Netflix - Isi & Ossi (Isi i Ossi)

4/17/2020 01:28:00 AM |

Sempre reclamei muito dos filmes alemães pela falta de ritmo ou por diversas coisas estranhas que costumam entregar, e por esse motivo fiquei com muito receio de conferir o longa "Isi & Ossi" que estreou nas últimas semanas na Netflix, mas como sou persistente peguei ele hoje para conferir e olha até que conseguiram entregar um longa bonitinho, cheio de sacadas e clichês tradicionais do estilo, com uma pegada bem colocada do famoso negócios que acabam virando um romance, e dessa forma o acerto é bem trabalhado. Claro que temos muitas coisas bizarras no meio do caminho, como o avô rapper que sempre vai preso completamente desnecessário, a mãe que tem um posto mas nunca está lá, os amigos riquinhos fúteis, ou seja, vários pontos que estão apenas para encher linguiça na trama, mas se ignorarmos esses problemas a trama fica gostosa e bem dinâmica, valendo a conferida, principalmente para quem gosta de comédias românticas leves e bem produzidas ao menos, pois aqui a família rica esbanjou sem dó (e o melhor, a história deles nem foi contada, apenas a moça diz que tudo começou por um parafuso, e seja feliz com essa informação!).

A sinopse nos conta que a filha de um bilionário quer ser chef de cozinha. O filho de uma pobre mãe solteira quer ser boxeador. Para realizar seus sonhos, os dois vão ter que formar uma improvável aliança.

O trabalho do diretor e roteirista Oliver Kienle pode ser visto como uma trama dinâmica de classes se relacionando e tendo problemas, pois são completamente opostos que acabam se atraindo, e principalmente logo após o ponto de virada vemos a conversa entre mãe e filha que dá uma nuance meio que jogada, porém bem explícita para a ideia da trama, ou seja, o filme em si tem muitos elos forçados que temos de ignorar, porém o diretor soube usar cada momento para que seu filme funcionasse, divertisse e tivesse ainda os elos românticos casuais, de forma que tudo possa até parecer grandes clichês que já vimos em diversos longas americanos e franceses, mas que da forma meia doida da academia alemã de cinema pareça mais próprio deles. Ou seja, o diretor mesmo usando coisas desnecessárias demais acabou acertando, e o filme tem ritmo e acaba sendo gostoso de conferir, de modo que até podemos lembrar algum dia quando nos perguntarmos sobre alguma comédia romântica alemã, mas ainda assim tem exageros demais que poderiam ser eliminados.

Sobre as atuações, é bacana dizer que o casal embora bem jovem soube conduzir bem as dinâmicas, e mesmo que não entregassem personagens incríveis, foram coesos no que precisavam fazer. E dessa forma Lisa Vicari acabou brincando bastante com sua Isi, fazendo trejeitos desajeitados para uma riquinha, mas sabiamente ousou em alguns atos mais a vontade, de maneira a estar mais solta na metade do filme, saindo bem pelos cantos com acertos mais simples. Já Dennis Mojen já foi exagerado demais com seu Ossi, não ficando nem um brucutu generalizado pelo boxe, nem um par chamativo, recorrendo sempre a trejeitos rápidos e situações que fossem de fácil esquiva para não se perder tanto, mas ao final e nos momentos mais românticos acabou se saindo bem. Quanto dos demais, tivemos os maiores problemas do longa, com pais meio que jogados com Christina Hecke e Hans-Jochen Wagner pelo lado da garota e Lisa Hagmeister pelo lado do garoto, um avô malucão, um amigo desengonçado, ou seja, é melhor nem detalhar a bagunça que foram os atos com eles, pior ainda se pontuarmos algo dos atores da lanchonete, que bizarro é pouco para definir.

Agora sem dúvida alguma a equipe de arte junto com a produção fez um filme de primeira linha, com uma mansão monstruosa, um lado todo cheio de luxo para os ricos da cidade, e um lado não diria pobre, mas com coisas mais bagunçadas, um estilo mais comum de ver, de forma que para os ricos é quase como entrar num mundo paralelo, e fizeram bem com festas em boates e bares meio barra pesada, colocaram um posto caindo aos pedaços para ser algo da família, e até a casa do jovem com mofo, alimentos já bem velhos, mas a jovem ainda fez mágica no melhor estilo Masterchef como um desafio para criar algo com os alimentos dali, além claro de uma hamburgueria completamente maluca com personagens bizarros e cenas com elementos cênicos mais malucos ainda, ou seja, é um filme aonde precisaram desenvolver muito o ambiente para chamar atenção em cada momento.

A trilha sonora contou com muitos canções e trilhas bem colocadas, puxando bem para o lado de rap e hip hop, numa pegada bem dinâmica que deu um tom a mais para o filme, e que claro quando colocam no Spotify, eu deixo o link aqui para vocês, então curtam a vontade após ver o filme!

Enfim, é um filme bem bacana, que tem dinâmica, e que mesmo lotado de clichês do estilo e bizarrices tradicionais dos filmes alemães, o resultado acaba funcionando bem dentro do que foi proposto, e sendo assim quem gosta de comédias românticas acabará gostando do fechamento da trama, e assim acaba sendo a indicação, pois do contrário não é um filme que fará outros gostarem do estilo. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até lá.

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