Ambientado no vibrante cenário de um mundo retrô-futurista inspirado nos anos 1960, o filme acompanha Reed Richards, Sue Storm, Johnny Storm e Ben Grimm enquanto enfrentam seu maior desafio até então. Forçados a equilibrar seus papéis de heróis com a força de seus laços familiares, eles precisam defender a Terra de um deus espacial voraz chamado Galactus e sua enigmática Arauto, Surfista Prateada. E como se o plano de Galactus de devorar o planeta inteiro e todos que vivem nele não fosse ruim o suficiente, a história se torna subitamente muito pessoal.
Por incrível que pareça, esse é o primeiro (ou segundo) longa do diretor Matt Shakman que dirigiu muitas séries antes de lhe darem o filme, e ainda mais incrível que ele não transformou seu filme em algo seriado e necessário de ser feito em série, conseguindo encaixar um começo, meio e fim bem determinados, que funcionam na tela em pasmem menos de duas horas já com os pós-créditos, ou seja, é um caso raríssimo de diretor que sai desse nicho e consegue esse feito. Claro que para isso o roteiro passou por uma tonelada de mãos, e pelo diretor criativo da Marvel, que soube voltar lá para o seu início, aonde íamos ao cinema para assistir a um filme, não um pedaço de um projeto gigantesco aonde tudo era milimetricamente conectado e víamos uma salada de personagens que jamais vimos em outros filmes, tudo de forma corrida e mal feita. Ou seja, a sacada completa da trama foi muito bem desenvolvida, mostrando rapidamente como os personagens adquiriram seus poderes, mostra o laço familiar muito bem conectado de todos, foca perfeitamente somente neles e no vilão junto de seu arauto, e coloca a missão sendo trabalhada tanto como um feito heroico e/ou o drama de uma família pronta para defender seu mais novo membro, e assim não foge para as tangentes agradando como deve ser feito.
Quanto das atuações, muitos fãs andam reclamando de Pedro Pascal como Reed Richards/Senhor Fantástico, mas o ator é bom no que faz, convence com o jeitão de líder inteligente do grupo, consegue passar carisma em suas cenas mais densas, e acerta no que faz, então caiu bem para o papel, e veremos como irá se sair quando tiver mais nomes fora da família. Já Vanessa Kirby trouxe para sua Sue Storm/Mulher Invisível muita imponência na tela, se jogando com trejeitos amplos, brincando aonde poderia brincar, e o principal sendo uma mãe como toda mulher quando tem seu filho faz, virando praticamente uma leoa, e assim sua personalidade e entrega agrada bastante. Um grande feitio da trama e do ator Joseph Quinn/Tocha Humana foi trabalhar seu Johnny Storm para que não virasse o bobão tradicional das outras adaptações do Quarteto, de modo que aqui ele ainda tem um ímpeto descontrolado, mas o ator conseguiu mostrar outras facetas e dinâmicas bem interessantes, e assim o personagem acaba ganhando o público. E falando em ganhar público, Ebon Moss-Bachrach conseguiu fazer com que seu Coisa/Ben Grimm tivesse um carisma emocional incrível, ao ponto de divertir e ser imponente, fora que tendo a sacada de mudança de visual com "barba" ficou algo muito bacana de ver. Não diria que vi Ralph Ineson na tela, afinal seu Galactus é um personagem muito grande, e sempre de capacete não temos as facetas interpretativas características do ator, mas seu tom imponente de voz chamou atenção ao menos. Outro ponto que os fãs estão dando à luz com críticas negativas para todos os lados foi colocarem uma Surfista Prateada ao invés de um Surfista Prateado como todos conhecem dos outros filmes e dos quadrinhos, porém a atriz Julia Garner fez tão bem seu papel, sendo imponente e com boas sacadas para sua Shalla-Bal que a história acaba conectando bastante tanto com a ligação com Johnny, quanto com o que virá no futuro para poderem usar mais do seu namorado/amante que todos conhecem das HQs. Ainda tivemos alguns outros atores e personagens, mas muito pouco usados realmente na tela, meio quase que jogados para falar a verdade, então apenas vamos destacar o bonequinho H.E.R.B.I.E que não é um ator particularmente interpretando na tela, mas que ficou bem bacana de ver.
Visualmente o longa está belíssimo com a temática dos anos 60, e com efeitos computacionais muito bem trabalhados tanto na Terra 828 quanto no espaço, que quem for conferir em 3D acabará desviando dos asteroides e pedaços de prédio que irão cair em sua direção, além de uma imersão no espaço deliciosa com muita ambientação, a torre aonde os protagonistas moram também cheia de detalhes e dinâmicas, com um ambiente amplo aonde tudo chama atenção. Tivemos ainda alguns atos na cidade Subterrânea aonde o Homem-Toupeira domina, sem grandes detalhes, mas que foi valorizado, e claro um Galactus imenso que na Terra ficou parecendo quase um Godzilla destruindo prédios e tudo mais, tendo boas cenas de lutas, e uma grande presença imersiva na tela. Além claro de mostrar cenas dos desenhos antigos, tanto no começo quanto na cena do final dos créditos, muito bem lembrada.
No conceito da trilha sonora, a canção-tema do Quarteto toca tantas vezes, e vicia na cabeça de tal forma que ao sair da sessão indo no estacionamento, um rapaz que acredito estar vendo o trailer no celular, pareceu que a música ainda estava gravada na minha mente, ou seja, vou ficar cantarolando Fantasssssstic Fourrrrrr um bom tempo ainda com a presença marcante instrumental do começo ao fim.
Enfim, é um filme que volto a falar que funcionou demais, não sendo algo perfeito, mas que convence tanto quem gosta de filme de heróis, quanto quem desejar um bom drama de ação tradicional, afinal como disse no começo, não precisará saber absolutamente nada da Marvel ou de outros personagens inseridos na tela, então vá e se divirta, e claro amigos fãs, peguem leve com as mudanças, afinal funcionou também na tela. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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