Superação - O Milagre da Fé (Breakthrough)

4/13/2019 02:46:00 AM |

Que "Superação - O Milagre Da Fé" seria um filme que faria as pessoas se emocionar isso não tinha dúvida alguma desde quando uma tonelada de pessoas me mandou o trailer fosse me marcando na postagem, enviando por e-mail, ou até mesmo falando sobre ele no dia do lançamento, tanto que cheguei até me irritar no dia com o tanto que queriam que eu visse o trailer, pois bem, vi naquele dia mesmo, e até gostei bastante do que vi, mas fiquei com o pé atrás, afinal longas religiosos costumam forçar a barra para emocionar, e seus trailers sempre são bem fortes e até mais interessantes que os próprios filmes. Pois bem, eis que lançou o filme, e claro fui conferir levando minha mãe para uma sessãozinha noturna legendada, para poder conferir as emoções reais dos atores em suas vozes e tudo mais, e cá posso dizer que é um tremendo filme bem feito, que conseguiu fazer esse Coelho se emocionar em diversas cenas, e claro quase fez minha mãe sair desidratada da sessão de tanto chorar, ou seja, um filme que trabalha muito bem toda a força de uma oração, mostrando bem mais do que religião (que eu sempre costumo pontuar, e quem ainda não viu meu curta sobre isso, está no portifólio logo acima!), a fé em algo maior (num grandioso Deus como é o caso do filme, mas que muitos podem chamar por outros nomes!) sempre fará um bem enorme, e que acreditando fortemente em algo, com a ajuda dessa fé, não digo um milagre como acontece no longa, no livro, e claro na vida das pessoas que foram retratadas, acontecerá, mas boas coisas certamente acontecerão. Ou seja, falei até demais de fora do filme, mas voltando para a obra cinematográfica, conseguiram criar um longa bem feito, cheio de situações envolventes, com um carisma acima do limite, claro que tendo algumas falhas por exageros moldados, que normalmente não aconteceriam, mas são detalhes tão irrelevantes, que não tem como não entrar na situação, se envolver e emocionar com tudo, sendo um filmaço de primeira linha.

A trama nos conta que quando o filho adotivo de Joyce Smith, John, cai em um lago congelado no Missouri (EUA), toda a esperança parece perdida. Com John sem vida, Joyce se recusa a desistir. Sua implacável convicção inspira as pessoas ao seu redor a continuarem orando pela recuperação de John, mesmo diante de todo o histórico do caso e previsões científicas jogando contra.

Depois de dirigir muitos episódios de séries famosas, a diretora Roxann Dawson nos entrega em seu primeiro longa-metragem algo tão bem orquestrado, cheio de envolvimento com cenas feitas cinematograficamente, não apelando para pianinhos musicalizados, nem para momentos reflexivos desnecessários, criando um filme que foi feito com minúcias tão bem trabalhadas que de forma alguma parece ser embasado em uma história real, que virou livro por parte de Joyce Smith, e que adaptado brilhantemente por Grant Nieporte, conseguiu quebrar completamente as barreiras dos longas religiosos, indo por um vértice completamente diferente e interessante de assistir, a fé, e essa sim vale a pena ser propagada, e ao sentir na pele da mãe como a diretora conseguiu nos passar todo o desespero de ver o filho praticamente morto, e clamar toda sua devoção para algo que ela acredita foi muito forte, cheio de desenvoltura, e mostrou que se a diretora seguir por essa linha trabalhando seja com filmes de outros estilos, ou até mesmo expandir no gênero, certamente mostrará um sucesso bem encaixado atrás do outro. Ou seja, sei que vi diversos defeitinhos técnicos escapando pelos cantos, alguns momentos saindo do eixo de uma ficção, e até um certo apelo emocional para algumas cenas, mas em momento algum conseguimos ver a tentativa de forçar alguma religião, vemos a imposição de alguma ideia, mas sim toda a beleza da dor, a emoção de sentir cada ajuda, cada prece feita, e isso sim mostra atitude por parte da direção, e claro do roteiro, que por ventura vem da história contada no livro pela mãe que vivenciou tudo isso, e sendo assim, o resultado funciona muito.

Quanto das interpretações, não temos nenhuma expressividade genial digna de premiações, mas praticamente todos se entregaram para seus personagens, e souberam dosar as emoções para que entendêssemos cada ato vivido no longa, e chega a ser até engraçado ver as fotos ao final, por terem arrumado atores bem diferentes dos personagens reais, mas que souberam passar o sentimento em si na telona, ou seja, fizeram o trabalho com primor. E claro tenho de começar aplaudindo toda a estrutura forte que Chrissy Metz conseguiu entregar para sua Joyce, encontrando postura para mostrar todo seu jeito imponente, mas demonstrando uma fé tão forte nos seus olhares, que o resultado é único de ver, e como disse, mesmo sendo bem diferente da verdadeira Joyce no visual, a atriz conseguiu com toda certeza passar o que a verdadeira mãe sentiu em todos os momentos, dando um show na tela. Topher Grace é um ator que sempre se sai bem mesmo quando não deseja aparecer tanto, e aqui como o Pastor Jason até tentaram lhe fazer um corte de cabelo estranho para a protagonista o odiar (mas quem ver a foto ao final do verdadeiro pastor dará toda a razão para a verdadeira Joyce, pois o corte é ridículo!), mas o ator soube encontrar em boas palavras toda a serenidade para entrar no mundo da protagonista, e juntos conseguirem envolver bem cada momento na tela, mostrando um bom acerto expressivo dele também. O jovem Marcel Ruiz não precisou ser muito expressivo com seu John, mas conseguiu o grande feito bem feito que é ficar imóvel o longa quase que inteiro (e quem falar que não fica olhando sem parar para ver se o ator está fazendo bem o papel está mentindo!), o que lhe foi uma vantagem enorme, pois nos momentos que precisou trabalhar a expressividade através dos diálogos falhou levemente, e se precisasse mais disso no longa, talvez decepcionaria. Quanto aos demais, tivemos bons atos com praticamente todos, tendo leves destaques com os médicos vividos por Dennis Haysbert como Dr. Garrett e Sam Trammell como Dr. Kent, e depois tivemos bons momentos envolventes com Mike Colter como o bombeiro Tommy.

No conceito artístico, a equipe foi bem coerente nas cenas dentro dos hospitais, nas cenas da escola, e claro na forte cena no gelo, com bons momentos brincando com o afundamento dentro da água, sendo até simbólico a última utilização, que deu até um ótimo tom para o momento, mas sem dúvida as cena com todos cantando rezando para o garoto foi algo incrível de ver na tela, além de outros momentos que trabalharam efeitos singelos para dar a representatividade espiritual da trama, o que foi de grande valia ver na tela, ou seja, se formos a fundo até é um longa bem simples visualmente, mas que foi bem trabalhado dentro do contexto, e acaba agradando até mesmo nas cenas dos cultos em formato de show dentro da igreja, e assim sendo o resultado funciona bem. A fotografia soube encontrar junto com os elementos chave da trama, tons mais serenos para envolver e criar ambiente para cada ato, brincando muito com a emoção, acertando em muitos momentos para que o filme ficasse denso, mas sem ficar pesado, claro tirando as cenas fortes ao final dentro da escola, aonde novamente os elementos chamaram a atenção pelo teor das mensagens.

O longa teve ainda ótimas canções que deram um ritmo bem colocado para a trama, além claro de encaixarem na temática por serem de certa forma do estilo gospel, e certamente arrepiaram em diversos atos valendo a conferida após do filme no link que deixo aqui.

Enfim, esperava ver um bom filme, sabia que seria entregue algo forte pelo estilo de ser embasado em algo real, e também estava ciente de que por se tratar de algo de certa forma religioso pela essência teria algo exagerado, mas que foram por um vértice tão bem colocado, emocionando em momentos certos, que volto a frisar que será difícil não dar ao menos uma engolida para não chorar com alguns momentos, mas que certamente todos irão deixar algumas lágrimas na sala, valendo muito pelo resultado completo, mesmo com leves erros (os quais somente não me farão dar uma nota maior). E sendo assim recomendo ele para todos que gostem de um bom filme, mas principalmente para aqueles que estão precisando de um reforço da sua própria fé vendo um filme que trabalha bem esse tema, pois essa certamente é a mensagem que a mãe do garoto desejava passar fazendo o livro de sua história, e aqui desejaram passar criando o filme, ou seja, vá conferir. Bem é isso pessoal, encerro aqui os filmes do cinema dessa semana, mas volto em breve com alguns longas do streaming, então abraços e até logo mais.

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