Jexi - Um Celular Sem Filtro (Jexi)

3/07/2020 08:18:00 PM |

Se você espera de um filme com Adam Devine uma comédia sem exageros você está indo ver o filme errado, e já digo isso pois com certeza muitos irão ao cinema conferir "Jexi - Um Celular Sem Filtro" esperando uma versão cômica de "Her", e de forma alguma o longa chega perto disso, pois ele até tem muitos diálogos com o celular, mas a proposta aqui é tentar mostrar o lado ruim de ser um solitário que vive no celular e não vive a vida real, ou ao menos essa era a proposta dentro do conflito todo, porém forçando um pouco para mostrar um sistema operacional maluco que passa a dominar o usuário que não vive sem ele. Não diria que é um filme ruim, mas também passa bem longe de ser algo incrível, e que você precise sair correndo para ver, mas ao menos tem bons momentos divertidos e boas sacadas com outros filmes do ator, mas poderiam ter ido por um vértice diferente para agradar mais.

O longa nos conta que Phil é um rapaz que não tem amigos e sua vida amorosa é inexistente. Ele se depara com os serviços de inteligência artificial de Jexi quando é forçado a atualizar seu telefone. Com Jexi, ele tem companhia e orientação em tudo o que faz. Porém, quando o rapaz perde gradativamente a dependência em usar o celular, Jexi se transforma em um pesadelo ao tentar trazê-lo de volta para ela, mesmo que isso signifique arruinar suas chances de obter sucesso na vida.

Ao ser dirigido e roteirizado por Jon Lucas e Scott Moore ("Perfeita é a Mãe", "Finalmente 18"), já vamos sabendo o estilo que iremos ver, e a trama tem bem a pegada deles, ousando de escracho e cenas mais forçadas, porém falta aquele ato que faça o público rir realmente ao invés de segurar a onda em exageros. Claro que por ser algo próprio do estilo dos diretores e do ator, a trama até se desenrola bem, mas senti que ficaram presos demais na tentativa de criar um romance de segundo plano, que se esqueceram da comédia em si, o que pesou um pouco.

Sobre as atuações diria que Adam Devine até soube se segurar bem como protagonista, pois seu Phil tem a pegada característica que vemos em todos os filmes que atua, e a grande sacada dele aqui foi não ser tão contido com as expressões, e forçar dentro do possível para não ficar ridículo, ou seja, foi bem, mas não foi além. Agora Alexandra Shipp pareceu bem incomodada com seu papel, de modo que vemos uma Cate simples de atos, que se segura sempre nas atitudes, e que mesmo aparecendo pouco, não chama para si suas cenas, ou seja, não vai além também. E sem dúvida, mesmo sem aparecer, as melhores cenas são de Rose Byrne com sua voz para Jexi, de modo que o humor ácido funciona bem dentro do roteiro, e talvez mais piadinhas incômodas para o protagonista funcionasse ainda mais, mas foi bem ao menos. Quanto aos demais, diria que tentaram aparecer e não conseguiram, de modo que vale destacar apenas os atos ridículos de Michael Pena com seu Kai exageradíssimo, que aliás, o ator anda se superando em papéis ruins forçados, ou seja, melhor já dizer que ele está aceitando tudo.

No conceito visual a trama brincou com as belezas e ousadias comuns de São Francisco, tirou sarro de setores ridículos de alguns jornais, e até foi bem colocado dentro da simplicidade de mostrar a evolução e dependência que muitos tem com os smartphones atualmente, mesmo que não ficassem tanto nos detalhes em si, ou seja, a arte da trama tentou mostrar um esporte diferente, atividades ao ar livre, shows e tudo mais para que o público viva mais sem depender do celular, mas não conseguiu atingir tanto.

A parte sonora do longa também foi muito bem executada, de modo que algumas canções até passam a funcionar como parte do roteiro, colocaram um cantor no meio do filme, e assim o resultado evoluiu bem. Não colocaram a trilha completa no Spotify, mas aqui tem as músicas separadas, então só pegar os nomes e ouvir lá.

Enfim, é um filme que até acerta em muitos momentos, mas erra bastante também, e dessa forma o resultado geral do longa é mais forçado do que gostoso e com moral para ser lembrado daqui a alguns anos, e assim só valerá mesmo como uma descontração de final de semana. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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