exigia, e entregou demais alguns momentos no começo, ficando com o miolo um pouco apática demais, e era onde sua personagem precisa aparecer e se impor mais, mas não aconteceu, e assim quase acaba sendo engolida pela outra personagem, o que é algo bom de acontecer, mas não foi de todo ruim. E falando na outra personagem, Yuriria del Valle colocou sua Sara como alguém desesperado demais para tudo, ao ponto que em sua última tentativa para ter um filho a mulher estava disposta a tudo, tinha ciúmes de tudo e todos, e queria que a jovem fosse uma amiga sua o que não é o comum de acontecer, e com trejeitos fortes demais a personalidade acabou prevalecendo demais, e por pouco não roubou o protagonismo de Paulina. Marco Pérez deu um tom comum e direto para seu Bruno, ao ponto que não incorporou nem muitas características de escritores, nem um ar mais vivo de um professor, ficando bem no meio do caminho de tudo, e soando até estranho demais alguns trejeitos que deu para o personagem, mas nos atos mais trabalhados ao menos não desapontou. Agora quanto aos demais todos foram encaixes, alguns aparecendo um pouco mais como Flavio Medina com seu Joaquin, outros menos, não tendo ninguém que tivesse um grande destaque para a trama.

Visualmente o longa trabalhou com o apartamento do protagonista, bem bagunçado no melhor estilo de ambientes de escritores e juntando com o fato de estar separado a algum tempo sem ter arrumado nada ali, temos o pequeno quartinho da protagonista na casa dela também bagunçado e o na casa dos contratantes sendo simples e representativo, com lá sendo uma casa grande e de certa forma imponente, e alguns momentos num hospital e na central de televendas aonde a protagonista trabalha, mas sem nada muito chamativo para que o filme dependesse de uma cenografia, podendo funcionar em qualquer lugar comum.

Enfim, é um filme bem feito, sem muito chamariz, com um tema que pode até ser bem mais discutido como é o caso de barrigas de aluguéis por contratos, aonde se a pessoa que está carregando o bebê morrer no parto ela não recebe nada, isso ficou como algo bem marcante no contrato mostrado (não sei se rola dessa forma na vida real!), e que talvez com uns cortes a mais ficaria mais dinâmico e direto, pois volto a frisar que entregaram rápido demais o que aconteceria nas primeiras cenas, e isso fez com que a surpresa final fosse um pouco menor, mas não é um filme ruim, sendo mediano pela enrolação maior, mas que vale a conferida de certa forma. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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