Homem-Aranha - Longe de Casa em Imax 3D (Spider-Man: Far from Home)

7/05/2019 01:33:00 AM |

Sei que ainda existem muitos amigos que torcem o nariz quando ouvem dizer que Tom Holland possa ser o melhor Homem-Aranha que já foi escalado, e que mesmo soando exagerado em suas desenvolturas, o jovem tem encontrado o estilo bacana que o personagem pede, e que a cada filme entregam mais personalidade para o papel, e colocam mais situações que queremos ver acontecer, deixando tudo bem próximo do que alguns já leram nos quadrinhos, e/ou juntando algumas coisas boas que os outros filmes já tiveram. Ou seja, "Homem-Aranha - Longe de Casa" é a consolidação do ator no papel, do personagem funcionando dentro da proposta mais ampla, e principalmente por ser um longa alegre e gostoso de curtir, mesmo tendo cenas bem tensas e malucas, consegue ser algo mais leve após o impacto completo de "Vingadores - Ultimato", e que agrada do começo ao fim com muitas loucuras, que certamente deixarão muitos confusos com tudo o que é mostrado, com uma sagacidade ímpar da equipe para trabalhar todos os efeitos e transições para brincar realmente com o espectador. E claro, por ser um filme muito dinâmico, cheio de boas cenas de ação, o 3D funciona muito bem para a galera que sempre reclama de ver filmes com a tecnologia e nada ser entregue, e aqui mesmo não tendo tanta coisa saindo da tela, a perspectiva em diversos momentos é incrível, ou seja, uma ótima dica para todos que gostam de longas de super-heróis, que fecha bem o ciclo da fase 3 da Marvel, agora é esperar para ver o que vai rolar na fase 4, principalmente após as duas cenas pós-créditos desse longa, que valem muito a conferida.

A trama nos mostra que Peter Parker está em uma viagem de duas semanas pela Europa, ao lado de seus amigos de colégio, quando é surpreendido pela visita de Nick Fury. Precisando de ajuda para enfrentar monstros nomeados como Elementais, Fury o convoca para lutar ao lado de Mysterio, um novo herói que afirma ter vindo de uma Terra paralela. Além da nova ameaça, Peter precisa lidar com a lacuna deixada por Tony Stark, que deixou para si seu óculos pessoal, com acesso a um sistema de inteligência artificial associado à Stark Industries.

É muito bacana ver a forma que o diretor Jon Watts encontrou para deixar sua marca nesse universo que acabou sendo formatado do personagem, pois houveram muitas críticas direcionadas por ele não seguir uma linha sólida no primeiro filme, que quis ir por vértices muito diferentes e tudo mais, mas que muitos fãs até acabaram gostando de seu estilo, então para o segundo, já que foi garantido no cargo, ele se aprofundou ainda mais nos diversos momentos que os fãs tanto desejavam ver, pegou todo o eixo e ao pegar o roteiro completo de Chris McKenna fez tudo e muito mais para que o filme não ficasse apenas jovial, mas que contivesse ação desenfreada, bons momentos românticos, mais participação dos adolescentes, e principalmente que não destoasse de algo mais condizente com impactos bem colocados, ou seja, preparou o filme que todos desejavam ver, e o acerto acaba saindo muito gostoso, que mesmo não sendo algo que você se impacte a cada ato (como foi o último longa dos super-heróis da Marvel), você saia feliz com o que viu na tela, e até deseje rever para ligar mais pontos, afinal após sair da sessão (e ver a segunda cena pós-crédito) você vai entender um pouco mais sobre os atos de Nick Fury, vai pensar um pouco mais nas jogadas de MJ, e até vai rir mais da interação entre May e Happy, ou seja, tem de tudo um pouco na trama, e isso é bom de ver.

Sobre os atores, já falei muito de Tom Holland, mas volto a frisar que o ator já demonstrou toda sua paixão pelo personagem, brigou muito para conseguir a vaga de Homem-Aranha, e em todos os filmes que fez o personagem se colocou disposto a tudo, treinando muito, e encontrando a desenvoltura perfeita para que seus atos se encaixassem na mesma sintonia que o papel precisava, ou seja, aqui com olhares apaixonados deu seu bom tom para com MJ, se mostrou preocupado pelos amigos, e conseguiu trabalhar os olhares para demonstrar ainda não estar preparado para assumir toda a responsabilidade que o personagem passará a ter, e isso é ótimo, pois conseguirão dar o crescimento do personagem junto com o crescimento do ator, e isso veremos muito em sua evolução. Não sei se Jake Gyllenhall foi a melhor escolha para viver Mysterio, mas o ator foi dinâmico, encontrou facetas bem expressivas, e combinou a personalidade dupla com muita precisão, ou seja, acabou se arrumando para o papel, além de que o momento que coloca os óculos pela primeira vez, mesmo sem brincar com ilusões, deu uma nuance rápida de alguém que qualquer um faria o que o Aranha faz, ou seja, acabou funcionando muito. Zendaya e Jacob Batalon tiveram agora bem mais momentos na trama com seus MJ e Ned, encontrando boas interações junto do protagonista e funcionando como elos de viradas leves no filme, o que acaba não incomodando, e principalmente acaba agradando, pois ainda podem auxiliar muito mais na desenvoltura pessoal do personagem. Jon Favreau volta com tudo com seu Happy, encaixando momentos incríveis junto do protagonista (a cena no avião escolhendo a música perfeita para o momento perfeito foi demais), e ainda tendo graciosidade cômica com a tia May, ou seja, foram bem sagazes nesse quesito. E para finalizar, mas não menos importante, Samuel L. Jackson e Cobie Smulders voltaram muito bem como Nick Fury e Maria Hill para encontrar o elo certo que a trama precisava do eixo Vingadores, não precisando dos super-heróis para desencadear nada na trama, e deixando que o filme fluísse somente com o protagonista.

No conceito visual, o longa deu um show, e nem tanto pelas locações em Veneza, Londres, Praga e Berlim, mas sim pela composição completa das ilusões criadas no longa, que certamente a equipe artística ficou muito maluca e saiu atirando imagens para todos os lados, criando ambientações tão fortes e incríveis que não temos condições alguma de saber o que é real ou não, e a sacada final foi melhor ainda para que o protagonista soubesse isso, o que deu um charme a mais, ou seja, temos explosões, monstros gigantes, muita tecnologia, e principalmente, tudo ocorrendo em ótimas locações, o que mais desejaríamos: uniformes incríveis para o personagem? Sim, criaram um melhor que o outro, e a cena de criação de um foi algo para emocionar na medida, com muita imposição e carisma para agradar demais. A fotografia soube ser dinâmica na mesma forma, brincando com muitas cores, trabalhando as sombras para que cada ato ficasse na medida entre drama e ação, e ainda escolhendo bem os ângulos para funcionar muito bem a conversão 3D. E falando em 3D, temos ótimas dinâmicas com o personagem em primeiro plano, muitas cenas com ritmo desenfreado para dar perspectiva de imersão, e até alguns momentos com coisas saindo da tela, ou seja, tudo o que o pessoal que tanto reclama da falta de tecnologia terá para ficar bem feliz e fazer valer o ingresso mais caro.

Enfim, um filmaço, que até possui leves defeitos, mas que soa tão gostoso de conferir que acabamos cativados por cada elo, saindo da sessão bem felizes com o resultado final, e esperando muito mais, pois tudo foi encaixado na trama com um motivo sólido, não sendo feito para tampar um buraco apenas, mas sim sendo um filme do personagem, com abrangências maiores bem conectadas e agradáveis de ver. Ou seja, vá ao cinema, se divirta muito, veja as referências, e principalmente, fique para ver as duas cenas pós-créditos, pois elas fazem parte da trama, e vão valer muito serem conferidas. Bem é isso pessoal, fica a recomendação desse, que é praticamente a única estreia da semana, e volto em breve com mais textos do streaming, então abraços e até logo mais.

PS: não vou falar alguns dos meus desapontamentos com o longa, pois a maioria são spoilers de coisas que aparecem no trailer, e ficariam bem legais de funcionar no longa, mas quem for conferir irá entender o motivo de não dar nota máxima de perfeição, mesmo o longa sendo bem bom.

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