Amazon Prime Video - Traídos Pela Guerra (Den Største Forbrytelsen) (Betrayed)

2/15/2022 10:01:00 PM |

Já vi um tema ter uma grande quantidade de filmes, mas igual a Segunda Guerra Mundial ou a segregação judaica para os campos é recordista sem nem pensar, aparecendo tramas de todos os países, com as devidas diferenças de tratamentos e tudo o que rolou entre 1939 e 1945 com muita precisão de detalhes, e claro contando as histórias de famílias reais que viveram na época. E hoje com o longa "Traídos Pela Guerra", que pode ser conferido na plataforma da Amazon Prime Video, vemos a história da família Braude, e como tudo ocorreu na Noruega quando os próprios policiais da cidade junto de motoristas também noruegueses fizeram as buscas e entregas dos judeus para os alemães sem nem precisar dos soldados alemães. Ou seja, é pra variar um filme bem triste por toda a situação, aonde vemos a humilhação que as pessoas sofreram nos campos de concentração na própria Noruega, vemos as apropriações dos bens dos judeus, o sumiço de documentos e tudo mais que aconteceu na época, com uma reprodução bem densa e marcante.

O longa nos mostra que quando os nazistas invadem a Noruega, os Braude acreditam que serão protegidos pelo governo, mas pequenas escolhas condenam seus destinos para sempre. A história real de uma família judia em sua terrível jornada até Auschwitz.

O diretor Eirik Svensson foi bem crítico no que desejava mostrar com o roteiro que lhe foi entregue, pois facilmente poderia ir para diversos rumos na trama, conseguiria fazer a densidade funcional ser tanto mais calma quanto mais intensa, e ao escolher ir no meio do caminho e trabalhar com a história de uma das muitas famílias judias norueguesas que sofreram inicialmente o preconceito no próprio país e depois claro pelos soldados, ele acabou desenvolvendo algo interessante e pontual, que não chega a ser emotivo por não explodir de uma vez só, mas resulta em algo triste e bem exemplificado, pois daria para ficar mais forte, daria para ser mais simbólico, e ele apenas foi direto "culpar" a própria Noruega pelos feitios com os judeus, pois poderiam ter atrasado tudo como alguns motoristas fizeram, poderiam ter avisado os demais, poderiam ter feito de tudo para "ajudar" talvez os outros que eram tão noruegueses quanto eles, mas apenas tinham outra religião, e isso é mostrado nos letreiros finais que o país se culpou nos últimos anos, mas lá trás foram bem omissos em relação à tudo. Ou seja, é um filme bem representativo, que vai mostrar tanto a vida da família sendo completamente mudada, vai mostrar os furtos, e claro a vida nos campos, mas certamente poderia ter ido mais além.

Sobre as atuações diria que é o ponto mais problemático da trama, pois mesmo com semblantes bem marcados, focaram demais no personagem de Jakob Oftebro com seu Charles Braude, por ter sido um lutador conhecido no país defendendo inclusive a bandeira em algumas competições, mas que por ser judeu foi levado para o campo de concentração junto com quase toda a família, com exceção da esposa que não era judia, mas o ator embora tenha um sorriso bem marcante na maioria das cenas, não teve um carisma marcante para chamar a atenção para si, e mesmo com tudo o que rola no campo, com suas desenvolturas antes de ir, e o que acontece depois, ele não entrega o impacto que deveria, ao ponto que talvez se a história fosse mais focada na sua mãe que foi bem direta em muitas cenas, o filme fluiria até melhor. E já que falei da mãe, Pia Halvorsen fez trejeitos tão bem colocados, foi doce quando precisou e impactante quase mesma proporção, e tendo poucas cenas para isso, sua Sara sempre que aparecia chamava a cena para si, ou seja, foi daquelas que o olhar diz mais do que todas as palavras de um filme só. Ainda tivemos alguns momentos marcantes com os jovens Carl Martin Eggesbø com seu Harry e Eilif Hartwig com seu Isak, ambos singelos nos atos, porém bem marcados em cena, e também tivemos Kristine Kujath Thorp bem ampla nas cenas de sua Ragnhild disposta a tudo. E para fechar é claro que tenho de pontuar Anders Danielsen Lie pelo semblante sério, direto, e ao mesmo tempo impactante e impactado de ter de fazer tudo com seu Knut Rød, ao ponto que não sabemos se o chefe policial teve essa expressão de receio do que estava fazendo, mas o jovem conseguiu abraçar o longa dessa forma.

Visualmente o longa foi muito representativo, inicialmente mostrando todo o conceito de ambiente das lutas de boxe amadoras, com jovens lutando pelos seus países com torcidas e muita simplicidade cênica sem toda a grandiosidade atual, depois as devidas comemorações bem colocadas com danças e tudo mais, depois vem todo o processo da invasão alemã na cidade, montando seus centros, fechando tudo, fazendo as pessoas se "cadastrarem" como judias, depois vamos para toda a montagem do campo de Bert na Noruega mesmo, aonde os homens tem de fazer os mais diversos trabalhos forçados, ficar correndo a toa, e tudo mais para entreter os soldados, vemos o processo de furto e catalogação dos bens das casas dos judeus, e por último vemos todo a cena forte dos táxis indo buscar os judeus para levar para o grandioso navio, e fechando claro com a chegada no campo de Auschwitz na Alemanha tudo com muitos detalhes, muito envolvimento, simbolismo e força visual para mostrar o trabalho técnico da equipe de arte.

Enfim é um filme bem interessante pela proposta toda, triste e envolvente pela síntese bem trabalhada, mas que parece faltar aquele algo a mais para ser perfeito na representação completa do momento, mas ainda assim consegue fazer valer a conferida para conhecermos mais um lado do que ocorreu na época da famosa guerra, e quem sabe se algum dia acontecer isso novamente não cometermos os mesmos erros, e assim sendo fica a dica. Bem é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...