Netflix - Time do Coração (Home Team)

2/01/2022 01:19:00 AM |

Pode até parecer um milagre, mas gostei de uma produção de comédia da Netflix, que não tem o Adam Sandler, mas é produzida por ele, ou seja, esperem bizarrices no miolo, porém "Time do Coração" tem uma essência tão bem trabalhada, tem boas dinâmicas e mensagens de superação de um time, e muito mais da vida de um treinador, que com algumas desenvolturas exageradas acaba fazendo rir, e assim sendo um bom passatempo. Ou seja, passa longe de ser uma obra-prima do gênero, mas tem bons momentos e diverte como uma boa comédia esportiva, e que usando a base de uma história real acaba sendo interessante de conferir, só não precisava de uma chuva de vômitos no miolo, mas se não tivesse isso não teria a assinatura de Sandler na produção.

O longa segue o treinador Sean Payton que, dois anos depois de uma vitória no Super Bowl, foi inesperadamente suspenso do time por um ano para completar as investigações sobre o caso. Payton é descoberto por fiscais, onde participava de um esquema onde seu time, os New Orleans Saints, recebiam dinheiro e recompensas e eram dadas aos jogadores ao conseguirem machucar e até acabar com a carreira dos jogadores adversários, o escândalo foi nacional, conhecido como o Escândalo do time Bountygate. Desolado e sem conseguir voltar para sua carreira - antes promissora - Payton volta para sua cidade natal e se reencontra com seu filho de 12 anos ao virar o treinador de seu time de futebol americano, Warriors. Contratado por sua expertise em futebol americano, Payton vai ajudar o time a voltar ao seu ápice e, por fim, ajudá-los a competir nacionalmente.

Após muitos curtas-metragens, os diretores Charles e Daniel Kinnane estrearam bem em um longa-metragem, pois souberam entregar as dinâmicas bem coerentes com o estilo de uma comédia clássica e forçada, mas sem precisar que isso se deteriorasse em um nível máximo, pois daria facilmente para o filme ficar tão absurdo que incomodaria mais do que apenas algumas cenas soltas, mas com uma pegada mais emotiva no estilo de filmes esportivos, eles acabaram criando algo empolgante do gênero, e entregando situações engraçadas pelas atitudes dos garotos em si, com claro exageros em cima, mas sem destoar tanto, e principalmente chamando atenção pela diversão dos jovens ao jogar, que é a base de todo campeonato juvenil. Ou seja, com cenas bem dirigidas e uma trama simples bem montada a comédia acaba sendo funcional, bacana de conferir e que faz valer os minutos de tela, não sendo nada que vamos lembrar eternamente, mas que não desaponta tanto, afinal entrega o que promete, algo bobinho e com exageros típicos de filmes do produtor.

Sobre as atuações, já critiquei muitas vezes Kevin James, mas aqui ele combinou demais com a personalidade que o protagonista Sean Payton precisava ter, de modo que não soou nem soberbo demais como um treinador de grandes times soaria, nem abusou do estilo, sabendo envolver com estilo, e principalmente não forçando a barra com cenas bobas, ou seja, respeitou o personagem real, e se deu muito bem com isso. Taylor Lautner realmente gostou de participar das comédias da Netflix, e aqui seu Troy acaba deixando muita coisa de lado e não se entregando totalmente nos atos mais amplos do filme, ao ponto que até faz bem seus atos, não soa apelativo, mas poderia se impor mais e entregar algo a mais para o filme. Dos garotos, Tait Blum foi bem como secundário com seu Connor, mas foi usado em poucas cenas de expressividade com o pai, ficando sempre rondando, mas agindo pouco, o que não funciona muito; o romance do pequeno Manny Magnus até poderia ter ido além, e seria bacana, mas a foi muito engraçado sua serenata; e quanto os demais, todos tentaram aparecer um pouco como um time, tendo alguns gracejos com o garotinho da pizza, o grandalhão sentimental e o que se acha demais, mas nada que fosse implosivo realmente para a trama. Já Rob Schneider, Lavell Crawford e Gary Valentine só entraram no longa para fazer gracejos e soarem bobos com seus personagens, então não tenho muito o que falar deles. Agora poderiam ter usado bem mais Isaiah Mustafa para criar mais vértices na trama como o treinador adversário que provoca e causa, pois embora seja apelativo, ele foi bem trabalhado, e daria algo a mais para o filme.

Visualmente a trama foi bacana mostrando alguns jogos, então quem já viu os vários jogos de futebol americano já está acostumado com a cenografia tradicional, e tendo alguns momentos em um hotel, aonde apelaram (mas foi engraçado ao menos) com uma banheira que faz barulhos estranhos e cada vez com um motivo, e um ventilador mais barulhento para abafar o barulho dela, tivemos algumas cenas em casas bem chiques, e tivemos o jogo caótico no meio de muita chuva, barro e claro como todo filme apelativo de Sandler: vômitos exagerados para todos os lados, que ficou realmente nojento e bizarro, ou seja, desnecessário.

Enfim, somando os prós e contras da trama o resultado final ficou divertido e satisfatório, não sendo uma obra que vou lembrar muitas vezes, mas que valeu bem o tempo que fiquei conferindo ele, então assim sendo vale a indicação para todos que gostem de comédias bobinhas e levemente apelativas, com uma base real bem superficial de fundo. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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