A história nos mostra que Toula e Ian continuam juntos e passam bastante tempo tentando compreender a problemática filha adolescente. Quando o casal descobre que uma união de sua família nunca foi oficializada pela religião, todos os Portokalos se reúnem para mais um grande casamento grego.
Em hipótese alguma, caso me perguntem se é um filme ruim, vou responder que é, pois o filme é gostoso de acompanhar, mas retrucaria com a seguinte indagação: é um filme que mereceria uma continuação? E aí com certeza a resposta seria outra, mas como produtores são bichos que só pensam em dinheiro, e o primeiro filme ainda continua sendo uma das comédias românticas de maior bilheteria mundial, é claro que algum dia dariam sequência para a trama. O que ficou parecendo é que Nia Vardalos não teve uma inspiração muito criativa para o papel que lhe estourou nos cinemas, e reescreveu a história mudando apenas o foco de personagem, claro que sem ter a quebra da barreira enfrentada por ter uma pessoa diferente da família sendo introduzida, mas alguém de lá de dentro quebrando as regras da família. E junto de um roteiro simples, Kirk Jones não teve ousadia para criar uma comédia romântica mais efervescente e entregou o básico para que as pessoas que forem assistir riam de determinados momentos, suspirem em outros, mas que vão sair da sala falando "nossa, é só isso mesmo?". Não sei se existe a ideia de fechar a trama com algum estilo de quebra para uma trilogia com o casamento da garota com alguém bem diferente (seria bacana aparecer com um africano, para ver se como os Portokalos reagiriam), mas se não houver, poderia dizer que apenas fraquejaram demais, deixando extremamente leve a continuação depois de 14 anos.
Sobre as atuações, o que é completamente notável é que em 14 anos, muitos personagens mudaram completamente seu estilo de atuar, outros parecem que dormiram no formol, mas todos possuem ainda a mesma química gostosa familiar de se ver, e só isso já valeria um grande reencontro, mas como disse acima, uma criatividade melhor chamaria muita atenção. Nia Vardalos além de voltar assinando o roteiro, retorna com sua Toula, e se em 2002 fez um papel de uma "jovem" com 40 anos de idade real, agora com 54, o papel de mãe lhe caiu melhor e mais maduro (embora na trama tente passar ter menos idade), porém aparentou um pouco perdida na trama, o que é algo estranho de se ver, já que ela própria criou a personagem, mas pode ter sido algo da edição, ou algum estilo de mudança que desconectou o personagem dos holofotes principais da trama. Se no primeiro filme, John Corbett era o protagonista diferentão, aqui ficou apenas como um secundário jogado como diretor da escola da filha e que até faz bons trejeitos com seu Ian, mas sofreu do mesmo mal que Nia, e o papel dele nem chegou a ser explorado para que pudesse chamar atenção. Agora sem dúvida alguma o charme claro da trama ficou por conta de Michael Constantine com seus 89 anos e Lainie Kazan com seus 76, abrilhantando os ressentimentos do casal Gus e Maria ao descobrirem não serem casados oficialmente, pois ambos mostraram que após um longo tempo o casamento pode até perder o charme, mas é nos detalhes que um mostra o quanto ama o outro, e ambos souberam transmitir ótimas expressões de carinho e convivência. A jovem Elena Kampouris trabalhou bem, mas sua Paris mereceria um destaque maior na trama já que ela seria o novo dilema da familia, como disse acima pode ser que inventem um terceiro filme para que ela seja o destaque (vão ter de correr caso isso ocorra, pois Constantine já está certamente no fim da carreira, e seria um agrado e tanto na trama), porém a garota mostrou que tem dinâmica e bons trejeitos para quando necessitou mostrar serviço, o jeito é aguardar um papel melhor. Dos demais, cada um teve leves participações, sem destacar quase nada de cada um, afinal são gregos demais para falar, e dar voz a todos é algo que nem numa grande série conseguiriam, mas outro ponto que acabou jogado demais foi o relacionamento homossexual na família que até agora estou me perguntando o porquê de terem colocado algo que daria para falar mais apenas como um relance.
Sobre o visual da trama, basicamente tiveram de refazer ao menos as fachadas originais do primeiro longa, e só, pois usaram rapidamente algumas cenas na escola, duas cenas de festa, bem trabalhadas (uma num quintal, e outra na escola, porém ambas bem fechadas nos enquadramentos para não gastar muito com elementos cênicos), alguns passeios em diversos lugares clássicos de casamentos, para pegar detalhes de como é caro fazer um casamento, e uma igreja cheia de figurantes, ou seja, novamente economizaram bem nos custos artísticos, e certamente vão obter um bom lucro com isso. Porém poderiam ter abusado mais de cenografias em algumas locações para mostrar mais da vida dos protagonistas. A fotografia também não quis ousar em nada, trabalhando apenas algumas nuances mais simples para dar o tom leve de boas comédias românticas e assim agradar sem abusar do espectador, mas nas cenas mais simbólicas poderiam ter esquentado um pouco o clima que agradaria mais com certeza.
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