47 Ronins em 3D

2/02/2014 04:37:00 AM |

A cada dia que passa, vejo que Hollywood prefere colocar sessões pipocas nos cinemas a trabalhar bem algum roteiro para que uma história seja bem contada, pois "47 Ronins" teria uma história japonesa super envolvente para contar e preferiram fazer apenas um tradicional filme de luta onde o que importa é apenas a pancadaria mentirosa, onde nem se deram o trabalho de mostrar as fortes mortes que com certeza teriam nessas batalhas. O longa em si entretêm, mas não chega nem aos pés do que poderia ter sido.

Do conto mais antigo da cultura japonesa, surge a aventura épica que nos apresenta Kai, um excluído que se une a Oishi, o líder dos 47 Ronins. Juntos eles buscam vingança sobre o traiçoeiro soberano que matou seu mestre e baniu sua espécie. Para devolver a honra à sua pátria, os guerreiros embarcam em uma missão que os desafia com uma série de provas que destruiriam os guerreiros comuns.

O roteiro em si teria muito do que ser trabalhado para mostrar toda a lenda japonesa tradicional, mas Hollywood têm optado em transformar coisas extremamente tradicionais em algo jogado nas telas que nem dá para acreditar que venha algo bom de culturas milenares se forem feitos por eles. O diretor estreante em longas Carl Rinsch infelizmente poderia começar botando o nome nas alturas, mas fez feio em colocar o dinheiro à frente da qualidade de roteiro, tudo bem que o que lhe foi entregue talvez tenha sido feito, mas ele provou que sairá melhor à frente de segundas unidades para dirigir cenas de ação do que transformar uma lenda em algo significativo. Não digo que é um filme ruim, muito pelo contrário, dá para se entreter bem com o que é mostrado em cena, mas poderiam ao menos ter entupido nossas telas de sangue não ficando na simplicidade apenas de cabeças cortadas sem nada voando pela sala.

No quesito atuação usaram Keanu Reeves mais como uma tentativa de chamar público do que como protagonista mesmo, pois ele entrou praticamente mudo e saiu calado, fazendo alguns trejeitos apenas em cena e dando algumas espadadas em bichões, fazendo alguns míseros trejeitos e só. O protagonista do longa realmente pode ser colocado nas mãos e interpretação Hiroyuki Sanada que encara tudo realmente como um líder fechando o rosto quando tem de fechar, encarando tudo e todos como se não houvesse o amanhã. Ko Shibasaki é a típica mocinha apática que dá vontade de torcer para que um dos dragões comam ela rapidamente, completamente sem sal nem interpretalidade. Rinko Kikushi faz algumas cenas bacanas onde mostra que sabe agradar, claro que suas melhores cenas são devidas à computação gráfica, mas mesmo assim faz bem quando precisa soltar seu palavreado. Tadanobu Asano que incrivelmente se joga contra o clã de seu próprio sobrenome é o vilão que mais tenta ser malvado falando na cara da pessoa que deseja provocar e não consegue ao menos um suspiro de quem ele provoca, mas faz bem suas maldades ao menos. Min Tanaka faz uma participação fraca e não agrada nos momentos que deveria, poderia ter sido um lorde que nem chama muito a atenção, mas deveria ter trabalhado o personagem ao menos nas cenas que deve. Enfim, se olharmos todos os nomes são japoneses e mais uma vez provam que poderiam fazer um ótimo filme falado na língua local, e colocam novamente todos falando em inglês pra decepcionar a característica que poderia dar melhores atuações.

O visual do longa pelo menos foi bem trabalhado mostrando razoavelmente o Japão feudal que já vimos em outros filmes, com a diferença de deixar com uma fotografia mais escura, um clima mais denso e noturno. Os elementos cênicos usados, embora sejam poucos, caíram bem e foram usados com consciência. Vale ressaltar as boas cenas de batalha, que embora não apareça ninguém morrendo da forma que devia, o visual empregado agrada bastante, e faz parecer até que exista uns 200 ronins. Os figurinos pra variar nesse estilo acabam se sobressaindo e chamam bastante atenção pela divisão dos clãs em tudo. Embora o falte um pouco de sangue para a trama, a equipe de fotografia puxou bastante nos tons vermelhos para tentar suprir essa ausência, mas não foi tão envolvente como poderia ser se fosse marcante como todos os filmes de luta devem ser. Os efeitos visuais são bem leves e ao mesmo tempo que agradam por essa característica de movimentos sutis, acabam decepcionando na qualidade do 3D empregado, pois quem for assistir esperando tudo que viu no trailer e parecia ser algo genial no uso da tecnologia, verá exatamente as mesmas 3 cenas boas que apareceram lá, junto a de um bichão esquisito logo no início. Tanto que se não fossem pelas legendas sobrepostas, quem não liga de ver alguns poucos borrões e for ver dublado conseguirá assistir o filme tranquilamente sem óculos.

Enfim, é um filme que poderia ser excelente se usasse de um bom roteiro que a história em si proporciona, tivesse melhorado a qualidade do 3D pra valer a pena pagar mais caro, e principalmente sendo um filme de luta, tivessem mais mortes com sangue, mas pra variar preferem dar classificação baixa nos filmes para tentar lotar de adolescentes as salas, então é o que promete ser esse ano de filmes falados em línguas diferentes das locais e classificação indicativa para bebês em filmes com guerra e violência. Recomendo o filme somente para quem quer comer uma pipoca com bastante manteiga acompanhando lutas em que as pessoas morrem não por espadas a perfurando ou cortando, mas sim por elas serem tão duras que ao bater no seu corpo você cai. E quem for ver, se quiser vá em 2D para pelo menos economizar algumas moedas. Fico por aqui, mas hoje ainda irei conferir mais uma estreia para falar o que achei, e já começo a achar que a Sandy que tanto falei mal durante a semana passada irá salvar o final de semana. Abraços e até breve pessoal.


1 comentários:

FERNANDO disse...

concordo exatamente com você.
quando eu sai do cinema eu dei 5 estrelas..
entrei no site e vc tambem deu 5 estrelas

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