Sempre que falamos sobre filmes de espionagem que envolvam bombas roubadas e muita ação para todo lado, sabemos que a fluidez das cenas acabam dependendo quase que 100% da determinação dos protagonistas e de uma direção que se permita entregar cada ato melhor que o outro para envolver o público, e "O Assassino - Primeiro Alvo" infelizmente não consegue essa façanha, de modo que tudo acontece tão superficialmente que ficamos apenas esperando o ato seguinte com a certeza do que irá praticamente ocorrer. E sendo assim o que vemos são sim boas cenas de ação e luta, aonde os protagonistas até soam interessantes, mas nada que impressione por técnica ou pela história em si, valendo apenas mesmo a grandiosa cena no meio do mar e nada mais.
A sinopse do longa nos conta que devastado pela morte da noiva diante de seus olhos em um atentado terrorista, Mitch Rapp dedica-se incansavelmente à vingança, o que chama a atenção da CIA. Recrutado, o descontrolado rapaz é enviado para o rígido treinamento de Stan Hurley, veterano militar que prepara assassinos secretos de atuação internacional e tem sérias ressalvas à avaliação psicológica de Mitch.
A direção de Michael Cuesta até se mostrou segura dos atos e criou bons vértices, principalmente por colocar alguns ângulos mais amplos, mostrando que não usou muita computação gráfica, optando por uma realidade cênica mais abrangente, e com isso se a história fosse melhorzinha teríamos um filme mais empolgante e menos didático, de modo que tudo parece ocorrer artificialmente e sem muito sal para causar tensão e/ou nervosismo com os protagonistas. Claro que muitos espiões/agentes são frios ao extremo, mas aqui o exagero passa dos limites e tudo acaba mais cansando do que empolgando na telona
Sobre as atuações, o ponto mais bacana é ver que Dylan O'Brien melhorou bem após seu grande acidente nas gravações de "Maze Runner" e já está bem disposto para grandes filmes, tanto que aqui ele mostrou trejeitos bem mais adultos (afinal já está bem mais velho) com seu Mitch e um carisma mais neutro e interessante de ver, saindo do galã juvenil que fazia tradicionalmente, ou seja, está mais impactante para corresponder aos papéis mais forte que lhe irão entregar, e que certamente sairá melhor a cada vez, pois aqui já demonstrou algo bem mais profissional e de grande chamariz, mesmo que tenha soado um pouco antipático demais. Michael Keaton quando quer ser durão e com força cênica sabe bem os trejeitos que deve entregar, e aqui embora seu Hurley seja interessante, ele acabou pecando em ares jogados demais para que gostássemos do seu papel. Taylor Kitsch até fez bons olhares como o vilão Fantasma da trama, mas acabou aparecendo bem menos do que deveria e com isso acaba ficando falho demais para empolgar também, de modo que poderia ter batido mais em cena. Os demais personagens da trama até tentaram aparecer um pouco mais, mas a maioria é quase tão jogado quanto os protagonistas, valendo ter leves destaques com as duas mulheres da trama, Sanaa Latam como Irene, o nome forte da CIA, e Shiva Negar como Anikka, mas mais pelas suas boas cenas de luta.
Quanto ao visual da trama, gastaram demais passeando por diversos países para tentar criar uma base mais envolvente, e o resultado acabou ficando mais desgastado ainda, pois até foi trabalhado um pouco as diversas culturas que vemos atualmente botando pessoas contra pessoas, pessoas contra países, e até trabalhou-se bem alguns objetos cênicos para dar um leve enfeite para cada ato, mas nada que fosse impressionante de ver, mostrando que a equipe de arte gastou sem usar qualidade cênica, e isso infelizmente é um erro monstruoso, destaque apenas para as cenas de realidade virtual para treinamento (algo literalmente chocante!!), para as cenas da praia no início, e para os momentos de tortura (que chegam a doer na gente!). A fotografia usou o básico, colocando leves nuances, mas usando principalmente muita iluminação natural, e infelizmente nesse estilo de filme é preciso ousar um pouco mais para criar tensão, colocando tons escuros em mais cenas, botando cores quentes nas cenas de briga para causar furor no público e até mesmo sabendo dosar os atos com coisas falsas, pois senão o público acaba ficando indiferente como a produção também acaba entregando algo indiferente. Destaque mais positivo na questão técnica para os ótimos efeitos da grandiosa cena final, pois ali embora tenham usado muita computação gráfica, ficou algo realmente impressionante que nem nos filmes de catástrofes conseguiram fazer algo tão impactante.
Enfim, é um filme mediano que poderia empolgar muito mais, mas está bem longe de ser algo ruim, até agradando em algumas boas cenas de luta, apenas esperava que por ser um filme de ação/espionagem tivesse mais de ambas as coisas, e não a facilidade que tudo acaba acontecendo. Portanto, se você gosta do estilo, mas prefere filmes mais lights do que aqueles pesadões aonde parece que você sai cansado da sessão com tanta ação, esse é o seu número, senão pode deixar ele como uma boa segunda opção caso não tenha nada melhor para ver. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas hoje ainda confiro outro longa, então volto em breve com mais um texto, por enquanto fiquem com meus abraços e até logo mais.
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