A sinopse nos conta que em 2041, qualquer pessoa que sofreu uma morte acidental pode voltar à vida. O procedimento é feito por meio de um backup de suas memórias, que precisa ser realizado a cada 48 horas. Um casal é assassinado e uma jovem detetive tenta solucionar o caso após o time de restauração reviver uma das vítimas.
Diria que o diretor e roteirista Robert Hloz foi muito esperto e sagaz em seu primeiro longa-metragem, pois o filme possui tantos elementos possíveis para dar errado, além de um custo digamos bem graúdo para começar a vida de grandes projetos, mas ele não se ateve a cenas exageradamente corridas na tela, sabendo exatamente aonde pontuar para que o filme tivesse cenas-chaves, e brincando com a essência completa não precisou ir muito além em outros momentos, o que claro teve uma leve falha na dinâmica, deixando o longa um pouco lento demais, mas para um suspense de ficção científica deu completamente as nuances suficientes para empolgar e se envolver com tudo. Ou seja, ele foi bem sucinto nos atos caros, e brincou com o tempo nas dinâmicas que poderiam ter mais diálogos, e assim sendo seguro para que seu filme tivesse um conteúdo maior do que pancadaria, o que acabou agradando na complexidade e no estilo que desejava mostrar.
Quanto das atuações, posso afirmar que a protagonista Andrea Mohylová fez uma Em Trochinowska cheia de personalidade e imposição, mas com um estilo meio que robótico, ao ponto que em alguns momentos até pensei que ela não fosse realmente humana, porém a pegada do longa pedia algo assim, e talvez com alguém mais explosivo não encaixaria como desejavam, porém dava para que ela chamar mais o filme para si, o que talvez tenha faltado foi o diretor puxar mais ela, e como ele é novato na posição, não conseguiu fazer isso. Matej Hádek trabalhou seu David Kurlstat de uma forma interessante, pois o personagem não se lembra de praticamente nada do que aconteceu, afinal seu backup é de quatro meses atrás, e o ator soube fazer trejeitos meio que sempre perdido, o que acabou sendo bacana de ver, e certamente difícil para um ator, afinal tem de fingir que não está entendendo nada, mesmo sabendo o que está acontecendo. Milan Ondrík trabalhou seu Viktor Toffer quase como um corredor nato, sempre fugindo das cenas, mas com uma dinâmica também cheia de nuances e expressividade, de modo que soube chamar a atenção para si nas cenas que mais precisaram. E ainda tivemos Václav Neuzil como o agente Mansfeld trabalhando bem como um bom policial, mas entregando seu lado mais malvado em cena, o que consegue chamar atenção.
Visualmente a trama soube brincar com muitos ambientes, mas a maioria deles fechados, afinal não dava para ambientar tudo num futuro tão próximo, mas exageradamente tecnológico, porém ainda assim tivemos carros autônomos bem imponentes cheios de design, torres chamativas na cidade, e claro alguns métodos de voz e controle bem interessantes de se ver, que talvez existam daqui algum tempo, e mesmo no processo da reconstrução da pessoa foram singelos com uma banheira de gelo sem grandes aparatos de impressão como muitos imaginariam e que já vimos em outros filmes, ou seja, a equipe de arte teve um trabalho gigantesco, mas muito bem feito na tela, com bons detalhes, mas também com coisas digamos "arcaicas" para um período tão tecnológico.
Enfim, é um belo exemplar de filme de suspense/ação misto com uma ficção científica futurista que muitos vão só achar problemas, mas que entretém bem e consegue segurar o público com a entrega na tela, então se você curte esse estilo, esse é um bom exemplar para conferir no final de semana, valendo a recomendação do Looke. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
PS: Coloquei o trailer dublado, que o original em eslovaco estava com legendas horríveis na tradução simultânea, mas no Looke a legenda e o áudio estão perfeitos.
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