Inquietos

2/24/2012 05:06:00 PM |

Algumas vezes você já parou para pensar se soubesse quanto tempo de vida o que gostaria de fazer? E se soubesse que o tempo é curtíssimo? Com essas duas indagações posso iniciar o texto sobre "Inquietos", um romance leve, porém belíssimo que trata desse tema que já vimos algumas vezes na tela, só que agora sob uma visão de jovens.

O filme nos apresenta Annabel, uma bela e encantadora paciente com câncer terminal que é profundamente apaixonada pela vida e pela natureza, e Enoch, um jovem que desistiu dos negócios da vida, depois de um acidente que tirou a vida de seus pais. Quando esses dois ´desajustados´ se encontram em um funeral, eles acham algo em comum em suas experiências de vida.

A forma que o diretor Gus Van Sant encontrou para tratar o filme pode ser até criticada por muitos, pois deixou o filme bem fechado quanto ao que o público possa querer sair da sala pensando sobre o tema, mas na minha opinião, essa foi uma das formas mais bonitas que ele pode mostrar todos os medos e anseios dos personagens, bem como seu modo de ser feliz, e com isso o longa acaba transformando a perca numa forma tão doce que nem o mais pessimista pudesse odiá-la.

As atuações de Henry Hooper e Mia Wasikowska são suaves como o filme todo deve ser e mesmo nos momentos mais ébrios do filme, ambos conseguem transparecer a jovialidade e a incerteza necessária que os personagens pediam. Ryo Kase também mostra toda a sensibilidade sem precisar sair da sua postura durona de um ex-kamikase.

Com uma fotografia um pouco embaçada, o longa parecia ser algo meio como um sonho, não sei se foi essa a intenção do diretor de deixar que pensássemos estar no pensamento de um dos dois personagens, mas na minha percepção ficaria com essa opção. A direção de arte está econômica mas não peca em nada pois não era necessário incrementar coisas demais para que um filme de bom roteiro continuasse bom.

As trilhas sonoras escolhidas poderiam estar presentes em setlists de qualquer romance apaixonado, pois tudo parece florescer ao tocar as suaves músicas escolhidas. Só me incomodou o pianinho tocado no início, mas logo foi retirado da trilha então até posso desconsiderar ele.

Portanto, é um bom filme, que para não fugir a regra veio para o Brasil com poucas cópias distribuídas pela Sony, então só chegou por aqui agora pelo pessoal do Cinecult, mas valeu a espera para ver na telona. Recomendo que assistam assim que sair em DVD ou se tiver passando por aí pois é bem bonitinho, totalmente água com açúcar e que consegue transformar uma notícia triste em algo feliz. Encerro por aqui essa semana que iniciou hoje, pois as distribuidoras esqueceram do interior novamente. Abraços pessoal e até sexta que vem.


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