VOD - A Última Showgirl (The Last Showgirl)

8/17/2025 10:47:00 PM |

Alguns filmes tão falados acabam caindo para locação digital por aqui, e até esquecemos da existência deles, parecendo que nem foram lançados, e após ter conferido o novo "Corra Que a Polícia Vem Aí!", lembrei que Pamela Anderson raspou a trave de levar o prêmio de Melhor Atriz em diversas premiações com o longa "A Última Showgirl", então resolvi dar uma caça e vi que tinha sido lançado em Março diretamente para locação, ou seja, as distribuidoras praticamente deixaram de lado uma trama com uma atuação digna de prêmios, e realmente a atriz se entregou ao máximo, sabendo se impor em diversas cenas, e mostrando uma personalidade forte e densa para um papel que certamente já viu muitas vezes, de mulheres que acabam deixando de lado a família para viver seus sonhos, e acabam apenas fazendo isso o resto de sua vida sem procurar outra oportunidade de acertar, e claro sem pensar no futuro. Ou seja, é um filme bem reflexivo, cheio de nuances expressivas por parte da protagonista, porém extremamente depressivo, aonde a densidade dramática acaba sendo até um pouco exagerada, mas que para a proposta da trama, funciona, e principalmente mostrou uma atriz que voltou com tudo para papeis que tem sua cara e estilo, então confiram!

No longa acompanhamos a trama de uma experiente dançarina que, aos seus 50 anos, está prestes a encerrar sua carreira de forma abrupta e embarcar para uma nova jornada em seu futuro após 30 anos de exibição nos palcos. Como tendo crescido sabendo apenas fazer o que faz de melhor, que é a dança, ela luta constantemente para decidir qual será o próximo passo a ser tomado. Como mãe, ela se esforça ao máximo para consertar um relacionamento tenso com a sua filha, essa que muitas vezes ficava em segundo plano dentro de sua vida, com a mãe preferindo e dando mais atenção a sua família de dançarinas.

A neta de Francis-Ford Coppola, Gia Coppola tem dado passos bem largos no mundo da direção mostrando segurança de estilo em temas complexos, o que mostra uma desenvoltura própria e sábia, pois facilmente poderia ser comparada com o avô caso focasse demais em tramas com pegadas policiais e suspenses, e aqui ela soube segurar o brilho da protagonista com tudo o que vinha acontecendo, com as nuances simples porém bem sacadas do grupo de mulheres, e sem precisar forçar para o estilo sensual das garotas, ela deixou a trama certeira na dinâmica contada, ousando e usando bem os artifícios do estilo para algo mais melodramático, sem também precisar recair a choros ou musiquinhas emotivas. Ou seja, é uma diretora que tem segurança no seu estilo, e que mesmo bem nova já sabe os rumos que deseja tomar, e que principalmente deu voz e enquadramento para que a protagonista brilhasse na tela e levasse seu filme a um outro patamar.

E já que comecei a falar da protagonista, Pamela Anderson fez aqui o papel tão primoroso, tão sutil e forte ao mesmo tempo, que sua Shelly chega a brilhar sozinha na tela, de modo que a câmera quase não consegue tirar o foco dela em momento algum, mesmo que seja preciso, e isso acontece muito quando a dramaticidade se permite abrir vértices para grandes diálogos, o que não é o caso aqui, mas sim pelas nuances emocionais que a personagem acaba sendo construída, ou seja, deu realmente um show no que fez, e mereceu cada indicação que conseguiu, e as reclamações nas que foi esquecida, e como no outro filme que vi ontem ela dando boas entregas, acredito que vai ainda chamar muita atenção nas telas com outros bons papeis. Outra que se jogou demais em cena foi Jamie Lee Curtis com uma Annette tão desconstruída, porém tão vivida que chega a impactar com sua entrega na tela, tendo claro os melhores diálogos e dinâmicas, chamando tudo para si, claro sem roubar o protagonismo da Pamela. Já vi Dave Bautista atuando em muitos estilos diferentes de filmes, mas aqui seu Eddie permitiu ao brutamontes uma personalidade mais fechada e emotiva, criando dinâmicas tão bem encontradas com todas as personagens femininas, não sendo aquele homem que quebra a dinâmica em um filme com propostas femininas, mas sim o que incrementa, e assim sendo ele foi muito melhor do que o esperado. Ainda tivemos outros bons momentos com Kiernan Shipka com sua Jodie e Brenda Song com sua Mary-Anne, mas os atos mais pontuais e chamativos junto da protagonista ocorreram com Billie Lourd com sua Hannah, e assim sendo foi a secundária que mais conseguiu chamar atenção, mesmo com trejeitos bem fechados.

Visualmente a trama teve atos bem fechados em um clube de dança de Vegas, mostrando mais os camarins aonde as mulheres colocavam suas roupas correndo pelas escadas para as transições do show, um foco na casa simples da protagonista tanto dentro quanto no quintal sem nenhum luxo, com tudo do mais básico para sobreviver, algumas andadas pela cidade, e algumas audições para outro show, além de um cassino aonde Annette trabalha. Ou seja, é o famoso filme local, sem precisar criações gigantescas da equipe de arte, aonde o simples segura bem com todas as devidas nuances sem enfeites e tudo mais.

Enfim, é um longa interessante de proposta, com uma direção segura e uma atuação esplêndida, aonde talvez ele ative alguns gatilhos nas pessoas que também vivem nesse estilo de trabalho único, aonde mudanças mais assustam do que agradam, e assim sendo vale também como uma reflexão. Então fica a dica para a locação, e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais dicas, deixo vocês com meus abraços e até breve.




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