Netflix - Em Busca de Zoë (Saving Zoë)

4/03/2020 01:35:00 AM |

Sabemos bem que a Netflix tem uma tonelada de filmes de mistério, e que na maioria das vezes eles criam um clima intenso muito bom no começo, e no ponto de virada começam a desandar para um final que geralmente é bem ruim. Porém felizmente hoje "Em Busca de Zoë" conseguiu trabalhar o final de uma forma bem tensa e marcante (que até pode soar exagerada, direta e até meio que não funcional), mas que certamente você irá na metade já descobrir e ficar pensando em como irão estragar, pois tem todas as possibilidades de acontecer. Ou seja, ele está bem longe de ser uma grande obra do gênero, mas envolve bem por ser um filme bem simples, trabalhadinho de forma a confundir com as rápidas tomadas entre as irmãs bem parecidas, aliás uma grande sacada colocar irmãs verdadeiras no papel para ficar ainda mais cheio de nuances no filme, que consegue prender e entreter ao ponto de também querermos saber o motivo da irmã ter sido morta, que se pensarmos não vai resolver muita coisa, mas que na metade já estamos querendo que a garota vá a fundo logo.

O longa nos conta que após o assassinato de sua irmã Zoë, Echo está determinada a descobrir a verdade. Com o diário de Zoë como guia, Echo se vê sugada pela escuridão do mundo de sua irmã e descobre como uma pequena decisão pode levar a consequências trágicas.

Não era de se esperar menos do diretor Jeffrey G. Hunt, um filme investigativo cheio de tensão, afinal ele dirigiu diversos episódios de CSI e outras séries investigativas, mas por ter um estilo mais de séries talvez o filme poderia ficar arrastado para ter continuações, porém felizmente ele soube dominar a câmera e o tempo, brincar bastante com a linha temporal duplicada para mostrar os acontecimentos de antes e depois, mixando inclusive imagens sobrepostas para confundir o público com as duas irmãs muito parecidas, e com isso o resultado da trama acabou funcionando bastante. Além disso, ele soube pegar um roteiro escrito em cima de um livro de sucesso, e ousar com uma narrativa bem fácil de se envolver, o que foi muito bom tanto para a história, quanto para a dinâmica em si, pois é raro filmes de investigação terem menos que duas horas, e aqui acertadamente cortaram bem os espaços para que em 95 minutos tudo funcionasse bem, sem falta nem sobrar nada, o que é perfeito.

Quanto das atuações já disse que foi uma grande sacada pegar duas irmãs boas atrizes, pois mesmo que falhassem em algo, o que não ocorre, ao menos nas aparências o filme conseguiria se manter assustador com as mixagens que pretendiam fazer, da mais jovem imitando gestos e trejeitos da mais velha morta, e isso foi muito bacana de ver, de modo que tanto Laura Marano com sua Echo quanto Vanessa Marano com sua Zoë acabaram entregando seus personagens com imponência e muita desenvoltura, acertando na medida, e mesmo derrapando em um ou outro ato com caras sem muito nexo com o momento, o resultado delas surpreende bastante. Chris Tavarez foi bem coerente nos atos de seu Marc, conseguindo puxar algumas lágrimas, brigar bastante e fazer com que seu personagem tivesse uma boa importância, mas ainda assim poderiam ter brincado mais com seus atos tensos, talvez ter mostrado mais o julgamento, e até o ato da morte da protagonista em si para ter mais impacto, mas aí o filme aumentaria muito de tamanho, então vamos aceitar do jeito que ficou. Quanto aos demais, tivemos alguns personagens de eixo quase que jogados, como a amiga da protagonista Abby, o paquerinha Parker querendo ser mais do que isso na trama, e também os que se apresentaram um pouco mais e acertaram ao menos para valer o destaque como Giorgia Whigham como a drogada exagerada Carly, e também o sedutor traficante Jason vivido por Nathaniel Buzolic, que fizeram boa parte do segundo ato funcionar, mas não se impuseram tanto e ficaram apenas razoáveis para o filme em si.

A trama não tem tanto ganho visualmente, mas até é bonita de ver principalmente na versão contada, aonde vemos as coisas que a protagonista morta viveu em seu diário, então tudo tem um ganho de colorido, uma vivência mais ambientada cheia de detalhes, e tudo mais, enquanto a irmã que está sofrendo junto com seus pais, tudo é mais acinzentado, cheio de problemas, com poucos elementos cênicos em detalhe, mas claro que as festas de ambas são bem amplas, com toda uma conexão bem fundamentada, e mostrando bem as diferenças de festas de primeiro, segundo e terceiro ano de high scholl (o ensino médio americano). Ou seja, tudo foi montado de forma simples e efetiva que funciona, e mesmo o cômodo final do longa foi ambientado de maneira prática e intrigante, embora se o cara era especialista no que fazia, a amarração feita na protagonista foi coisa de amador nível bebê, mas se não ocorresse dessa forma, não teríamos um filme.

Enfim, é um bom filme de mistério, que prende o espectador, que até envolve bastante, mas que por ser simples e não querer ir muito a fundo, entregando um filme até que razoavelmente curto pelo estilo, acaba não sendo memorável, mas até que é bem bacana de conferir, valendo o tempo gasto, e com isso acabo recomendando bastante ele em meio a tantos outros problemáticos do estilo da Netflix, então vá sem muitas pretensões que a chance de gostar dele é bem alta. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...