Netflix - Acredite em Mim: A História de Lisa McVey (Believe Me: The Abduction of Lisa McVey)

2/06/2022 06:45:00 PM |

Quando vejo alguns filmes de casos reais de sequestros, abusos e situações que pessoas sofrem nas mãos de pais, de assassinos, conhecidos e tudo mais, fico pensando duas coisas, o quanto a pessoa foi forte para sobreviver àquilo, e o quão burro foi o violentador de fazer tudo e não liquidar as coisas, pois muitos dizem que essas pessoas tem problemas mentais, ou então tiveram problemas na infância e apenas continuam os atos, mas a verdade é que são burros, pois já dizia o velho ditado popular das mães: "se vai fazer algo errado, faça bem feito, pois se eu descobrir você vai apanhar!", e as antas sempre deixam coisas abertas para serem pegos, mas claro que se não deixassem, não viria filme, então vou parar de reclamar. Dito isso, o longa "Acredite Em Mim: A História de Lisa McVey", que entrou em cartaz na Netflix nessa semana, é bem simples de estrutura narrativa, não tem atos de virada expressivos e surpreendentes, mas é bem contado, bem executado, e principalmente funciona dentro do que é proposto, mas acabamos ficando com tanta raiva dos coadjuvantes como a avó, a mãe e as policiais, por não acreditarem no que a garota fala, que o assassino quase que relevamos. E assim sendo é um filme que tem um bom envolvimento geral, e que prende dentro da proposta, valendo a conferida, e principalmente sendo bem rápido sem enrolações, o que acaba fluindo bem demais.

A sinopse nos conta que na noite em que planejava tirar a própria vida, uma garota de 17 anos é sequestrada e se vê lutando para se manter viva. Ela consegue convencer seu agressor a libertá-la, mas quando ela volta para casa, ninguém acredita em sua história, exceto por um detetive, que suspeita que ela foi sequestrada por um serial killer.

Estava olhando a filmografia do diretor Jim Donovan, afinal não havia assistido nada dele, e já vi que depois que fez esse longa em 2018 gostou do estilo e já tem mais três longas de sequestros, ou seja, fez bem o formato, acertou na condução, e agora torcer para aparecer eles por aqui, pois o gênero sempre traz boas pegadas tanto pelo mistério, quanto pela boa representação que escolhem para determinar todo o fluxo, e aqui a grande sacada que a roteirista Christina Welsh entregou para ele foi mais do que o sequestro em si, mas sim toda a abertura por trás de ninguém inicialmente acreditar nela já que não teve hematomas nem nada, que figurasse como algo obrigado ao invés de apenas uma fuga com um namorado, ou seja, o diretor soube ser amplo no sentido da história ser crível para nós, mas não para os demais ao redor dela, e isso é algo que raras vezes funciona em um drama, mostrando segurança de convencimento, o que ele tem muito por ser um diretor originalmente de documentários.

Sobre as atuações, a jovem Katie Douglas mostrou uma boa segurança expressiva com sua Lisa, dominou os atos de medo e até segurou bem a dramaticidade, embora pudesse ir um pouco além com tudo, mas de certa forma ela consegue nos convencer bem em cena, e passar essa síntese de parecer não ter rolado nada com ela para os demais personagens, o que é bem bacana de ver, e interessante dentro do que foi proposto, ou seja, acertou bem. Rossif Sutherland foi bem trabalhado com seu Bobby, se impondo, e mantendo o estilo violento sem ser destruidor, o que é interessante de ver, ao ponto que manteve bem toda a conexão com a vítima do começo ao fim, o que chama atenção, mas certamente poderia ter se entregado mais para um lado mais psicótico, ou ao menos mais chamativo. Já David James Elliott trabalhou com um carisma único, fazendo com que seu Larry fosse incrível para com a protagonista, e mostrasse um policial que vai muito além do que sempre vemos na maioria das vezes, e esse acerto foi tanto na personalidade do papel, quanto nos trejeitos e envolvimentos que ele conseguiu passar durante todas as cenas. Quanto aos demais, só a raiva faz valer, pois todos entregaram trejeitos tão jogados e irritantes que não tem como falar bem de Kim Horsman como a avó, Bruno Verdoni como o cara que vive com a avó, Patrice Goodman como a policial do caso, e claro Megan Fahlenbook como a mãe da garota, mas acertaram no que precisavam sendo tão culpados quanto o assassino.

Visualmente a trama tem como de praxe uma boa pegada do estilo de investigações, com muitos detalhes, aliás ao final quando mostram o que a jovem acabou virando eu já tinha essa certeza, afinal totalmente controlada, cheia de envolvimento e sabendo exatamente o que deixar como provas no local do crime, fez com que a equipe de arte criasse bem o cômodo aonde é levada, toda a cenografia empregada e até mesmo o carro sendo bem simbólico, ao ponto que vemos uma trama barata e bem feita, sem excessos, o que é bacana demais para funcionar.

Enfim, é um filme que facilmente poderia ter ido muito além, mas sendo baseado em uma história real não poderiam abusar demais do público, e assim sendo acabou funcionando bastante dentro da proposta, e assim sendo vale a indicação para todos que gostem do gênero drama/crime. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas devo conferir mais um longa hoje, então abraços e até logo mais.


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