Amazon Prime Video - A Vida em um Ano (Life in a Year)

2/16/2021 12:50:00 AM |

Não vou falar que o filme da Amazon Prime Video, "A Vida Em Um Ano", seja algo surpreende, pois já vi diversos longas bem semelhantes, e alguns até bem melhores, porém o ritmo bem colocado, as boas canções, e até a proposta de vermos um Jaden Smith mais esforçado de expressões acabaram dando nuances satisfatórias para que o filme funcionasse, e assim sendo vemos uma trama bonitinha que até passa uma certa emoção e envolve dentro do que se propõe, que é mais uma vez a doença do mal levando alguém embora, quebrando um possível romance incrível de uma vida. E aqui a sacada foi até que bacana, de trabalhar tudo o que poderia acontecer numa vida toda em um ano, ao ponto que temos cenas até meio que jogadas, alguns exageros, e certos dramas de impacto comuns do estilo, mas certamente passam pela boa dinâmica, e o resultado final acaba agradando.

O longa nos questiona o quanto se pode viver em 1 ano? E nos conta que Daryn, ao descobrir que sua namorada, Isabelle, está doente, vai fazer de tudo para provar que não se trata do tempo e sim da intensidade com que se vive a vida.

Diria que o estilo de filme que o diretor Mitja Okorn fez até foi bem colocado, trabalhando as situações com muita dinâmica de estilos, e principalmente sabendo aonde escolher para que os atos ficassem bonitos de ver, e emocionantes para passar diversas sensações, ou seja, ele não quis entregar nem um romance forçado demais, nem um drama que fizesse todos lavarem as salas, mas encaixando tudo dentro de algo mais formatado e direto, ele conseguiu trazer o tema de uma maneira rápida, simples e efetiva, que acaba causando muitos sentimentos, e que junto de uma boa trilha sonora ainda acerta na essência e faz seu filme soar gostoso de ver. Ou seja, é daqueles filmes que funcionam do começo ao fim, que tudo é bem trabalhado, que tem bons personagens, mas que aparenta ficar faltando algum detalhe para explodir total, mas mesmo assim ainda envolve, e funciona, mostrando a qualidade do diretor de ser objetivo, e claro das escolhas que fez junto dos atores para que nada saísse tanto do eixo, e que mesmo usando de clichês clássicos que já vimos em outros longas do tema acabaram acertando e emocionando na medida certa.

E falando nas atuações confesso que fui preparado para atirar umas pedras na atuação de Jaden Smith, afinal na maioria dos seus longas sempre falta expressão e estilo para chamar a atenção, mas aqui seu Daryn até tem uma boa personalidade, se encaixa dentro da proposta, e acaba entregando algo bem colocado, mostrando um esforço em tentar ser mais expressivo que seus últimos papeis, e aqui podendo ainda botar seu rap (que é o que gosta de fazer até mais que atuar), acabou resultando em algo bem interessante de ver. Já Cara Delevingne como sempre se entrega ao máximo para seus papeis, traz toda uma personalidade marcante, bota o carisma pra jogo, e assim fez com que sua Isabelle emocionasse, envolvesse, e ainda fosse escrachada ao máximo, agradando do começo ao fim com muita sinceridade nos atos. Diria que foi engraçado ver um Cuba Gooding Jr. exageradamente sério com seu Xavier, pois não parece, mas ele envelheceu bastante, e aqui ele fez alguém completamente fora de seus papeis, e acabou chamando atenção, mesmo tendo poucas cenas, ou seja, tem chance de usar bem isso no futuro. Nia Long sempre tem estilo nos seus papeis, e aqui sua Catherine é aquela mãe que vai fundo para ajudar o filho, e agradou muito em todos os seus momentos. Chris D'Elia foi pouco usado com seu Phil, e certamente teria muito mais para chamar atenção (e até acredito que tenha gravado mais cenas que não foram usadas), mas deu bom tom em diversos atos e trabalhou bem os olhares em muitas cenas para convencer de sua relação com a protagonista. Quanto aos demais, todos se deram bem em seus devidos momentos, desde os amigos do protagonista bem vividos por JT Neal e Stony Blyden, até a mãe da protagonista em duas rápidas cenas vivida por Michelle Giroux, e claro RZA também com seu Ron.

Visualmente o longa encontrou bons momentos para representar todas as dinâmicas que foram colocadas como marcos na vida e que o protagonista tenta fazer tudo em apenas um ano, mas sem dúvida as melhores representações cênicas ficaram a cargo dos atos opostos da grandiosa mansão do protagonista com todas as dinâmicas de foco de vida, de planos de carreira do jovem, e claro dos sonhos do pai para com o filho, tudo bem representado por objetos cênicos clássicos, em contraponto com a ousadia do pequenino apartamento da protagonista, com simbolismos de uma vida mais aberta, artística com cortinas de palco, um mural de sonhos com os cartões da mãe, e tudo mais, ou seja, a equipe soube brincar bem com pequenos momentos e símbolos para tudo acontecer e funcionar bem representativamente.

Por incrível que pareça não fizeram uma playlist do filme no Spotify, mas deixo aqui a lista completa para quem quiser depois ouvir, pois todas as canções fazem boas conexões com cada ato do filme, além claro das músicas temas, então vale bem toda o envolvimento, e ainda por cima deram o ritmo certeiro para a trama, ou seja, muito bem encaixadas.

Enfim, é um filme que está longe de ser perfeito, que usa muitos artifícios de diversos outros filmes, mas que funcionou dentro do que foi proposto, e envolve bem quem quiser um drama romântico bem trabalhado e desenvolvido, ou seja, é bonitinho e agrada, sendo que vale a recomendação para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto logo mais com mais textos, então abraços e até breve.


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