O psicólogo Peter Bower e sua esposa decidem retornar a Melbourne, na Austrália, lugar onde se conheceram, para tentar começar uma vida nova e deixar o evento traumático que marcou suas vidas para sempre no passado: a morte de sua filha de 12 anos em um trágico acidente. Uma vez instalados na cidade, Bower recebe a ajuda do Dr. Duncan, que realiza uma triagem de pacientes e os encaminha para o consultório do psicólogo como uma forma de Bower retornar ao trabalho mais facilmente. Quando tudo parecia se acertar, quando a vida parecia voltar aos trilhos, Bower descobre um terrível elo entre alguns de seus pacientes que o obriga a retornar a sua cidade natal e a confrontar um dilema que só ele pode solucionar.
Não digo que a ideia do diretor e roteirista Michael Petrino seja algo 100% sem criatividade, pois temos boas simbologias e timings interessantes dentro do desenvolvimento completo da trama, principalmente quando usou os trejeitos dos pacientes com o que ele tem de suas memórias, já que isso é algo que já foi bem provado por estudiosos, ao dizer que assemelhamos melhor aquilo que já vimos alguma vez na vida. A ideologia da trama é bem feita, e os sustos acabam vindo pela forma que o diretor opta em trabalhar sua câmera, então de suspense quase o longa vira um terror aliado também à boa maquiagem dos personagens secundários. Porém, assim como ocorre na maioria das traduções de nomes no Brasil, logo de cara conectamos tudo o que está acontecendo com o protagonista, juntamente claro com o que é dito lá pela quarta cena, pois originalmente a trama se chama "Backtrack", algo como retroceder, ou relembrar como numa sessão psiquiátrica mesmo, não sendo traduzido ao pé da letra, e aqui já colocaram de cara que eram visões do passado do cara, ou seja, já vamos esperando e sabendo que aquilo ocorreu em determinado momento da vida do protagonista. Não digo que é ruim saber isso, mas talvez o choque de algumas cenas, já que o diretor não foi tão omisso, seria mais impactante. Mas se deixarmos quieto essas considerações sobre o nome já revelar parte da história, o filme acaba saindo denso e bem interessante, principalmente com a revelação final da trama, que é bem fora de qualquer coisa que possamos ter imaginado.
Para um bom suspense funcionar é necessário que o protagonista nos convença de seus medos, de sua curiosidade e tudo mais, e Adrien Brody foi bem competente com essa missão, trabalhando por oras um semblante próximo do desespero máximo de não querer retomar seu passado, mas precisar disso para não ficar louco, claro que as pistas entregues foram bem superficiais, mas ele trabalhou bem expressões e virtudes dignas de um bom detetive e usando seu "dom" acabou sendo coeso com tudo e agradou bastante com seu Peter. As expressões de George Shevtsov como William deixaram um ar muito estranho desde a chegada do filho na cidade, não parecendo bem uma relação de pai e filho, e isso poderia ter sido melhor explorado, tanto pelo texto, quanto pelo ator que amarrou sua face e foi assim com ela até o final, ou melhor mudou na sua última cena um pouco, mas ainda assim manteve o contexto geral do personagem. Robin McLeavy até trabalhou bem sua Barbara, mas suas ligações foram tão mal forjadas quanto o momento que o envelope que está procurando se mexe sozinho, tudo bem que estamos falando de um filme com conteúdo espiritual, mas aquele momento foi piada demais, e sua saída da cena final também ficou falsa demais, ou seja, a atriz até poderia ter ido bem, mas o diretor não queria que ela agradasse, e só colocou cenas estranhas para seu lado. Quem não ligar os pontinhos do personagem Duncan de Sam Neil logo na sequência da revelação de toda a história, realmente não conhece os toques mágicos do gênero, pois na sua primeira aparição já é falado algo do estilo, e depois tudo se encaixa perfeitamente, ao ponto que o ator só precisou segurar o ar expressivo mais uma vez e jogar toda a cena para seu lado mais denso que agradou tanto como amigo, como bom elo de ligação. Chloe Bayliss falou pouco como Elizabeth, mas se expressou com tanta firmeza que conseguiu assustar o público em diversos momentos com suas aparições repentinas, além de trabalhar bem o visual e o semblante sempre desesperado para contar algo para o protagonista, de modo que posso dizer que a jovem tem futuro nesse gênero. Agora não sei se foram cortadas muitas cenas de Jenni Baird como Carol, pois receber cachê para dizer duas palavras e dormir o restante do tempo é algo muito fácil de fazer, e olha que a jovem é muito bonita e agradaria bem na produção.
Sobre o contexto visual da trama, o que posso dizer logo de cara é que as escolhas foram extremamente precisas, com trens passando a todo momento no consultório, o que vai servir bem para as cenas seguintes, consultórios estranhos e sujos, aparentando até ser uma época fora da linha do tempo atual, uma cidadela simples, e tudo bem colocado para se referenciar ao acontecido, ou seja, a equipe se prezou em segurar bem as pontas para que a amarração cênica ficasse toda dentro do contexto do filme, evitando elementos cênicos simples na segunda parte da trama, mas jogando bem com números e letras na primeira parte para que o público descobrisse junto do protagonista o que toda aquela ligação significava. A equipe de maquiagem também trabalhou muito bem para criar os fantasmas, e principalmente uma excelente cena de catástrofe junto com a equipe de efeitos especiais, de modo que o longa não decepciona nenhum grande blockbuster do gênero, mostrando que a Austrália também pode agradar nesse estilo. E claro, como temos muitas cenas no escuro, principalmente dentro da floresta, a equipe de fotografia soube dosar a tensão certa com pouca iluminação, usando bem os efeitos necessários para dar realce somente aonde desejavam mostrar, e criando assim o clima certo.
Enfim, é um filme muito bem feito, que agrada na medida certa, mas que certamente poderia ser daqueles de sairmos da sessão aflitos com o conteúdo total, se não fossem simplórios demais em alguns momentos e também deixassem a criatividade fluir um pouco mais nas conexões, mas de modo geral o resultado é bem interessante e envolve o público, criando uma boa tensão, e só por isso já vale ser bem citado dentro do gênero, então com toda certeza recomendo ele para quem gosta do estilo, que não irá se decepcionar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda falta uma estreia dessa semana para conferir, então abraços e até breve.
Não digo que a ideia do diretor e roteirista Michael Petrino seja algo 100% sem criatividade, pois temos boas simbologias e timings interessantes dentro do desenvolvimento completo da trama, principalmente quando usou os trejeitos dos pacientes com o que ele tem de suas memórias, já que isso é algo que já foi bem provado por estudiosos, ao dizer que assemelhamos melhor aquilo que já vimos alguma vez na vida. A ideologia da trama é bem feita, e os sustos acabam vindo pela forma que o diretor opta em trabalhar sua câmera, então de suspense quase o longa vira um terror aliado também à boa maquiagem dos personagens secundários. Porém, assim como ocorre na maioria das traduções de nomes no Brasil, logo de cara conectamos tudo o que está acontecendo com o protagonista, juntamente claro com o que é dito lá pela quarta cena, pois originalmente a trama se chama "Backtrack", algo como retroceder, ou relembrar como numa sessão psiquiátrica mesmo, não sendo traduzido ao pé da letra, e aqui já colocaram de cara que eram visões do passado do cara, ou seja, já vamos esperando e sabendo que aquilo ocorreu em determinado momento da vida do protagonista. Não digo que é ruim saber isso, mas talvez o choque de algumas cenas, já que o diretor não foi tão omisso, seria mais impactante. Mas se deixarmos quieto essas considerações sobre o nome já revelar parte da história, o filme acaba saindo denso e bem interessante, principalmente com a revelação final da trama, que é bem fora de qualquer coisa que possamos ter imaginado.
Para um bom suspense funcionar é necessário que o protagonista nos convença de seus medos, de sua curiosidade e tudo mais, e Adrien Brody foi bem competente com essa missão, trabalhando por oras um semblante próximo do desespero máximo de não querer retomar seu passado, mas precisar disso para não ficar louco, claro que as pistas entregues foram bem superficiais, mas ele trabalhou bem expressões e virtudes dignas de um bom detetive e usando seu "dom" acabou sendo coeso com tudo e agradou bastante com seu Peter. As expressões de George Shevtsov como William deixaram um ar muito estranho desde a chegada do filho na cidade, não parecendo bem uma relação de pai e filho, e isso poderia ter sido melhor explorado, tanto pelo texto, quanto pelo ator que amarrou sua face e foi assim com ela até o final, ou melhor mudou na sua última cena um pouco, mas ainda assim manteve o contexto geral do personagem. Robin McLeavy até trabalhou bem sua Barbara, mas suas ligações foram tão mal forjadas quanto o momento que o envelope que está procurando se mexe sozinho, tudo bem que estamos falando de um filme com conteúdo espiritual, mas aquele momento foi piada demais, e sua saída da cena final também ficou falsa demais, ou seja, a atriz até poderia ter ido bem, mas o diretor não queria que ela agradasse, e só colocou cenas estranhas para seu lado. Quem não ligar os pontinhos do personagem Duncan de Sam Neil logo na sequência da revelação de toda a história, realmente não conhece os toques mágicos do gênero, pois na sua primeira aparição já é falado algo do estilo, e depois tudo se encaixa perfeitamente, ao ponto que o ator só precisou segurar o ar expressivo mais uma vez e jogar toda a cena para seu lado mais denso que agradou tanto como amigo, como bom elo de ligação. Chloe Bayliss falou pouco como Elizabeth, mas se expressou com tanta firmeza que conseguiu assustar o público em diversos momentos com suas aparições repentinas, além de trabalhar bem o visual e o semblante sempre desesperado para contar algo para o protagonista, de modo que posso dizer que a jovem tem futuro nesse gênero. Agora não sei se foram cortadas muitas cenas de Jenni Baird como Carol, pois receber cachê para dizer duas palavras e dormir o restante do tempo é algo muito fácil de fazer, e olha que a jovem é muito bonita e agradaria bem na produção.
Sobre o contexto visual da trama, o que posso dizer logo de cara é que as escolhas foram extremamente precisas, com trens passando a todo momento no consultório, o que vai servir bem para as cenas seguintes, consultórios estranhos e sujos, aparentando até ser uma época fora da linha do tempo atual, uma cidadela simples, e tudo bem colocado para se referenciar ao acontecido, ou seja, a equipe se prezou em segurar bem as pontas para que a amarração cênica ficasse toda dentro do contexto do filme, evitando elementos cênicos simples na segunda parte da trama, mas jogando bem com números e letras na primeira parte para que o público descobrisse junto do protagonista o que toda aquela ligação significava. A equipe de maquiagem também trabalhou muito bem para criar os fantasmas, e principalmente uma excelente cena de catástrofe junto com a equipe de efeitos especiais, de modo que o longa não decepciona nenhum grande blockbuster do gênero, mostrando que a Austrália também pode agradar nesse estilo. E claro, como temos muitas cenas no escuro, principalmente dentro da floresta, a equipe de fotografia soube dosar a tensão certa com pouca iluminação, usando bem os efeitos necessários para dar realce somente aonde desejavam mostrar, e criando assim o clima certo.
Enfim, é um filme muito bem feito, que agrada na medida certa, mas que certamente poderia ser daqueles de sairmos da sessão aflitos com o conteúdo total, se não fossem simplórios demais em alguns momentos e também deixassem a criatividade fluir um pouco mais nas conexões, mas de modo geral o resultado é bem interessante e envolve o público, criando uma boa tensão, e só por isso já vale ser bem citado dentro do gênero, então com toda certeza recomendo ele para quem gosta do estilo, que não irá se decepcionar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda falta uma estreia dessa semana para conferir, então abraços e até breve.
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