Uma Noite de Crime


Originalmente lançado dia 01/11/13 no Brasil, e pasmem 02/05/13 nos EUA, "Uma Noite de Crime" foi uma das grandes raivas minha contra a distribuidora Universal Pictures, pois passou em cidades que contam com apenas 1 sala de cinema e aqui em Ribeirão Preto com 36 salas foi simplesmente ignorado. Então óbvio que já que criei essa parte do site para falar de filmes que não saíram nos cinemas daqui teria de iniciar com ele. Pois bem, não é o melhor filme de terror/suspense que já vi, mas é no mínimo bem interessante a começar já por tudo que é mostrado no trailer. O filme poderia ter optado por focar mais em tudo que ocorre pelo país, já que a ideia do expurgo, nome original do filme em inglês "The Purge", é sair às ruas descontando toda sua raiva em pessoas, e com isso matar alguns que não possuem dinheiro ou força para se defender, mas como optaram por mostrar como uma família que vende segurança se defendeu de tudo que ocorre em sua própria casa ficou bacana também de acompanhar. Agora é aguardar o segundo filme que já prometeram e ver o que irão fazer, já que a bilheteria lá fora foi um estouro.

O filme nos mostra que quando o governo norte-americano constata que suas prisões estão cheias demais para receberem novos detentos, uma nova lei é criada, permitindo todas as atividades ilegais durante 12 horas. Este período, chamado de Noite do Crime, é marcado por milhares de assassinatos, linchamentos e outros atos de violência por todo o país. O intuito, segundo o governo, é permitir que todos os cidadãos libertem seus impulsos violentos, garantindo a paz nos outros dias do ano. Neste contexto vive a família de James Sandin, um vendedor de sistemas de segurança que prospera graças à Noite do Crime. Quando o evento ocorre, no entanto, o filho de James aceita abrigar um homem perseguido por psicopatas. Logo, toda a família está em perigo, seja dentro de sua própria casa, com a presença do desconhecido, seja pelas ameaças vindas dos psicopatas em frente ao imóvel, que prometem entrar e matar a todos.

O diretor James DeMonaco trabalhou bem com seu próprio roteiro e fez um filme consistente, nada exuberante que chegasse perto da curiosidade que fez com o trailer, mas soube trabalhar o medo dos atores e embora pudesse ter saído mais da casa, soube usá-la bem ao seu favor. Os planos feitos de baixo para cima são bem interessantes e agradam visualmente, mostrando que uma pessoa caída ainda continua vendo seu agressor, e com isso o longa continua mesmo com alguém ao chão. Claro que existem inúmeros furos e também muita coisa que ninguém faria em sã consciência, mas se abduzirmos essa ideia o longa acaba sendo bem interessante e ficamos torcendo pra muita gente levar uma machadada na testa.

As atuações estão bem coerentes, demonstrando medo, desespero e todo tipo de reação que as pessoas teriam frente ao que ocorre no longa. Vale destacar que Ethan Hawke poderia ter sido menos canalha em algumas cenas, mas no geral agrada bem. Max Burkholder é o típico garoto idiota que terminamos o filme sem entender seus atos, mas como todo terror precisa ter uma besta pra que as coisas ocorram, esse é o cara. Lena Headey e Adelaide Kane se não fossem pelos seus impulsos em algumas cenas, seriam duas pessoas desnecessárias para o filme. Edwin Hodge está bem em seu papel, mas esperava que fosse mais forte em algumas cenas, pois olhe o seu tamanho e o de Ethan, qualquer um derrubaria ele fácil. Rhys Wakefield é tão educado que nem parece um assassino frio, e agrada bem por isso. Os demais fazem bem seus momentos, mas nada que valha ser ressaltado tirando a idiotice estúpida do ato de Tony Oller que qualquer pessoa com um neurônio útil faria o que ele fez.

A cenografia da casa, embora seja de pessoas bem ricas, é pouquíssima utilizada, não sei se não ficou coerente aparecer, mas por fora aparenta ser uma mansão monstruosa, mas por dentro vemos poucos cômodos mal decorados e faltando elementos cênicos para parecer boa. As armas escolhidas são um show a parte, pois no texto que inicia o filme fala que está permitido abaixo da categoria 4, mas o que vemos são coisas que nem em guerra alguns soldados possuem. A fotografia soube trabalhar bem com a escuridão e aproveitou os momentos para surpreender o espectador com alguns sustos.

Enfim, o trailer havia me conquistado, mas o filme apenas foi bacana e poderia ser melhor, vamos ver o que virá assim que sair a sinopse do 2 que estreia no fim do ano lá nos EUA e esperamos que caia nas mãos de alguma distribuidora mais séria para mandar os filmes direito para todo o país. Recomendo pra todos que gostam de uma violência desmedida, sem muitos motivos, em um terror razoável. Fico por aqui, mas nessa semana ainda alimentarei mais filmes que não passaram nos cinemas do interior, então abraços e até breve pessoal.


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