É interessante como muitos acreditam num mundo melhor, que dá para melhorar toda a bagunça que já fizeram e as consequências que isso trará para o futuro das próximas gerações, e o documentário "Amanhã" que fez um enorme sucesso na França, vencendo inclusive o Cesar de melhor documentário, vem mostrar propostas que andam sendo feitas na agricultura, na energia, na economia, na democracia e na educação, mas tudo mostrado de uma forma tão empolgante que quase dá para sentir o ar de palestras motivacionais por trás de tudo e que com tanta explanação só quem gosta de grandes palestras mesmo consegue segurar o sono que o longa acaba entregando. Não digo que seja algo ruim, muito pelo contrário, é um longa que conseguiram ir atrás de muita coisa positiva, mas assim como digo sempre em documentários, poderiam ter ido atrás dos dois lados da moeda, não ficando somente com algo tão motivacional, pois acabamos não vendo outras possibilidades se não que todas grandes corporações são imensos monstros, que devemos só comer coisas produzidas por pequenos e dentro de nosso bairro, e por aí vai, ficando algo utópico demais de se acreditar, caso você não seja do meio.
A sinopse nos diz que se mostrar soluções e contar uma boa história fosse a melhor maneira de resolver as crises ecológicas, econômicas e sociais que atravessam nossos países? Após a publicação de um estudo que anunciava o possível desaparecimento de parte da humanidade até 2100, Cyril Dion e Mélanie Laurent partiram com uma equipe de quatro pessoas por dez países para entender o que poderia provocar essa catástrofe e, sobretudo, como evitá-la. Durante a viagem, encontraram pioneiros que reinventaram a agricultura, a energia, a economia, a democracia e a educação. Todas juntas, estas iniciativas positivas e concretas, já contribuem para definir o mundo de amanhã…
O trabalho de pesquisa dos diretores Cyril Dion e Mélanie Laurent foi algo bem trabalhosos e interessante, que com muita coleta por 10 países acabou virando algo de um portfólio maravilhoso para se trabalhar, e claro que o documentário em si é um formato de portfólio para jornalistas, mas esse estilo de panfletagem precisa ser mais comedido e trabalhado para que não soasse aberto demais. Ou seja, é um filme muito bem feito, que vai motivar muita gente a tentar fazer coisas boas para um futuro melhor, mas que em contrapartida quem não for deveras fã de documentários, ainda mais do estilo motivacional buscando coisas bonitas para dizer, vai achar mais cansativo que tudo. Volto a frisar que os depoimentos são ótimos, o estilo visual trabalhado muito bonito de se ver, a ideia maravilhosa, mas falta o contra-argumento para que a situação toda ficasse mais crível e menos panfletária, assim como acaba acontecendo nos longas do Michael Moore ou do Al Gore, que pesam para o lado negativo apenas, ou seja, um filme feito para palestras, cada um mostrando o seu lado positivista ou negativista.
De documentários não posso falar sobre o estilo de atuações, ou estilos da fotografia, direção de arte, etc, portanto é melhor fechar o texto apenas voltando a frisar que o material todo foi incrível, são ótimos estilos de filmagem, com pessoas bonitas falando bonito, mas faltou muito para convencer que tudo tem solução como tentaram passar, e principalmente encontrar um ritmo mais envolvente, pois palestras motivacionais são cansativas demais. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas amanhã volto com mais textos, agora de um documentário feito aqui em Ribeirão Preto que terá a premiere gratuita no Cauim, então abraços e até amanhã.
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