Netflix - Eu Me Importo (I Care a Lot)

2/20/2021 01:57:00 AM |

Olha fazia muito tempo que eu não ficava tenso com um filme, de forma a torcer para que um personagem sofresse, apanhasse, e tudo mais, e o pior de tudo, que é algo que tenho certeza que nunca aconteceu isso, é ficar tenso de ódio em um filme classificado como comédia/crime/suspense! Ou seja, hoje aconteceu de tudo com a estreia da Netflix, "Eu Me Importo", pois se tem uma coisa que consegue me deixar bravo é ver uma pessoa roubando velhinhos, afinal os caras trabalharam uma vida inteira para ter um final honrável pelo menos, e vir uma infeliz tomar tudo, é eu torcer pra ser torturada no mármore do inferno em nível máximo, e aqui isso ocorre de uma forma tão intragável, que a protagonista faz tudo com uma imposição e estilo, que o ódio só foi sendo multiplicado, e ainda mais com uma senhorinha ultra organizada, e tudo mais. Aí entra o segundo ato, e meus amigos, tudo vira completamente do avesso, afinal a velhinha que a protagonista mexeu não era qualquer velhinha, e meu Deus, a mulher ainda fica mais forte com alguém lhe instigando e ameaçando, ou seja, se preparem para ficar com muita raiva de Rosamund Pike, pois ela fez algo esplêndido, e a desenvoltura toda consegue ainda ficar mais insana no final, ao ponto que vemos tudo ficar gigantesco, e claro o gran finale que eu não consegui me segurar na poltrona, levantando e aplaudindo a forma completa que a história não vira, ela capota. Ou seja, é daqueles filmes que posso até achar algo para reclamar no meio do texto, mas me ganhou demais!

A trama nos mostra que sendo equilibrada com uma autoconfiança de tubarão, Marla Grayson é uma guardiã profissional nomeada pelo tribunal para dezenas de pessoas idosas cujos bens ela apreende e de forma astuta as rouba por meios duvidosos, mas legais. Em uma armação bem tramada, Marla e sua parceira de negócios e amante, Fran, usam uma eficiência brutal em sua última "cereja", Jennifer Peterson - uma aposentada rica sem herdeiros vivos ou família. Mas quando sua vítima revela ter um segredo igualmente obscuro e conexões com um gângster volátil, Marla é forçada a subir de nível em um jogo que só predadores podem jogar - um que não é justo, nem legal.

Não lembrei do nome do diretor J Blakeson quando vi na tela, mas seu longa anterior "A 5ª Onda" também foi bem tenso e cheio de reviravoltas, ou seja, o que fez aqui é algo do seu estilo, e sendo uma trama que ele também escreveu podemos dizer que ele é daqueles que gostam de só ir engatando as marchas para frente, não recuando em momento algum, de forma que seu filme não tem freio, e que mesmo sendo num ritmo calmo, frio e calculista, ele nos deixa quase sem piscar, e brinca com nossos sentimentos forçando tudo para mostrar o nível de "empreendedorismo" da protagonista, mas não de uma forma muito amigável, sendo sutil e direto em tudo o que desejava mostrar, e causando sensações fortíssimas para com o nível de revolta do público (ao menos comigo foi algo que me deixou tremendo de ódio!). E assim sendo o diretor/roteirista se mostrou forte, coeso, sabendo muito bem aonde colocar suas câmeras para que um filme simples, se olharmos a fundo, ficasse tão incrivelmente bem feito, com as reviravoltas em momentos precisos de se surpreender, que não fiquei apenas na vontade, mas bati palmas igual um bobo ao final do que vi na tela.

E claro que um dos motivos máximos para que o filme ficasse perfeito, e claro que apenas a sua cara estampasse o pôster do longa é a atriz Rosamund Pike, que se você achou que o nível de maldade dela em "Garota Exemplar" foi assustador, você não viu nada, pois aqui sua Marla é ainda mais fria, cheia de desenvolturas, pronta para tudo, e quando achamos que tudo seu vai por água abaixo, ela ainda consegue surpreender, e com olhares penetrantes juntamente de um estilo perfeito a atriz se soltou ao máximo para que sua personagem não tivesse falhas, ou seja, perfeita demais. Peter Dinklage também entregou ótimos trejeitos para seu Roman, e com diálogos ácidos e atitudes fortes ele foi preciso demais, só diria que sua máfia foi levemente atrapalhada demais, pois uma máfia russa mesmo não cometeria tantas falhas, mas isso não vem ao ator, pois com seu talento é inversamente proporcional à sua altura, tendo uma grandeza incrível em tudo. Dianne Wiest foi até simples demais com sua Jennifer, porém seus atos de deboche para cima da protagonista foram incríveis de ver, e para ficar perfeito só faltou uma grandiosa risada, mas os trejeitos falaram bem também. Eiza González trabalhou bem com sua Fran, sendo uma amante de respeito para a protagonista, fazendo cenas de olhares e pegadas bem quentes, e sendo bem astuta nos atos acaba agradando também. Chris Messina fez um advogado de máfia digamos meio fajuto, querendo ser sutil e oculto demais nas negociações, faltando um traquejo melhor para seu Dean, mas não chega a decepcionar pelo menos. Quanto aos demais, diria que todos se doaram um pouco para a trama agradando bastante em todos os personagens, desde um juiz levemente imparcial vivido por Isiah Whitlock Jr., passando por diversos donos de clínicas, médicas, e tudo mais bem corruptos e cheio de trejeitos caricatos do estilo, até chegarmos nos capangas atrapalhados da máfia, que erraram demais em todas as suas missões, e claro temos de falar de Macon Blair com seu Feldstron, pois o personagem foi muito bem colocado na trama, e o ator mesmo não fazendo muita coisa agradou demais.

O visual da trama também foi muito bem desenvolvido, mostrando diversos asilos/casas de repouso bem chiques, afinal os "clientes" da protagonista merecem o melhor, vemos um escritório bem estiloso, várias casas sendo completamente depenadas pelas protagonistas pegando todo tipo de objetos de valor, temos boas cenas nos cofres de um banco, temos um escritório da máfia simples porém efetivo com carrões imensos para um pequenino líder, temos uma cena de tortura/interrogatório bem trabalhada no meio do nada apenas usando luzes de carros, e claro muitas cenas com sangue para todo lado, o que pode até assustar alguns que não gostam muito do estilo, mas voltando a classificação, temos aqui uma comédia, ou seja é light. E assim sendo a equipe de arte até trabalhou bastante, e o resultado foi bem preciso e efetivo, com boas nuances nos figurinos também, e sendo diretos sem muitos enfeites.

Enfim, é um tremendo filmaço, que como vocês puderam ler até falei um pouco demais dando alguns spoilers, fiz algumas reclamações de atuações, e claro várias falhas da máfia, mas o resultado completo é tão bom que não tenho como tirar nenhum ponto da nota, e sendo assim na opinião desse Coelho que vos escreve tenho o primeiro 10 da temporada 2021 de filmes, e sei que talvez mais para frente me arrependa da nota máxima, pois dá pra remover um pouco, mas não tem como hoje, afinal o longa me passou muitos sentimentos diferentes, e sendo assim mais do que recomendo ele para todos, pois não é um filme que vai trazer reflexões, mas é perfeito dentro da essência proposta, e fim. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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