Tainá 3 - A Origem

2/11/2013 10:05:00 PM |

Quando uma boa produção está indo por um caminho certo, acabamos ficando pensando o porquê de precisarem fazer algumas coisas que podem jogar tudo pelo caminho afora. Não digo isso falando mal de "Tainá 3 - A Origem", mas sim como um conselho, pois o filme em si é muito bacana, principalmente para as crianças que saem encantadas, rindo e dançando com tudo que nos é mostrado, mas alguns pontos colocados no longa, principalmente no quesito efeitos especiais, quase jogam água em tudo de bom que o longa possui. Mas esquecendo desse detalhe que aparecem em algumas cenas, o restante é só alegria, num visual de cair o queixo que conseguiram capturar na Amazônia, com direito a dancinha no final acompanhada da letra no melhor estilo karaokê indígena possível.

A história nos mostra que Tainá fica órfã ainda bebê. Ela é criada pelo pajé Tigê e sonha em ser a primeira guerreira menina da aldeia. Ela conhece Laurinha e é grande amiga do índio Gobi. Juntos, eles buscam informações da origem de Tainá e lutam contra Vitor, um contrabandista de madeira que está por trás do desmatamento da floresta.

Você deve estar falando: "O Coelho ficou maluco em gostar de uma história dessas", e o que posso responder é que realmente fui assistir o longa com o maior dos preconceitos possíveis, pois antes mesmo de ver qualquer um dos outros 2 filmes, já imaginava que a história seria fraquíssima. Não que ela seja um primor vendo pelo lado técnico, mas olhando como a concepção total que a diretora Rosane Svartman conseguiu captar para mostrar uma visão ecológica de forma divertida e cheia de elementos animais para as crianças, é algo que se tem de dar valor para o trabalho final, pois diferente de muitos filmes que assisti numa sala lotada de crianças, todas ficam paradas com os olhinhos presos em tudo que aparece na tela e depois dançam com as canções do longa. A produção do longa sofreu e muito para conseguir fazer todo o filme ser rodado em plena selva amazônica, mas o resultado final valeu muito a pena para ser visto.

O elenco infantil é o que mais surpreende sob as mãos da diretora, pois todos demonstram um enorme carisma frente às câmeras e com isso acabam conectando mais ainda com as crianças que forem assistir. A indiazinha Wiranú Tembé consegue nos encantar com seus atos de uma forma que faz parecer até que é uma atriz nata mesmo, e quem sabe isso não se torne mais pra frente. Beatriz Noskoski traz em seu semblante toda a inocência infantil aliado a claro as atitudes de crianças mimadas que não saem de seus apartamentos para nada, e isso acaba ligando bem ela também às crianças, pois muitos vão se imaginar como ela na floresta, e seus atos acabam agradando. Igor Ozzy poderia ter ficado um pouco mais caracterizado como índio, pois suas atitudes são bacanas, mas acabam parecendo mais um garoto comum vestido de índio do que um índio que faz coisas mais tecnológicas. Dos adultos todos tem apenas pontas, algumas maiores, outras menores e todos estão dentro de um padrão meio bobo demais que acabam caindo mais para o lado divertido que tudo, por exemplo Nuno Leal Maia e Leon Gomes. O vilão Guilherme Berenguer com seus olhos cheio de efeitos até tenta assustar, mas acaba fazendo mais o papel de vilão fácil de lidar. Gracindo Junior até tenta ser bacana nas suas facetas, mas acaba fazendo poucas cenas que não corresponde tanto ao papel que poderia ser mais enfático.

O grande ponto chave do filme é o visual da fotografia que Dudu Miranda conseguiu captar nos cenários escolhidos por José Joaquim Salles. É algo indescritível o visual que a floresta pode trazer para o longa, aliado ao céu sempre sendo exibindo um sol maravilhoso. Os animais bem adestrados estão bem encaixados para a trama fazendo nos rir e satisfazer com bichos lindos. No quesito visual também temos o grande problema, claro para os mais técnicos, que está nos efeitos especiais, pois o voo da flecha e o machado brilhante do vilão não ficaram muito bem feitos e acabam um pouco estragando tudo que está lindo no longa.

A trilha sonora interpretada pelo genial Carlinhos Brown é muito gostosa de ouvir e impregna na nossa mente de tal forma que saímos da sala cantarolando por mais um bom tempo. A música das crianças é bem infantil mas também não deixa de ser bonitinha e depois mostrada em formato de karaokê com as crianças dançando ficou bem bacana, mesmo eu pessoalmente não gostar de danças finais.

Enfim, é uma boa opção para levar as crianças para aprender um pouco mais sobre a preservação da natureza, e acredito que os adultos que levarem os pequenos também curtirão tudo, pois é um longa que passa bem rápido de forma divertida e bonita. Bem é isso pessoal, como já disse algumas vezes, o que mais nos assusta e temos preconceito geralmente é o que mais pode nos surpreender a favor ou contra, e dessa vez ainda bem foi bem a favor. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços e até amanhã então.


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