O longa nos situa em Londres, 1934. Jimmy Erskine é o crítico de teatro mais temido da época. Ele vive tão extravagantemente quanto escreve e tem prazer em derrubar brutalmente qualquer ator que não atenda aos seus padrões. Quando o dono do jornal Daily Chronicle morre e seu filho David Brooke assume, Jimmy rapidamente se vê em desacordo com seu novo chefe e sua posição ameaçada. Na tentativa de preservar o poder e a influência que considera tão sagrados, Jimmy faz um pacto faustiano com a atriz em dificuldades Nina Land, enredando-os, juntamente com Brooke, em uma teia emocionante, mas mortal, de desejo, chantagem e traição.
Diria que o diretor Anand Tucker soube pegar o livro de Anthony Quinn e ousar com algo que facilmente viraria muito novelesco, ao ponto que a desenvoltura em vários momentos abre brechas para cansar o espectador, mas ele vem com uma reviravolta precisa e nos deixa viajar mais pelos momentos que tem na manga, fora que contando com um elenco incrível preciso de estilos, a dinâmica acabou ficando fácil de entregar na tela. Ou seja, o diretor criou facetas em cada momento da trama para que o destaque dos personagens fosse bem direcionado na tela, não deixando que nenhum personagem ficasse solto fora do roteiro, e assim a brincadeira cênica acabou ficando um crescente interessante e cheia de amarras, mostrando seu estilo próprio, mas também não reinventando a roda.
Quanto das atuações, não tem como desgrudar os olhos da atuação de Ian McKellen com seu Jimmy, ao ponto que o ator coloca seu personagem com trejeitos amplos, com sacadas precisas e sem deixar se abalar coloca em pauta muito do que já ouviu de outros críticos sobre o seu trabalho, sabendo se desenvolver na tela sem precisar minimizar a atuação de nenhum ao seu lado, e ainda levantando a bola para que outros se saíssem bem também, ou seja, deu show do começo ao fim, sem precisar forçar num papel não tradicional que muitos fariam alguém afetadíssimo. Gemma Artenton entregou uma Nina Land perfeita, cheia de emoções características de atrizes jovens, que se deixam influenciar facilmente por críticas, e que vivendo casos se perde também na vida, e que sabendo se prender bem nos olhares e dinâmicas conseguiu chamar sua personagem sempre para o centro, o que acaba agradando bastante. Diria que Mark Strong exagerou no estilo fechado de seu David Brooke, de modo que o personagem se desenvolve pouco demais na tela, sendo seco de sentimentos até para se demonstrar apaixonado, e isso pesou um pouco na tela, mas o ator soube tirar boas cenas de seus momentos, e assim não ficou fraco como muitos acabariam fazendo. Quanto aos demais, o personagem de Ben Barnes pareceu jogado na tela, de modo que seu Stephen aparece em determinados momentos e some em outros, ficando meio estranho de ver, já ao contrário dele, Alfred Enoch conseguiu se jogar por completo com seu Tom, sendo mais do que apenas um secretário do protagonista, mas tendo ligações e envolvimentos que você sente o ator com a conexão perfeita entre eles, e chega a ser bonito o fechamento na tela.
Visualmente o longa mostra os jornais, as diretorias riquíssimas da época, os teatros com seus luxos e pessoas bem vestidas para acompanhar as peças e óperas, a casa do crítico toda cheia de requinte e muita bebida, e falando em bebida, o clube somente para os ricos com suas sessões, salas privativas e tudo mais, tendo todo um desenvolvimento de ambientes preciso de luxo e chamarizes para sempre ampliar cada momento com muita riqueza. Ou seja, a equipe de arte não economizou nos detalhes, para mostrar sua pesquisa de época é claro todo o desenvolvimento que o diretor necessitava em cada ato.
Enfim, é um filme que funciona bem na tela, que não cansa, e que contando com um elenco incrível e uma direção precisa conseguiu fazer o roteiro ir mais além do que o planejado, ou melhor depois de algumas refilmagens e um novo corte, já que a primeira versão o estúdio não havia gostado muito, e assim fica justificado alguns personagens sumirem mais e outros serem melhor destacados. Então fica a dica para conferirem, e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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