Terremoto (Skjelvet) (The Quake)

3/14/2020 02:25:00 AM |

Já disse aqui que gosto quando grandes produções de outros países acabam vindo para o interior, primeiro para sabermos que o pessoal gosta de arriscar também saindo dos dramas casuais que direto surgem nas sessões de arte, e segundo para ver que filme de destruição tudo ruma para o mesmo estilo. Digo isso pois já vimos diversos outros blockbusters americanos envolvendo a destruição de uma cidade/país, e sempre temos algum personagem como herói, que acaba fazendo loucuras enquanto tudo está desmoronando, e quase sempre só o lugar aonde está sobra mesmo contrariando todas as leis da Física. Dito isso, o longa norueguês "Terremoto" entrega tudo o que já vimos, mas aqui com um personagem digamos fraco de musculatura, com tudo rumando contra a maré para seu lado de loucura, mas que consegue até ter bons atos, e felizmente a produção não deixou muito barato nas cenas com sangue/mortes, fazendo com que o realismo fosse até funcional demais, porém ele tem um defeito monstruoso, gastaram tudo para as cenas de destruição, e tanto o começo quanto o fechamento ficou extremamente morno, sem atitudes, sem explicações plausíveis para tudo, afinal sendo a continuação de "A Onda" (2015) poderiam ter determinado melhor o começo para não ficarmos tão perdidos, e isso acaba desanimando um pouco o público até começar a ruir tudo, mas ainda assim o filme funciona, prende na poltrona, e assim sendo vale ser conferido.

A sinopse do longa nos conta que em 1904, um terremoto de magnitude 5,4 na escala Richter sacudiu Oslo e arredores. O terremoto teve seu epicentro na região Oslo-Graben, atravessando a capital norueguesa. Os geólogos não podem ter certeza, mas estudos indicam que pode-se esperar para o futuro grandes terremotos nesta área. Quando eles, eventualmente, acontecerão, ninguém pode dizer com certeza. No entanto, sabe-se que a densidade populacional e a infra-estrutura em Oslo é significativamente mais vulnerável hoje do que em 1904. O que esperar se acontecer um terremoto significativamente maior?

Não cheguei a conferir o primeiro filme da franquia, o que de início pareceu até estranho por parecer realmente uma continuação de algo, mas como não havia visto trailer, nem sabia do que se tratava o longa (sem ser sobre um terremoto!), fiquei um pouco perdido, mas deixando essa situação de lado, o trabalho do diretor John Andreas Andersen foi até que bem colocado criando toda a tensão em cima da loucura do protagonista após seu trauma gigantesco de ser um dos poucos sobreviventes de uma grande catástrofe, mas que fazendo a dinâmica bem colocada em busca de pistas, volta a mostrar que agora a capital do país está prestes a sofrer algo ainda pior, que os técnicos andam ocultando da população (aliás os escritos ao final do longa, me faria morrer de medo de morar por lá!), porém o estilo da trama é leve demais de atitudes, e mostra bem pouco o acontecimento, que digamos até contou com bons efeitos, e cenas tensas, mas foi pouco, pois estamos acostumados a ver longas de catástrofes aonde o filme inteiro passam correndo de algo, tentando sobreviver, e aqui é básico demais. Ou seja, o diretor poderia ter ido mais a fundo nos problemas climáticos do país, poderia ter acusado mais tudo, e claro poderia ter feito a família sofrer ainda mais, mas fez o seu filme funcionar ao menos.

Sobre as atuações diria que Kristoffer Joner tem personalidade, conseguiu passar a ansiedade e o desespero que o papel de seu Kristian necessitava, e trabalhou bem os olhares, mas é um personagem morno demais para um filme de ação, e talvez precisassem colocar alguém com mais dinâmica no filme, claro que geólogos são pessoas mais do estilo dele, mas ficou meio fraco de atitude em suas cenas. Kathrine Thorborg Johansen foi meia seca com sua Marit, mas trabalhou bem nas cenas do prédio, encaixando atitude ao menos, e foi coesa em alguns atos, que talvez se melhor trabalhados até emocionaria mais. Ane Dahl Torp trabalhou pouco a emoção de sua Idun, mas suas cenas fortes foram bem intensas, e ali o ato em si foi muito bem feito pela artista, mostrando personalidade ao menos. Quanto aos demais, a maioria foi jogada na trama, de modo que mesmo a garotinha Edith Haagenrud-Sande toda cheia de carisma nas suas cenas, acabamos não nos conectando tanto a ela, e muito menos no chefe climático jogado feito por Stig R. Amdam, ou seja, poderiam ter trabalhado mais eles para ao menos parecer ter mais emoções.

O conceito visual da trama mostrou locações bem bonitas da Noruega, como os fiordes, os grandes prédios da capital, e até alguns apartamentos simples demais, o que acaba tendo um detalhamento da trama sem muita coisa para olhar, tanto que nos atos de estudo na casa do outro geólogo morto vemos muitos elementos, mas o protagonista fica pouco por ali para estudar tudo o que está ocorrendo, mas nos atos de destruição a trama funcionou bastante, de modo que acabamos vendo tudo acontecer com uma qualidade visual bacana que até impressiona, embora alguns momentos pareceram falsos demais de ocorrer, mas que já estamos acostumados, afinal aonde o protagonista está precisa ficar de pé para acontecer mais atos, e sendo assim, o resultado funciona e é até forte de ver ocorrer.

Enfim, é um filme bem intrigante e interessante de ver, que quem gosta de longas de destruição de cidades irá ficar feliz com o resultado final. Claro que está bem longe de ser uma obra prima daquelas que vamos lembrar sempre que perguntarem um filme de destruição, mas ainda assim vale ser visto para pensarmos nas mudanças climáticas que andam ocorrendo, e assim sendo fica a dica. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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