After

4/11/2019 12:55:00 AM |

Sempre que leio nos pôsters e trailers o texto, "baseado no best-seller que se tornou um fenômeno" fico pensando como eu nem sequer vi nada desse livro na vida, pois alguns até passam notícias e tudo mais, mas alguns sequer ouvir falar ouvimos por aí, e após ver o trailer de "After" fui dar uma pesquisada sobre o livro e tudo mais, e logo concluí (claro de forma bem preconceituosa!) que era um misto de "50 Tons de Cinza" com "Crepúsculo", mas que não teria nem pancadaria hard sex, nem vampiros e lobos, ficando no meio do caminho de ambos, ou seja, imagine a vontade ultra top irônica que fiquei de conferir o longa, aí me notificam que foi aberta pré-venda com quase um mês de antecedência, fiquei pensativo, mas ainda relutei, e eis que cá está o Coelho na pré-estreia do filme, afinal tenho de ajudar o pessoal que está afim de ver, mas assim como eu, não sabia nem do que se tratava do longa, e com o trailer não se empolgou muito. E posso dizer agora que é um filme bacana de conferir, que claro tem uma temática bem teen, mais puxada para algo mais quente, mas sem exageros gritantes, e que embora pareça um pouco alongado (o que me fez pensar seriamente que por ser vários livros, iriam acabar bem na hora de algum conflito) consegue passar sua mensagem de uma maneira gostosa de conferir, principalmente pelo ritmo bem colocado, e claro, pela excelente trilha sonora (que até o momento dessa publicação não tinham soltado online para divulgar... sniff sniff!). Ou seja, uma fanfic envolvendo Harry Styles do One Direction, que acabou virando um livro sucesso de vendas, agora virou um longa bem moldado que dependendo das bilheterias pode vir a ser lançado os outros quatro livros da série, e assim, entrar dentro de um filão que está meio sem representantes atualmente, o de romances ficcionais para adolescentes, e adultos que se acham adolescentes.

A sinopse nos conta que Tessa Young é uma jovem de 18 anos que acaba de ingressar na faculdade. De roupas recatadas e bastante ingênua, ela é apresentada ao mundo das festas através de sua colega de quarto, Steph, bem mais liberal. Logo conhece Hardin, um jovem rebelde que renega o amor, apesar de ter lido os principais romances sobre o tema. Aos poucos os dois se aproximam, iniciando uma ardente paixão.

Gosto de ver quando diretores estreantes conseguem trabalhar muitos ângulos, encontrar sínteses bem colocadas e fazer funcionar algo que aparentemente não seria daquela forma, e a jovem Jenny Cage pegou o roteiro adaptado por Susan McMartin em cima do livro de Anna Todd, e entregou quase que páginas detalhadas na telona, que mesmo quem não tiver lido a trama irá sentir as páginas na tela, mostrando detalhes cênicos, envolvendo o público com nuances visuais bem encaixadas, e sabendo exatamente onde ir segurando o seu filme, de modo que tudo parece ser até alongado demais, com situações que facilmente outros eliminariam, outras reduziriam, mas que para valorizar o que ela provavelmente leu, e quis passar para os fãs do livro, optou por deixar em seu filme. Em momento algum defenderia o longa como algo poético e clássico que valeria você parar de ler meu texto aqui e correr para a sessão mais próxima, pois o conteúdo em si da trama é bem bobinho, com enfatizações clássicas das jovens apaixonadas em sua primeira vez, caindo de amores pelo rapaz completamente contrário da protagonista, mas que por ser simples no que desejava transmitir, o resultado agrada, e funciona bem, ou seja, quem for conferir mesmo sem ser fã da obra até irá gostar do longa, e sendo assim, talvez até vejamos as demais continuações na telona, basta os produtores desejarem ir a fundo, e claro os contratos serem assinados, pois com um começo/meio/fim bem colocado, aqui caso não continuem, já se fechou. E para aqueles que achavam que pelo livro se encaixar no gênero romance erótico, aqui foram bem leves nas cenas, entregando algumas sutilezas mais quentes, mas que não assustam ninguém.

Sobre as atuações, diria que embora seja um elenco bem novo, que fez pouquíssimos filmes, praticamente chamaram a responsabilidade para si, e demonstraram atitudes bem colocadas na trama, de modo que por não ter lido o livro posso até estar errado, mas diria que todos caíram muito bem para os personagens. Josephine Langford deu um ar bem tradicionalista para sua Tessa, criando situações simples, de olhares encaixados, e que não forçando chamar atenção a atriz se entregou para a personagem, mostrando simplicidade, mas agradando com o que fazia em cena, além de deixarem Selma Blair loira e completamente parecida para fazes o papel de sua mãe. Hero Fiennes Tiffin pontuou seu sotaque britânico num nível fortíssimo para a trama, e com muita pegada, trejeitos imponentes, e atitude na medida certa conseguiu causar com seu Hardin, sabendo bem encontrar a câmera ao seu favor, marcando cada momento e se ajustando a cada cena para que o filme não ficasse tão forte para o personagem, embora aparente ser problemático em níveis altíssimos, ele conseguiu enganar bem, e isso é algo que o ator provavelmente mudou do livro pelo que falam, ou que foi deixado para um segundo filme. Quanto aos demais personagens, poderia dizer que todos foram bem, tendo leves destaques para algumas cenas soltas de Shane Paul McGhie com seu Landon, que parece ser mais importante no livro também, mas que aqui apareceu pouco, e claro para os trejeitos meio bobinhos demais de Dylan Arnold com seu Noah, que foi singelo, mas sem chamar muita atenção.

Um ponto bem bacana que todo romance deve sabem utilizar é a cenografia ao seu favor, e aqui usando o campus bem charmoso da faculdade, uma casa com ares clássicos, um lago belíssimo e claro os diversos clichês de cenas embaixo de chuva, projeções visuais, cenas no escurinho e tudo mais, fez com que a equipe brincasse nos momentos mais descontraídos e entregasse também cenas densas, o que fez do longa algo tradicional e bem vivenciado. Quanto da fotografia, os ângulos escolhidos para brincar com luzes do sol, luzes artificiais, e tudo mais para dar sombras nas cenas românticas foi algo de olhar e se encantar, mostrando um serviço de primeira linha da equipe.

Como disse no começo, um dos pontos mais sensacionais e que já faz valer o ingresso, ou quem conseguir a trilha completa para ouvir já se deleitar, foram as escolhas musicais da trama, que de uma primeira linha incrível conseguiu dar ritmo, envolver, e claro fazer com que ficássemos cantarolando as canções em nossas pernas e cabeças, pois tudo foi muito bem encontrado para cada ato. Infelizmente ainda não divulgaram a trilha completa online, acredito que por não ter sido lançado o filme nos cinemas mundialmente, sendo somente nessa sexta, mas assim que lançarem, volto com o link.

Enfim, confesso que fui pronto para vir aqui atirar diversas pedras na produção, pois o trailer não me chamou atenção, a história menos ainda, e tudo me remetia a algo bem fraco, mas que acabou dando um resultado bacana, divertindo na medida, e sem ser exageradamente forçado acaba funcionando para o público alvo. Claro que passa bem longe de virar um clássico, ou de ser daqueles que vamos rever diversas vezes, mas também passa bem longe de ser uma bomba, e assim sendo vale a conferida. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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