Sabe quando falamos que o que vale é a intenção? É literalmente para filmes como "Brincando Com Fogo", pois a proposta de mostrar o quanto o mundo está maluco com as famosas políticas extremas até foi bem colocada na tela, porém demoraram demais para entregar isso, criando um vínculo familiar com os protagonistas exageradamente longo, tanto que olhei no relógio duas vezes para saber quanto faltava ainda de filme e vi que já estava quase encerrando a trama quando tudo começou a se inverter, ou seja, o diretor perdeu a oportunidade de ser mais conflitivo amarrando demais para criar carisma e desenvoltura entre os personagens. Claro isso é algo que dá um valor emocional para a trama, mas não precisava de tanto, talvez com 30-40 minutos já acontecer logo a briga do rapaz, e com no máximo 70 minutos ocorrer seu ato de vingança, podendo ser mostrado na tela ambos os atos violentos para causar realmente algo no público, mas não tudo isso rolou com muito mais tardiamente, e com isso o filme esfria tanto (ou melhor, enrola tanto) que um rapaz que estava na fileira de trás da minha começou a roncar mais alto que o volume do som da sala, e eu chamo isso de falhar grosseiramente com o resultado, pois um filme que faz alguém dormir profundamente não tem como justificar.
O filme nos conta que Pierre tem 50 anos e é pai solteiro de dois filhos. Louis, o caçula, está prestes a sair de casa para estudar em Paris. Fus, o mais velho, vive cada vez mais recluso. Fascinado por violência, ele se envolve em grupos de extrema direita, totalmente opostos aos valores de seu pai. Entre eles, há amor e ódio, até que uma tragédia muda tudo.
Quanto das atuações, é inegável o quão expressivo Vincent Lindon é, e aqui seu Pierre Hohenberg acaba sendo desenvolvido até demais, o que acabou tendo nuances interessantes, mas que não foram usadas tanto para a serventia da trama, e isso fez com que o ator apenas fosse gasto na tela. O jovem Benjamin Voisin mostrou muita força visual nos trejeitos de seu Félix Hohenberg ou melhor conhecido como Fus, mas sua explosão cênica poderia ter sido ainda melhor usada na trama se as diretoras tivessem dado mais liberdade para que seus atos impactassem e fossem mostrados. Stefan Crepon também teve bons momentos com seu Louis Hohenberg, mas não teve tanto espaço e nem merecia muito para se desenvolver na tela, de modo que ficou sendo apenas como o irmão bonzinho. Quanto aos demais, praticamente ninguém teve muita abertura na tela, de modo que não valem grandes destaques chamativos para nenhum secundário.
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O filme nos conta que Pierre tem 50 anos e é pai solteiro de dois filhos. Louis, o caçula, está prestes a sair de casa para estudar em Paris. Fus, o mais velho, vive cada vez mais recluso. Fascinado por violência, ele se envolve em grupos de extrema direita, totalmente opostos aos valores de seu pai. Entre eles, há amor e ódio, até que uma tragédia muda tudo.
Diria que as diretoras, roteiristas e irmãs Delphine e Muriel Coulin quiseram dar muito vértice para o lado dos irmãos, da comparação entre o que vai para a faculdade contra o que faz ensino técnico, da vida deles sendo criados pelo pai sozinho, e de todo o ensejo ao redor das influências, mas enfeitou demais tudo, e aonde elas deveriam explodir mais para mostrar realmente os efeitos dos extremos, ficamos apenas com o jovem bem machucado e do outro lado um morto e o julgamento já acontecendo com um pai desolado sem saber aonde errou. Ou seja, faltou colocar o acento aonde deveria para que tudo fosse mostrado e causasse, e não deixar apenas que o público imaginasse e interpretasse, pois assim acaba sendo um erro em não se direcionar, e com erros de direção não tem como fazer um filme funcionar.
Quanto das atuações, é inegável o quão expressivo Vincent Lindon é, e aqui seu Pierre Hohenberg acaba sendo desenvolvido até demais, o que acabou tendo nuances interessantes, mas que não foram usadas tanto para a serventia da trama, e isso fez com que o ator apenas fosse gasto na tela. O jovem Benjamin Voisin mostrou muita força visual nos trejeitos de seu Félix Hohenberg ou melhor conhecido como Fus, mas sua explosão cênica poderia ter sido ainda melhor usada na trama se as diretoras tivessem dado mais liberdade para que seus atos impactassem e fossem mostrados. Stefan Crepon também teve bons momentos com seu Louis Hohenberg, mas não teve tanto espaço e nem merecia muito para se desenvolver na tela, de modo que ficou sendo apenas como o irmão bonzinho. Quanto aos demais, praticamente ninguém teve muita abertura na tela, de modo que não valem grandes destaques chamativos para nenhum secundário.
Visualmente a trama também foi bem básica e morna, ao ponto que os símbolos ficaram marcados apenas pelas tatuagens, pelo jovem preparando sua "arma", pelas brigas de gangues e lutas clandestinas, mostrando o protagonista consertando as linhas de trem com seus devidos amigos sindicais, tendo uma casa bem básica, e mostrando uma faculdade clássica de esquerda, mas tudo bem subjetivo sem grandes aprofundamentos, além claro de alguns jogos de futebol, mas nada que impusesse na tela o que as diretoras desejavam.
Enfim, é daqueles filmes que você até se conecta com a essência, entende o que desejavam passar, mas que fica esperando realmente o soco acontecer, e a formatação das emoções acaba sendo básica demais para algo que precisava ir além. Ou seja, era para ser um dos filmes mais marcantes do Festival e acabou sendo morno demais para ser lembrado. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais longas do Festival de Cinema Europeu da Imovision, então abraços e até breve.