O Tesouro do Pequeno Nicolau (Le Trésor du Petit Nicolas) (Little Nicholas' Treasure)

12/17/2022 01:17:00 AM |

É engraçado como alguns filmes bem simples e aparentemente bobinhos conseguem passar tanta essência emocional para com o público, e certamente veremos muitos adultos bem envolvidos com a trama de "O Tesouro do Pequeno Nicolau", que embora seja uma trama digamos infantil, que usa a base do tradicional garotinho que já vimos em outros filmes franceses, afinal usam como referência aos livros de René Goscinny, aqui foram inovadores em trabalhar uma essência de amizade, de personalidade, aonde o protagonista conseguiu soar envolvente sem apelar, e conduzir toda a trama para um lado lúdico e gostoso de ver. Ou seja, é um filme que muitos talvez até pulem por achar bobinho e ingênuo demais, mas que mostra boas lições familiares, de amizades, de vivências em escolas, e que acaba agradando bem mais do que pecando em alguns exageros, e que facilmente os escritores de longas nacionais que tentam fazer filmes lúdicos precisariam ver, pois é assim que se emociona sem apelar.

O mundo tranquilo do pequeno Nicolau inclui o papai, a mamãe, a escola, e, o mais importante, sua turma de amigos. Eles são chamados de Os Invencíveis, mas, acima de tudo, são inseparáveis. Ao menos, é o que pensam. Quando o papai é promovido, e a família deve se mudar para o sul da França, o mundo do menino se despedaça. Como seguir em frente sem seus amigos? Com ajuda deles, Nicolau embarca numa jornada em busca de um tesouro que pode evitar seu maior medo – mudar de cidade.

Praticamente um mês atrás assisti à um filme do diretor Julien Rappeneau com uma temática também infantil que foi maravilhoso, chamado "Meu Filho é um Craque", que foi lançado lá fora em 2019, mas só chegou por agora no nosso país, e eis que agora pude conferir seu novo longa que será lançado na próxima quinta dia 22, e pasmem, novamente ele acerta em cheio no desenvolvimento dos personagens, no carisma das crianças com quem trabalha, e mesmo tendo adultos levemente bobos, não acabam soando exagerados, ou seja, algo tão funcional e gostoso de ver que entramos bem na onda de não querer mudar de cidade e perder os amigos, todo o lance de um pai desejando agraciar o filho, e claro a sacada dos garotinhos com a professora foi algo bem fofo que souberam entregar, e dessa forma o que vemos na tela é um filme doce, mas que também tem suas mensagens, e assim sendo o resultado funciona muito, e mostra que o diretor e roteirista encontrou completamente o seu nicho, com dois bons acertos.

Sobre as atuações, posso dizer que assim como ocorreu nos outros dois filmes que usaram a base dos livros, "O Pequeno Nicolau" e "As Férias do Pequeno Nicolau", todos os garotos da turma foram muito bem escolhidos para entregar boas dinâmicas e não cansar o público, porém temos o mesmo defeito de sempre precisar apresentar eles, afinal mudam os atores para estar sempre na mesma faixa de idade, e como são diferentes abordagens, mudam um pouco o estilo, e dito isso não vou ficar falando muito de cada um, dando claro o grande destaque para Ilan Debrabant que deu nuances bem graciosas e expressivas para seu Nicolau, trabalhou com grandes virtudes e chamou muita atenção para si, de modo a mostrar sempre que é o protagonista ali, e facilmente poderia ser usado em mais um filme, mas a trama já faz a ideia de futuro aqui, então não deve voltar com esse personagem. Ainda tivemos boas cenas bem colocadas do pai do garoto vivido agora por Jean-Paul Rouve, da mãe que foi feita por Audrey Lamy e do chefe do pai bem cheio de nuances feitas por Pierre Arditi, além do sempre bem colocado Grégory Gadebois como um fiscal de pátio da escola bem cheio de olhares.

Visualmente o longa tem todo um carinho bem encaixado de mostrar o passado com as brincadeiras na escola, os jogos no campinho, os garotos fazendo suas traquinagens com todo o ambiente, cada um da sua forma, a casa bem detalhada, uma feira de antiguidades, uma boa caça ao tesouro, figurinos bem próprios, todo o ar de grandes empresas aonde alguns trabalham muito e outros apenas grampeiam papel, e por aí vai, sendo bem sacado e sem forçar a barra.

Enfim, é um filme simples, porém muito bem feito, cheio de conceito e boas lições, bem ambientado e com sacadas em todos os atos para irmos pegando, ou seja, o famoso bom filme infantil para crianças e adultos, então fica a dica de estreia para a próxima quinta 22/12 nos cinemas, pois recomendo. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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