Netflix - Sangue e Ouro (Blood & Gold)

5/27/2023 12:30:00 PM |

Alguns brincam que já virei quase um especialista em filmes de guerra pela quantidade de longas do estilo que dou play, mas retruco que prefiro os que tem uma pegada mais densa do que os que recaem para o lado cômico apelativo, não que seja algo ruim de ver, mas que acabam forçando demais e/ou se comparando a outros que deram certo. E o longa alemão da Netflix, "Sangue e Ouro", vem bem para esse segundo estilo, o da comparação com outro clássico do estilo que Tarantino fez, pois ousa jogar com cenas meio de faroeste, com matanças explosivas e até com personagens desfigurados para fazer gracejo com uma briga pelo ouro judeu em uma pequena cidade. Ou seja, não vou falar que tenha sido um filme ruim de acompanhar, pois foi bem produzido, tem estilo e diverte bem, mas dava para terem trabalhado um pouco mais de originalidade na trama e ousado mais para não ficar tão cheio de cenas clichês, que quem gosta do estilo até vai ficar feliz com o resultado, mas ficou parecendo faltar aquele algo a mais que uma trama de guerra sempre traz, aliás, falando em longa de guerra, já vi pessoal que erra tiro, mas aqui acho que até os figurantes de Star Wars acertariam mais os personagens.

O longa se passa nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e acompanha Henrique, um desertor alemão; Elsa, uma fazendeira; e um grupo de nazistas liderado por von Starnfeld. Em sua fuga do front, Henrique acaba encontrando a tropa de nazistas, e quase é enforcado, porém Elsa salva sua vida. Em uma vila próxima, os nazistas buscam por um tesouro judaico escondido e protegido pelos moradores, mas Henrique e Elsa acabam indo parar no meio da busca, que resulta em uma batalha sangrenta na igreja do vilarejo.

Diria que o diretor Peter Thorwarth é daqueles que gostam de muita ação com temas diferenciados, pois já vimos ele botar vampiros em um avião, e agora colocou alemães contra alemães numa trama insana e ao mesmo tempo interessante, pois ao brincar com os últimos dias da Segunda Guerra Mundial e a SS em busca de ouro judeu escondido por outros alemães, acabamos vendo algo bem conflituoso, mas não só pela essência trabalhada, mas sim pelos atos cheios de violência, sangue para todo lado e até coisas bizarras em cena, numa brincadeira meio cômica, meio séria, que até entrega algo bem feito do estilo, mas que se baseia em situações já trabalhadas, que até dariam para funcionar melhor se ele jogasse completamente para o escracho, mas ao tentar levar para algo mais de profundidade acabou se perdendo um pouco. Ou seja, não é um filme ruim, só faltou optar melhor para o caminho que desejava mostrar na tela, que aí talvez funcionasse com mais vontade.

Sobre as atuações, Robert Maaser se jogou por completo com seu Henrique, brigou bastante, fez olhares de todas as formas, levou tiro, facadas, foi enforcado e tudo mais em cena, de tal forma que o protagonista surpreende nas atitudes, e talvez pudesse ter ido até mais além. Marie Hacke também trabalhou bastante sua Elsa, sendo imponente, ousando em trejeitos bem dramatizados, e não se fazendo de vítima em nenhum ato, o que acaba sendo marcante com sua força. Alexander Scheer ficou bem interessante com a maquiagem de seu Von Starnfeld, desenvolvendo atos mais dirigidos, mas com muita imposição no melhor estilo que um general deve ser. Ainda tivemos atos bem marcantes com Florian Schmidtke com seu Dörfler, no melhor estilo de um combatente que não se abala por nada e luta até o último minuto, sendo intenso e bem colocado em todas as cenas. E por fim, mas não menos importante ainda tivemos Simon Rupp com seu Paul fazendo um estilo mais fechado de expressões, mas colocando tudo o que podia para chamar atenção, agradando bastante. Ainda tivemos muitos outros personagens na cidade, cada um desenvolvendo suas cenas, mas sem irmos muito além com nenhum, de forma que não vale destacar ninguém.

Visualmente o longa tem boas cenas de ação, com muitos tiros e explosões, sendo a maioria na igreja, seja no topo, na frente e até no altar, vemos uma cidadela bem criada com todo o gracejo da pousada e claro muito sangue e pedaços para todos os lados, de forma que a equipe protética trabalhou bastante junto com a maquiagem, mostrando o estilão mais cru, mas que funcionou bem dentro da proposta com muitas armas, pás e tudo mais que pudesse ser usado em combate, inclusive barras de ouro!

Enfim, o longa passa longe de ser algo brilhante, mas também fica bem longe de ser algo ruim de ver, de forma que acaba sendo um bom passatempo sangrento para quem gosta do estilo, valendo a recomendação com ressalvas. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.



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