A sinopse nos conta que Ana está montando uma exposição de suas obras de arte quando é forçada a retornar à fazenda onde passou sua infância. Tereza, sua irmã, foi atingida por uma doença enigmática que altera seus estados de consciência. Durante sua estadia, Ana tem que enfrentar os mistérios de sua própria memória.
Por incrível que pareça, esse é o primeiro longa do diretor Adriano Guimarães, que soube usar o primeiro roteiro dramático de Emanuel Aragão que até hoje só havia feito comédias de sucesso, aonde sabiamente ele trabalhou uma história aparentemente casual, que em um primeiro momento até tem um ar meio documental, mas que depois entra numa essência tão bem encaixada que prende você na tela. Claro que dava para encurtar fácil uns 15-20 minutos, ou ampliar alguns detalhes para manter a trama do tamanho que foi finalizado, e aqui não apenas daria dinâmica para o longa, como também causaria um maior impacto, pois dando esse respiro alongado em alguns momentos, o filme mostra insegurança na tela, e isso certamente não é algo de se esperar em um filme. Ou seja, por ser um primeiro trabalho, o diretor foi muito bem no que fez, agora é polir a tesoura para que no próximo trabalho fique perfeito, e cause muito mais.
Quanto das atuações, Bel Kowarick conseguiu segurar bem a responsabilidade do protagonismo com sua Ana, demonstrando na tela dinâmicas fechadas e por vezes até parecendo não estar entendendo o que está fazendo, mas não deixou que isso ficasse em segundo plano, e o mais bacana foi toda a inversão quando ela também passa a ver e acreditar no que acontece com as frequências, ou seja, a atriz brilhou e fez bem o que tinha de fazer na tela. Denise Stutz já fez sua Tereza com uma pegada mais direta, que passa tanta credibilidade com o que está vendo, sabendo exatamente da influência e das dinâmicas, que não tem como não duvidar dela, e por vezes essa "loucura" fica tão real, que não tem como não se conectar, ou seja, segurou com imposição e sem precisar forçar expressões. A trama se prende tanto nas duas protagonistas, que os demais acabaram ficando exageradamente secundários, quase nem aparecendo, ou fazendo apenas aparições, valendo o destaque mais sério de Luciana Cava como uma mãe sem falas, mas com olhares emblemáticos, e claro Thaís Puello como a empregada da casa, que por alguns momentos até pensei que ela não fosse real também.
Visualmente a trama foi bem sutil, tendo uma fazendo com uma casa simples, bem tradicional do interior, com gado, plantações, um morro bem grande aonde só lá em cima pega o sinal direito de celular, lâmpadas que permanecem semi-acesas pela interferência das muitas antenas, e claro a torre de antenas que causa conflito em toda a vila por ali, além de uma terra arada pronta para a plantação que dá o tom do cartaz do longa. Ou seja, a equipe de arte soube usar de detalhes para convencer o que o texto passava, sem precisar gastar ou criar situações sem base alguma.
Enfim, é um filme bem interessante de proposta, que parecia muito fora da casinha quando li a sinopse, mas que dentro do contexto apresentado convence, e até me fez pensar em tudo o que tenho ligado aqui no quarto, interferindo nas minhas imaginações, então vale como algo a mais do que apenas um filme, e assim sendo fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Embaúba Filmes pela cabine, e volto amanhã com mais textos, então abraços e até lá.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...