Os Caça-Noivas (Mike And Dave Need Wedding Dates)

7/31/2016 10:45:00 PM |

Reclamamos tanto das nossas comédias nacionais que quando vamos ver uma americana que apela tanto quanto para fazer rir, ficamos pensativos se realmente estamos vendo toda essa baixaria gratuita aonde o fruto do sucesso seja jogado de escanteio para ninguém cabecear e divertir o espectador. Digo isso de "Os Caça-Noivas", pois é difícil ir ao cinema esperando rir das boas piadas (sim, há momentos bem encaixados no roteiro), mas só ficar se divertindo mesmo nos momentos em que os personagens apelam ao máximo para tentar algo que funcione de tão absurdo que é. Ou seja, um filme de certa maneira inusitado por ser baseado em fatos reais, mas que diverte tão pouco que quase não é possível classificar ele como comédia.

Os irmãos Mike e Dave tem fama de arruinarem as festas da família. Sabendo disso, sua irmã, que está de casamento marcado, decide que eles só irão ao casório se encontrarem parceiras que os controlem. Depois de colocarem um anúncio online, duas meninas dos sonhos aparecem. O que eles nem desconfiam é que as duas são suas versões femininas - fazendo de tudo para manter a classe e ganhar uma viagem de graça para o Havaí.

Um dos problemas claros do filme além das situações exageradas, é o fato de se notar uma falta de direção mais coesa, pois os personagens parecem estar soltos durante a maioria das cenas fazendo o que der e vier na telha, de tal modo que cada ato é jogado para cima e quem pegar que interprete bem. O diretor Jake Szymanski estreou com o pé errado na direção de longas após diversos curtas, e isso com certeza vai marcar sua carreira, pois o ato de divertir o público realmente não é algo fácil de se fazer, mas lá quem faz filmes só por fazer acaba pagando preços caros e não pegando mais tantos filmes para dirigir. Não digo que o seu trabalho foi de todo ruim, mas está longe de ser um filme que gostaria de lembrar por alguma coisa que tenha me feito rir, e somente alguns momentos absurdos funcionaram justamente pela quebra de eixo. Ou seja, se queriam algo completamente absurdo e forçado que funcionasse, apelasse de vez como aconteceu em outros filmes, mas tentar trabalhar alguma mensagem romantizada junto de uma comédia bagunçada, o retorno não encaixou direito.

Sobre as atuações dos protagonistas, podemos dizer que nem Zac Efron parecia estar gostando do que estava fazendo, pois é nítido ver que seu Dave sempre está atrás de todas as cenas, com emoções e expressões sempre fracas e apáticas, o que não condiz com o que fez em outras comédias, então certamente poderia ter dado mais de si para que o personagem não ficasse tão fraco. Adam Devine é o tradicional humorista que grita e apela para que seu personagem seja ouvido, então de cada duas cenas sua, uma certamente era apelativa e forçada, de tal maneira que seu Mike acaba até fazendo o público rir, mas falta muito ainda para que ele seja um comediante que empolgue sem gritaria. Anna Kendrick conseguiu mesmo de uma forma singela, ainda ser menos apelativa nas cenas de sua Alice, claro que pra isso ela acabou ficando meio apagada, mas soube dosar com humor nos seus momentos principais, e assim sendo a jovem se mostrou preparada para o estilo que o filme pedia em segundo plano. Aubrey Plaza deu uma personalidade estranha para Tatiana, mas coerente com a personagem, só não precisaria de algumas cenas bizarras que acabou fazendo, pois diria que praticamente todas poderiam ser cortadas e ainda tudo o que fez iria condizer com a personagem. Sugar Lyn Beard até teve bons momentos com sua Jeanie, mas sua voz encaixada numa personagem esquisita é algo que certamente acabou destoando de tudo, mas ainda assim foi bem no que fez. Dos demais, a maioria foi participação no longa, porém sem dúvida alguma a cena mais bizarra do longa ficou por conta do massagista interpretado por Kumail Nanjian, que embora tenha sido algo forçadíssimo, fez o público rir ao menos.

São raras as comédias que trabalham bem a cenografia, e aqui não seria diferente, pois não temos quase nada para dar um destaque no contexto visual da trama senão um bom hotel no Havaí, as planícies que foram gravados Jurassic Park, e claro dentro dos locais internos a sauna e a sala de massagem que embora simples acabaram significando bons momentos dentro da trama. Além disso o destaque mais positivo fica por conta da organização final do casamento, que mostrou mais do que todo o longa no quesito criativo cênico. A fotografia também não trabalhou cores e tons para dar comicidade, deixando tudo de maneira simples demais tirando as cores dos figurinos excêntricos dos personagens.

Enfim, um longa que certamente amanhã nem vou lembrar de ter assistido, que tendo um ou dois bons momentos, o restante das piadas só cai bem no fechamento ao mostrar os erros de gravação, ou seja, totalmente dispensável, e sendo assim não o recomendo para ninguém, a não ser que você goste de comédias apelativas, pois aí é capaz de rir em mais cenas. Bem, fico por aqui encerrando essa semana cinematográfica, mas volto na próxima quinta com mais textos, então abraços e até lá pessoal.

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