Telecine Play - O Caminho de Volta (The Way Back)

2/20/2022 11:03:00 PM |

Definitivamente um dos estilos que mais gosto de conferir é filmes que envolvam esportes, pois sempre trabalham de alguma forma superação, ou tentam fazer algo que dê um crescimento notável, e com isso as tramas sempre acabam empolgando o público que está assistindo mesmo que contenha coisas exageradas de ver, mas na maioria das vezes possuem uma estruturas que se falham destroem tudo o que construíram, e a principal parte da estrutura é saber fechar de uma forma que condiga com tudo o que foi trabalhado. Comecei dessa forma o texto do longa "O Caminho de Volta", que estreou na plataforma do Telecine Play, para mostrar logo de cara que é um tremendo filme de reestruturação familiar, de mostrar alguém que perdeu o amor a vida após uma tragédia voltando a se reconstruir junto de vários garotos, e que ia muito bem na formatação, porém uma recaída é sempre algo interessante de ser colocado no longa, principalmente no miolo ou no clímax da trama, mas para que ao final voltemos com tudo e a mensagem geral seja passada de forma empolgante, e aqui basicamente a moral que quiseram jogar é que se você recair, vai perder tudo, e vão te abandonar, principalmente se você estiver como um treinador de uma escola religiosa. Ou seja, o filme acaba quebrando demais no fechamento, de uma forma que acaba sendo até desanimadora demais, sendo até mostrado que o protagonista segue na vida, mas não como toda a estrutura foi criada, e isso pegou muito, não entregando a força que merecia para acabar. 

O longa conta a história de um técnico de um time basquete de um colégio de ensino médio que anteriormente foi atleta do mesmo esporte. Por conta de vícios, sua carreira promissora como jogador foi tragicamente ao fim, assim como seu relacionamento com sua esposa e a fundação de sua família. Ao tornar-se treinador do time de escola, o ex-atleta tenta encontrar estímulos para seguir em frente e refazer sua vida.

Gosto muito do estilo do diretor Gavin O'Connor, porém diria que aqui ele quis tomar uma frente meio que fora do eixo comum do estilo como disse no começo, o que é meio ruim de acontecer e assim sendo seu longa acabou empolgando demais no miolo e desandando um pouco demais no fechamento, o que pode até ser um modo de ser diferente, de mostrar que se você cair uma segunda vez não terá a mesma chance de voltar bem, e com a forma escolhida até ouvimos os narradores do jogo elogiando ele e o que fez com os jovens, vemos a essência acontecer e tudo mais, mas volto a frisar que o estilo pede algo mais explosivo e chamativo para que o final seja empolgante e as mensagens fluam, e acabou não ocorrendo. Ou seja, temos um filme muito bem moldado, toda uma virtude gostosa de ver, temos bons elos de história por parte do roteiro, e até temos alguns jogos bem empolgantes acontecendo, o que mostra que a direção tentou ser efetiva e quase conseguiu.

Sobre as atuações, basicamente podemos dizer que apenas Ben Affleck estava atuando realmente em cena com seu Jack, fazendo trejeitos várias vezes dramatizados seja pela grande quantidade de álcool no corpo, ou então desapontado com a vida em outros atos, mas passando muita empolgação nos jogos e conseguindo transmitir essa sensação para os seus jogadores, ou seja, o ator se doou bem, mas diria que ele ficou um pouco perdido com tudo o que o diretor desejava para o filme, pois tem tantos vértices que a abertura acaba meio bagunçada dos rumos que sua atuação necessitava fazer. Quanto aos demais, tivemos alguns bons atos com os demais professores da escola, os padres, alguns garotos bem colocados, com claro destaque para Brandon Wilson com seu Brandon e Melvin Gregg com seu Marcus, mas sem grandes chamarizes, e claro para ex-esposa do protagonista que foi vivida por Janina Gavankar, porém a jovem entrou em atos meio secos demais na trama, o que não deu para ela ir muito além, o mesmo que posso dizer da irmã do protagonista vivida por Michaela Watkins. Ou seja, as atuações todas foram muito conflituosas com o tema completo do longa, e isso pesou a mão no resultado final.

Visualmente o longa entrega boas partidas de basquete, vários treinos bem interessantes, e claro muitas cenas do protagonista bebendo em bares, bebendo muito na sua casa (aliás a empresa de cerveja do filme deve ter patrocinado o longa, pois mostrou tantas vezes que quase decoramos o nome), e nas finais ainda temos invasão de casas, batidas, e claro a decadência do personagem protagonista, ao ponto que tudo foi bem amplo de estilo, mas sem grandes chamarizes, ainda tendo alguns atos em um hospital de câncer, que deram o tino dramático da trama. 

Enfim, é um bom filme que poderia ter ido muito além, mas que acabou não acontecendo por ter exagerado na quantidade de temas no miolo, porém agrada quem gosta de longas esportivos pelo ar motivacional e claro pela boa atuação do protagonista, ou seja, até dá para indicar com algumas ressalvas de um fechamento ruim, e assim sendo fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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