Kingsman - Serviço Secreto

3/07/2015 02:52:00 PM |

Olha alguém pode falar para Matthew Vaughn dirigir a próxima produção do Michael Bay? Até hoje, o cara tem apenas cinco filmes no currículo e nenhum sequer é abaixo de ótimo, então é capaz dele conseguir fazer um milagre histórico no cinema, já que Bay tem verba pra queimar e o Vaughn não erra jamais em nada. Digo isso, pois fui ao cinema conferir "'Kingsman - Serviço Secreto", apenas achando que seria um filme comum, já que o trailer não havia me convencido muito, e como não sou nenhum aficionado por quadrinhos esperava no máximo uma boa história misturando espionagem com gags cômicas, e cá estava esse Coelho que vos digita após 129 minutos aplaudindo escondido o que acabava de ver, para não pagar mico na sala do cinema. Não tem como descrever o quão sensacional é o filme, temos boas sacadas, excelentes referências, trilha sonora impecável, efeitos engraçadíssimos casando bem com a cena, e principalmente, uma história completamente eficiente, convincente e bacana de ser vista diversas vezes, de forma que tenho certeza absoluta que se eu for novamente ver o filme irei me divertir exatamente da mesma maneira que vi na primeira vez, e isso é algo que poucos filmes conseguem o feitio. Então se você tinha sequer qualquer dúvida de ir ao cinema conferir o filme, vista seu terno e já pra sala do cinema assistir esse que pegou o posto de melhor filme até agora do ano, claro que na opinião desse Coelho maluco, mas garanto que você irá gostar.

O filme nos mostra que Eggsy é um jovem com problemas de disciplina que parece perto de se tornar um criminoso. Determinado dia, ele entra em contato com Harry, que lhe apresenta à agência de espionagem Kingsman. O jovem se une a um time de recrutas em busca de uma vaga na agência. Ao mesmo tempo, Harry tenta impedir a ascensão do vilão Valentine.

Não tem como não se empolgar ao falar de tudo que o filme nos passa, pois a adaptação que Matthew Vaugh fez junto de Jane Goldman ao criar um roteiro embasado na HQ de Mark Millar e Dave Gibbons, fizeram com que tudo que estava desenhado nas páginas dos quadrinhos virasse algo épico tanto visualmente quanto dentro do contexto de referências e diálogos, e isso é muito bacana de assistir numa telona de cinema, a cada cena que passava o resultado que o diretor nos entregava era tão incrível e cheio de ação que a euforia só ia aumentando para tudo o que os personagens se envolviam, ou seja, um misto do que já fez bem nos seus filmes anteriores "X-Men: Primeira Classe" e "Kick-Ass", e em diversos momentos do filme seja pela trilha ambientada ou ângulos escolhidos, acabamos nos remetendo muito à esses filmes, o que é bacana por sabermos a linhagem que o diretor escolheu, ainda bem que foram bons filmes para seguir a linha, mas como disse no começo ele ainda não errou a mão nenhuma vez, então sempre vai nos entregar algo perfeito. A história em si é algo muito bem trabalhado, afinal é difícil uma HQ que não tenha toda a desenvoltura de vilões, heróis e tudo mais, então o longa se desenvolveu completamente em cima da linhagem tradicional e com personagens marcantes acabamos nos divertindo com tudo, desde o vilão que quer acabar com o mundo mas não pode ver uma gota de sangue até o herói que tem moldes sacanas, e aliado à forma escolhida para acabar com a superpopulação a arma usada foi algo muito genial. O único problema talvez do filme, mas que não chega a incomodar muito é a duração do filme, que com 130 minutos, mesmo com um ritmo frenético, em alguns momentos acabamos cansando, principalmente no início de apresentações, mas com o decorrer vão dando mais gás no ritmo e tudo se encaixa ficando perfeito, de forma a termos uma das cenas de luta mais épicas do momento culminando na cena da igreja, garanto que muitos outros atores que já fizeram boas cenas de luta ficaram com uma pontinha de inveja de Colin Firth.

E o sincronismo perfeito coube também na direção de atores que está perfeita, transformando os atores praticamente nos personagens da melhor maneira possível, encaixando trejeitos e personalidades únicas, não dá para falar em momento algum que o papel caberia para outro ator senão os próprios que fizeram, ou seja, um encaixe único. Já que citei Colin Firth, vamos continuar falando dele, que deu uma sobriedade interessante para seu Harry, e teve de suar bastante para todas as cenas de ação que seu personagem se envolve, e segundo foi passado fez 80% das cenas de luta sem necessitar de dublê, o que mostra a garra que entregou para o personagem e tudo encaixou muito bem com a personalidade proposta. Taron Egerton ganhou o  papel de Eggsy após passar no teste com outros 60 atores e podemos dizer que sua estreia em um longa-metragem foi muito bem encaixada, pois o rapaz soube se encaixar com muita dinâmica no personagem para não ficar apenas um herói tradicional, muito menos um espião comum, e isso era exatamente o que com certeza procuravam no ator que iria fazer o papel, alguns trejeitos seus são pouco forçados, e deve melhorar com a experiência, mas suas cenas finais são incríveis, e se fizerem realmente a continuação do longa, ele deve detonar. Agora gostaria de saber as inspirações de Samuel L. Jackson para criar seu Valentine, que com a língua presa fica até difícil entender o que fala, mas com nuances perfeitas de uma vilania completamente diferente, nos envolve de uma forma que mesmo torcendo para que sua morte seja feita com estilo, ele ainda puxa um carisma que poucos vilões nos remeteram, muito boa atuação desse que é um dos grandes atores do cinema. Sofia Boutella nem chama tanta atenção pela forma de interpretação dos textos de sua Gazelle, mas sim pela coreografia das lutas com sua perna de faca afiadíssima, e se ela não usou dublê para fazer tudo que fez, já podemos dizer que é uma lutadora de exímia perfeição. Mark Strong deu a seu Merlin uma personalidade característica e envolvente tanto no treinamento dos candidatos ao cargo de espião, quanto nas cenas finais, sendo sempre sarcástico e dinâmico, o que agrada bastante e mostra que o ator deve voltar numa continuação bem encaixado. Michael Caine é aquele ator clássico, e não teria escolha mais eficiente para o Arthur, chefe da agência de espionagem, senão ele, pois com toda a classe possível, fez suas cenas de maneira inteligente e culta, trabalhando cada ato consistentemente e com precisão, o que ficou muito bem encaixado. Sophie Cookson até fez bem o papel de Roxy, mas como nesse filme ela ainda é meio que secundária na trama, não pode desenvolver tanto o personagem, acredito que caso exista a continuação entre em destaque seu personagem junto de Eggsy, mas para uma estreia no cinema fez um bom trabalho. Os personagens secundários são muitos e passaria muito tempo falando de cada um, então prefiro destacar apenas Hanna Alström com sua princesa Tilde, não apenas pelo seu momento forte junto dos vilões, mas pelo fechamento completamente divertido junto do protagonista.

Com um visual impecável e cheio de detalhes, tivemos uma quantidade impressionante de elementos cênicos para dar contexto na trama e serem usados pelos protagonistas, e isso deu um tom preciso e incrível para a trama, tanto as cenas envolvendo os testes para ingressar na agência quanto as cenas de lutas foram compostas minuciosamente para agradar e dar todas as características que um bom filme de espionagem deve ter, ou seja, um luxo completo. A equipe de fotografia também trabalhou como se fosse uma orquestra com detalhamento de cada cena com uma iluminação diferenciada e planos com ângulos nunca repetidos, o que auxiliou tanto no quesito de dar um certo suspense para alguns atos, como para ganhar o ritmo exato no decorrer do filme. Outro elemento que tem de ser levado muito em consideração são os efeitos especiais, que foram de primeiríssima linha, dando charme e coerência para cada uma das cenas divertindo demais quando preciso, com destaque claro para a cena das explosões no QG do vilão e pelo mundo afora que junto da trilha colocada fez tudo ficar maravilhosamente divertido, e na cena da igreja a luta então ficou marcada como algo totalmente cheio de efeitos rítmicos e coreografados de uma maneira que poucas vezes vimos no cinema.

Não dá para falar da trilha sonora com músicas de altíssimo nível e agradando demais, sem deixar o link para elas, então aqui está neste site, façam bom proveito, pois a escolha foi feita na medida para envolver, dar ritmo, coreografar e tudo mais, e principalmente como disse no início, podendo ser visto muitas vezes sem cansar.

Enfim, é um filme perfeitíssimo que agrada demais em tudo, não tem maneira de sair da sessão sem ser empolgado, e se empolgar a cada vez que falar do filme, hoje mesmo terminando de escrever sobre ele, estou a mil, já indiquei ele pro barbeiro, pra diversos amigos, e aqui deixo mais do que uma recomendação para vocês que acompanham meus textos no site, digo que é quase uma obrigação ir assistir a esse longa e vibrar a cada ato mostrado. Já fico com muita torcida para que façam uma continuação desenvolvendo ainda mais os protagonistas, pois se fizerem só metade do que já foi apresentado aqui, é certeza de que teremos algo muito bom. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda faltam dois longas para conferir nos cinemas nesse final de semana, então abraços e até breve.


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