Hércules em 3D

2/12/2014 09:19:00 AM |

Sabe quando você vai em alguma festa e fala pra um amigo invejoso que quer fazer tal coisa e algumas semanas depois você descobre que esse amigo foi lá e fez antes que você apenas para se exibir? No cinema ultimamente andamos vendo vários exemplos de histórias que acabam saindo 1, 2, as vezes até 3 filmes no mesmo ano falando daquilo e a única explicação palpável que consigo enxergar é isso. Se nesse ano já tínhamos ciência de "Hércules - As Guerras Trácias" com The Rock quebrando vários inimigos e "Pompéia" com escravos digladiando, porque não fazer um misto disso tudo e lançar algo antes dos dois nos cinemas? E assim temos "Hércules 3D" que é uma produção bem feita, com 3D bem interessante pra quem gosta de coisas sendo arremessadas em sua cara, com uma história até razoável, mas pecou monstruosamente nas lutas e efeitos digitais de forma a você rir quase o filme inteiro com a quantidade de absurdos que acontecem.

O filme nos mostra que ao ser traído por seu padrasto, o rei Anfitrião, Hercules é exilado e vendido como escravo. Ele então precisará de todos os seus poderes para encontrar o caminho de volta para casa, para o reino, que por direito é seu, e para o seu grande amor.

A história em si tem um sentido até bacana com a ideia de tentar mostrar como se iniciou a lenda original de Hércules, e de uma forma contada bem pautada logo na dianteira do filme parecia que tudo seria interessantíssimo, até que surge o problema da maioria dos filmes, surge uma mulher que vai servir de base para todo o conflito amoroso da trama, e embora a personagem de Hebe possa até servir de motivação para que o protagonista saia arremessando inimigos para todo lado, surge um novo problema que vem incomodando demais esse Coelho que vos digita: a falta de sangue em filmes de guerra, pois caros amigos uma espada imensa perfurando alguém não deixaria o caboclo apenas caído no chão, mas voaria no mínimo uma parte da pessoa pra fora, e as classificações indicativas andam aparecendo cada vez menores para dar público e com isso transformando os longas de luta em fracassos totais. O diretor Renny Harlin até trabalhou bem o roteiro, mas faltou um pouco mais de pegada nas cenas que transformariam o longa num épico realmente.

O ator Kellan Lutz até se esforça para parecer mais parrudo e agradar com seu Hércules, mas não chega a convencer nem nos momentos de muita raiva, muito menos nos momentos que necessita emocionar com um toque mais sutil, além de que poderia ter ficado um pouco mais forte para o personagem mítico. Scott Adkins consegue fazer um antagonista que chegamos a ficar com raiva, mas no seu momento mais crucial de batalha poderia ter enfeitado menos o pavão, pois já havia demonstrado toda sua maldade e agora era a chance de apenas finalizar de forma impactante, mas luta apenas dando saltos pra todo lado que nem parece ser humano. Gaia Weiss é uma jovem interessante para se batalhar, mas faz umas caras de piedade nos seus momentos em cena que acabamos ficando mais com dó dela do que torcendo para que fique com o mocinho da história. Liam McIntyre veio com sangue no olho depois de fazer Spartacus na série de mesmo nome e aqui luta com toda sua força e agrada bem nos seus momentos, claro que sua cena com filho ficou fraca demais, mas não fazia tanta parte da história assim. Agora a única coisa que poderia ter feito o filme virar um rebuliço maior seria colocar Liam Garrigan em seu primeiro filme após diversas séries como um personagem gay, pois lutador com aquele rosto e trejeitos jamais seria, e aí teríamos um filme muito diferente do que poderíamos imaginar.

A produção cênica foi muito bem trabalhada e agrada muito com o que é mostrado, porém pecaram demais nos exageros colocados nos efeitos especiais, pois é de assustar tudo que aparece em cena, a começar pelo leâo mais falso da face da Terra, nem em uma animação um leão seria daquele jeito, além de muitas outras cenas que fugiram completamente de tudo que poderia ser usado como elemento cênico. A fotografia trabalhou muito com o marrom escuro e com isso parece sempre que os personagens estão até mais sujos do que realmente estão, não que isso seja ruim para o contexto, mas como o ator principal é muito branquinho acaba denunciando demais alguns erros. Quanto do 3D, quem quiser pagar para ver muitos objetos voando para fora da tela, esse é um bom exemplo, já que logo na primeira cena a produção já mostra pra que foi feita, e quando dá uma parada no miolo, logo retoma para mais cenas com a tecnologia, mesmo que sejam exageradas demais.

Enfim, é um filme que poderia chamar muito mais atenção se tivessem se preocupado mais nas batalhas que são bem bacanas e na história ao invés de querer entupir o filme de efeitos especiais e sair do contexto. Vale a pena somente para quem queira ver muitos efeitos tridimensionais em lutas que não saem sangue, e olhar uma produção muito bem feita que pecou nos detalhes, do resto é gastar dinheiro com filme fraco de tudo. Fico por aqui hoje, mas nessa semana ainda temos mais um para conferir e se preparar para a próxima semana que vem por aí, então abraços e até breve.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...