Terremoto - A Falha de San Andreas em 3D

5/27/2015 02:21:00 AM |

Pegue uma história possível de acontecer, adicione milhões de elementos fictícios (conhecidos pela expressão paia total), insira um elenco jovem e interessante, filme tudo pensando completamente como utilizar a tecnologia 3D da melhor forma possível, balance a câmera o máximo que puder e destrua todo o cenário (independente se for construído ou computacional), e jogue água, muita água para você precisar puxar o ar mínimo junto com os protagonistas, deixe correr durante 120 minutos que nem vão parecer ter todo esse tempo e pronto, a diversão do ano para quem gosta de filmes-catástrofe está feita maravilhosamente bem com o longa "Terremoto - A Falha de San Andreas". Eu sei que muitos vão criticar os defeitos e tudo mais, afinal esse gênero de ação é o que mais dá para achar problemas técnicos, e não seria esse longa que nos entregaria a mais perfeita obra de arte do estilo, mas o que o diretor Brad Peyton fez foi alto tão divertido e aflitivo que temos um longa dinâmico e que agrada mais do que erra, então tome um remedinho para não ficar tonto com as movimentações de câmera, compre um combo de pipoca imenso, e vá para a maior sala que puder dos cinemas de sua cidade conferir essa diversão completa que vai garantir diversos estilos de sentimento, fazer com que você aplauda sem pensar e torça contra algumas coisas também.

O longa nos mostra que logo depois que a famosa “Falha de San Andreas” finalmente cede, provocando um terremoto de magnitude 9 na Califórnia, Ray, um piloto de helicóptero de resgate, e sua ex-esposa precisam percorrer todo o estado na esperança de resgatar sua filha. Mas a jornada traiçoeira rumo ao norte é apenas o começo e quando eles acham que o pior já tinha passado... está apenas começando.

Se existe um gênero que tudo pode ocorrer, e mesmo que você já esteja esperando algo, o diretor tenta surpreender e consegue é o de filmes-catástrofe, pois embora a falha de San Andreas exista mesmo, e todo o povo da Califórnia saiba que a qualquer momento pode não sobrar nada por lá, nos filmes vamos ver coisas completamente impossíveis de serem feitas, e dando um spoiler deixo como destaque a lancha "escalando" o tsunami. Mas como costumo falar, quando um longa não se faz questão de entregar algo como 100% crível, embora se baseie em algo possível com todo o roteiro passando pelas mãos de sismólogos conceituados e tudo mais, é válido a liberdade criativa para entregar um filme interessante, então o diretor Brad Peyton trabalhou literalmente como um maestro de orquestra, aonde a cada movimento das mãos entrava mais um instrumento, ou no caso do filme um elemento alegórico, para impactar mais ainda o público que vai empolgando cada vez mais para um fechamento até que simples, mas bem feito, aonde o resultado foi melhor do que o esperado. Como é um estilo que se gasta muito dinheiro, poucos diretores costumam arriscar suas fichas no gênero, mas embora tenha sentido muito frio em "O Dia Depois de Amanhã", acho que nenhum outro longa me empolgou tanto como esse, então dessa forma posso crer que valeu todo o esforço da direção para viajar entre cidades e países (o filme foi rodado parte na Austrália também) para entregar esse show de destruição para nós.

Sobre a atuação, já fui contra Dwayne "The Rock" Johnson em diversos filmes, mas aqui por incrível que pareça temos um dos seus melhores personagens e interpretações, pois Ray tem bem o biótipo do ator, e sua composição de personalidade encaixou bem, já que o desespero faz coisas, e dessa forma até seus momentos mais emotivos convencem, claro que a DR explicativa no avião é cena garantida de quem ver em casa passar acelerando, mas o restante foi bem feito pelo brucutu. Carla Gugino já foi sex-appeal de muitos longas, mas agora com o passar da idade começa a cair melhor nos papéis de mãe, e embora seja quase que terciária aqui, mesmo com função importante para algumas ligações familiares que a trama também desenvolve, ela conseguiu fazer de sua Emma uma mulher bem trabalhada e que funcionou bem nas cenas que aonde necessitou conversar com outros personagens, talvez o roteiro para ela precisaria ser mais pontuado, mas fez bem o que foi solicitado. Agora quem cresceu muito tanto no quesito beleza, como na forma de atuar é Alexandra Daddario, nem parece a insossa guerreira de "Percy Jackson", de modo que até dá para acreditar caso façam o terceiro filme da série, ela agradaria mais ainda, pois o que fez aqui com sua Blake foi algo para colocar ela como uma atriz dinâmica, com bons olhares de cena, interpretação na medida, e principalmente chamando muita atenção ao estar enquadrada, de forma que não decepcionou em nenhuma cena. Hugo Johnstone-Burt e Art Parkinson foram os responsáveis pelas cenas cômicas como os irmãos Ben e Ollie, e ambos deram garra e perspicácia para que o longa mesmo nos momentos mais tensos, sobrasse um respiro e até uma pitada romântica daquelas mais improváveis e forçadas de acontecer, ou seja, caíram bem nos papéis e agradaram. Paul Giamatti é daqueles atores que vai sempre fazer o personagem mais diferente possível e imaginário de qualquer filme que entrar, e o seu sismólogo Lawrence é bem interessante principalmente não por criar trejeitos próprios, mas por se apropriar de trejeitos do ator, e quando isso ocorre, mesmo que ele faça caras e bocas impactantes, vamos olhar e ver ele em cena, então ainda prefiro ele em comédias que ao menos isso acaba sendo a piada pronta, do que alguém preocupado em ajudar os outros. E para finalizar Ioan Gruffudd fez boas caras desesperadoras, mas o personagem Daniel que lhe foi entregue é o pior que se pode esperar da raça humana, então chega a ser difícil não torcer contra ele, e isso vai ser visto por 11 em cada 10 pessoas que forem assistir ao filme, portanto, como isso era a intenção do ator com toda certeza para o seu personagem, foi completamente satisfatório o que fez, mostrando que o ator possui personalidade.

No conceito visual, muito do que é visto é digital, afinal por uma cidade inteira abaixo com um terremoto, não é algo que nem o produtor mais maluco do mundo faria, então temos muitas maquetes, computadores e por aí funcionando, mas aí entra a grande sacada da direção filmar tudo isso usando já as câmeras de ponta com a tecnologia que desejava para o filme e principalmente pensando em tudo como iria ficar após trabalhado no computador, de modo que tudo parece muito crível se não soubéssemos que no cinema atual praticamente tudo é falso, ou seja, a ilusão funcionou muito bem e agrada bastante. Além disso nas cenas reais, internas a equipe de arte foi muito rica em elementos cênicos, dando ênfase em tudo que poderia agradar com detalhes para servirem para as cenas mesmo, marcando cada ato, como o macaco do carro, a bota do "vilão", a lanterna e por aí vai. E foram bem espertos na escolha do super tanque aquático da Austrália para fazer as cenas submersas desenvolvendo boa parte do cenário para ficar ainda mais real as cenas, ou seja, uma equipe completamente preocupada em funcionar perfeitamente cada ato, para que na pós-produção os efeitos somente entrassem encaixando e melhorando ainda mais cada cena. A fotografia trabalhou bem numa tonalidade mais próxima do vermelho bem reduzido para dar um ar mais apocalíptico e funcionou bem, pois não soou falso, já que há diversos focos de incêndio nos prédios após o terremoto e claro que o  marrom predomina já que a poeira sobe assim que tudo rui, e nas cenas aquáticas poderiam ter dado um tom mais sujo para a água já que na mistura com a sujeira teríamos algo mais turvo ainda do que foi apresentado, mas aí atrapalharia a visão da cena, então vamos continuar com a magia do cinema.

Sobre o 3D da trama, realmente não dá para comparar um longa filmado e pensado com a tecnologia com outro que é convertido, é praticamente um nocaute, e aqui temos a utilização para todo gosto, com profundidade de campo bem elaborada, cenas com ângulos pontuados para que o ambiente fosse valorizado e mostrado com show de clima, objetos voando e caindo em cima do público, a câmera balançando para todo lado na correria dando imersão cênica, ou seja, podem pagar pela sala que tiver a melhor tecnologia na sua cidade que vai valer o investimento despendido, pois os efeitos estão um luxo completo.

Aliado à tudo isso tivemos Andrew Lockington entregando uma trilha sensacional bem pontuada à cada cena, mantendo o ritmo da trama no nível máximo, de forma que nem vemos as duas horas de filme passar mesmo com o clima de tensão a mil por hora, ou seja, vai parecer que você nem verá a música sendo tocada a todo momento, mas ela está ali presente e funcionando bem. E para fechar com chave de ouro, os créditos sobem com a versão de California Dreamin' de Sia que já havia tocado no trailer e encaixou muito bem com a proposta do longa. Deixo aqui o link da trilha para quem desejar escutar.

Enfim, um filme que até possui defeitos, mas que a diversão e a tensão é tão bem feita que acabam minimizados, ou seja, quem gostar do estilo pode ir que é garantia de entretenimento puro, e quem não é tão fã talvez passe a gostar, pois foi tudo bem trabalhado para desenvolver a ideia, não ficando fadado somente à situação da destruição, mas no salvamento e das perspectivas emocionais de cada um dos estilos de seres humanos que existem por aí. Bem, falei até demais, mas aproveitei a empolgação do filme para dizer tudo bem minuciosamente e procurando não falar de muitos spoilers. Novamente agradeço ao pessoal do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto pela parceria de junto com o Cinépolis proporcionar uma pré-estreia interessantíssima para os nossos convidados se divertirem. Fico por aqui agora, mas volto na Quinta com mais estreias que vieram para a cidade, então abraços e até breve.


3 comentários:

Unknown disse...

A parte visual é muito atraente. Grandes efeitos especiais, a ação visual em frente e atrás também. The Rock salva ação tudo, o homem-fashion. Músculos, carisma, estilo. Terremoto: A Falha de San Andreas é um mais desses filmes não trazem mais do que apenas entretenimento, mas que é suficiente nos dias de lazer, o que a rotação argumentos pesados. Às vezes você não está no humor para aquelas coisas ea ação é uma opção, não a pouco?

Valeria L. disse...

Obrigado por escrever a resenha. Talvez a história do Terremoto: A falha de San Andreas e inferir enquanto avança, mas eu acho que tem bons efeitos especiais, Quanto ao elenco Acho Dwayne Johnson compartilha a tela com um elenco novo e diferente. Não há necessidade de envolver grandes estrelas, com "The Rock" é suficiente. Pessoalmente, quando eu vi o trailer, devo dizer que achei chocante. Só que poderia qualificar-se como um bom filme de entretenimento e ação.

Fernando Coelho disse...

Obrigado Valéria e Sofia por comentarem, é um filmão pipoca de entretenimento, e claro que The Rock vai sempre chamar o filme pra si, pois é sua característica.. quanto da história, é paia como sempre né, mas vale a diversão... abraços!

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