Qual é o Nome do Bebê?

10/02/2013 01:00:00 AM |

Trabalhar a comédia usando drama é algo que poucos diretores conseguem fazer com um grupo de atores. E o que vemos em "Qual é o Nome do Bebê?" é simplesmente uma obra de arte em fazer isso, misturando uma brincadeira que vai ficando bem pesada com uma levada cômica impressionante que em momento algum conseguimos imaginar como tudo pode terminar. Imagine que uma provocação que você faça com alguém usando uma brincadeira de mal gosto, até onde pode ir levando e como vai resolver ao saber a verdade, pois bem, o longa vai nessa levada e agrada demais.

A sinopse nos mostra que com mais de quarenta anos de idade, Vincent vai ser pai pela primeira vez. Radiante, ele é convidado pela irmã e o cunhado para jantar, em companhia de sua esposa e de um amigo de infância. Enquanto a esposa não chega, os amigos começam a fazer perguntas sobre a paternidade, até chegar à inevitável questão sobre o nome do bebê. Quando Vincent finalmente anuncia o nome escolhido, o caos se instala na família.

É inevitável a comparação que podemos fazer com "Deus da Carnificina", pois de uma simples conversa tudo vai incrementando até chegar aonde ninguém pode esperar. E com isso o roteiro beira o genial, pois com todo o drama envolvido consegue nos fazer rir e muito sem precisar ser feito nenhuma palhaçada. Os diretores souberam dosar muito bem os momentos de cada ator e fazer um experimento único que nos deixa quase que numa plateia dum teatro vendo a confusão pegar fogo bem na nossa frente. Nem seria necessário a saída do quadro para uma cena externa, mas ela acaba até sendo bonitinha, acho que sem ela ficaria mais coeso. Outro fator que achei desnecessário foi a introdução apresentando cada um dos personagens, acho meio cafona essa forma de início de filme. Mas tirando isso não é a toa que o longa levou 6 indicações ao Cesar, inclusive para melhor filme, e conseguiu abocanhar 2 prêmios, mas irei falar mais deles abaixo.

Os prêmios de melhor ator e atriz coadjuvante foram mais do que merecidos para Guillaume de Tonquedec e Valérie Benguigui, pois eles além de manterem tudo numa ótima linha mixando humor e drama, conseguem no seu momento solo emocionar com uma força ímpar que poucos atores conseguem fazer. Além dos dois, Patrick Bruel também arrasa e só perdeu porque o vovô de "Amor" está no fim da vida e resolveram premiar ele, senão era ponto certo para seu humor negro de primeira linha que é perfeito para a trama. Charles Berling é outro que pontua muito bem no conjunto da obra, tem seus momentos excessivos, mas agrada no geral. Judith El Zein é um pouco fraca para o personagem e é a única que destoou do grupo, mas seu personagem acaba importante para alguns diversos momentos, então conseguiu pelo menos segurar.

O visual fechado de praticamente um cômodo só da casa é interessante para não estragar o que o filme tem de bom, que são os diálogos e as ótimas interpretações, e mesmo ficando somente na sala, a equipe de arte trabalhou muito bem para que ele tivesse diversos elementos cênicos que incorporassem toda a dramaticidade e humor dos protagonistas. Houve um pequeno problema na fotografia que não sei se é devido o longa ter passado já por tantos lugares e ter estragado a película ou foi um erro realmente do filme que o tom da fotografia mudou violentamente de amarelado para azul e isso não foi em um momento programado que parecesse ser algo funcional da trama, então ficou bem estranho isso, porém no geral o tom amarelado que predomina aquece bem a trama.

Enfim, é mais um filme excelente que a França nos apresenta e com toda certeza podemos aguardar muito em breve alguma adaptação americana, já que tudo que dá certo lá, eles acabam copiando. Vale muito a pena conferir, então quem tiver oportunidade vá que é diversão na certa. Fico por aqui, mas ainda temos mais um longa para encerrar a semana cinematográfica, então abraços e até mais tarde.


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