Guardiões da Galáxia - Volume 3 em 3D (Guardians of the Galaxy - Vol. 3)

5/04/2023 01:45:00 AM |

Costumo dizer que é raríssimo um diretor que acerta a mão em uma trilogia do começo ao fim, ainda mais com o tanto de exigências que a Marvel exige de seus criadores, e hoje após conferir "Guardiões da Galáxia - Volume 3" posso dizer que James Gunn escreveu seu nome com todas as letras na companhia, pois após aceitar ir para a concorrente como grande nome, fez apenas a exigência de entregar um fechamento decente para a equipe que criou nos cinemas lá em 2014, digo criou nos cinemas, pois até antes era uma das HQs que só os fãs mais profundos da companhia conheciam os personagens, e Gunn levou com coragem e um estilo único algo que hoje podemos dizer que foi memorável, aliando uma trila sonora de primeiríssimo nível, personagens ao mesmo tempo cômicos mas com boas histórias e aventuras para desenvolver na tela, e principalmente carisma, afinal no gênero de heróis nos cinemas sem carisma não atinge ninguém. Mas aí começo dizendo que sinceramente eu não esperava nada desse terceiro capítulo sem ser um fechamento de trilogia, alguma forma de matar ou tirar os personagens principais que já haviam declarado que não voltariam em outros filmes sem serem dirigidos por Gunn, outros com problemas com os arcos criativos e tudo mais, então fui preparado para algo básico, engraçadinho e bem feito, já que não iam jogar tudo pelos ares, e meus amigos... posso dizer que vi uma obra-prima do estilo, ficando abaixo apenas de algo que a Marvel ainda não sabe como fez que foi "Vingadores: Ultimato", mas num nível tão perfeito, com emoções vindo de todos os lados desde cenas hilárias até cenas que alguns com toda certeza irão lavar a sala, ou seja, perfeito e que quem pegar o projeto para uma possível continuação está literalmente lascado, pois comparações vão vir e acertar novamente vai ser difícil.

A sinopse nos conta que nosso amado grupo de desajustados está se estabelecendo em LugaNenhum. Mas não demora muito até que suas vidas sejam reviradas pelo passado turbulento de Rocket. Peter Quill, ainda se recuperando da perda de Gamora, deve reunir sua equipe em uma missão perigosa para salvar a vida de Rocket - uma missão que, se não for concluída com sucesso, pode levar ao fim dos Guardiões como os conhecemos.

Se alguém falar que conhecia o diretor e roteirista James Gunn antes de 2014 com o primeiro filme dos Guardiões, vou certamente falar que está mentindo, pois participou de alguns roteiros marcantes, mas como diretor certamente dá pra contar nos dedos de uma mão quem você conheça que assistiu "Super" de 2010, então basicamente hoje seu nome é sinônimo de filmes de super-heróis antes pela Marvel e futuramente como grande chefão da DC e causador de muitas dores de cabeça em alguns fãs por lá, mas não vamos falar disso afinal hoje o dia é de festa, pois o que entregou aqui é algo que não tinha como imaginar, afinal quando falamos de um fechamento de franquia ou de despedida de personagens, ficamos tristes esperando o pior, vemos filmes com ares meio que jogados, mas não, ele criou praticamente uma festa que virou uma obra-prima do cinema de heróis, tendo cenas que trazem para o público todo tipo de sentimento nos 150 minutos de projeção, dando sustos com situações que poderiam ocorrer, colocando novos e velhos personagens na tela o tempo inteiro, criando cenas de ação de proporções inimagináveis, e o principal, brincando com tudo o que pudesse no ambiente, envolvendo bem desde os fãs da franquia quanto quem nunca viu nada dos personagens (embora fique meio confuso sem saber quem é quem na tela, mas ainda assim dá para divertir e emocionar). Ou seja, é aquele filme que quem vê mais que uma vez uma trama vai querer ver milhares de vezes, pois dá para entrar no clima sempre, e até mesmo as surpresas são boas e virão a causar outras vezes, então agora é aguardar o que acontecerá daqui para frente, seja com os personagens ou com o diretor, pois felizmente as últimas palavras da sinopse dizem tudo: "ao fim dos Guardiões como os conhecemos".

Sobre as atuações, vou dizer bem o básico, pois mesmo tendo todo o conflito de bastidores que saiu em alguns lugares na mídia, é notável a química incrível que todos têm em cena, de modo que são pouquíssimas cenas que não temos dois ou mais personagens bem juntos entregando tudo, seja os atores de carne e osso bem maquiados ou personagens digitais que gravaram com captura de movimento, mas tudo com muita conexão em todas as cenas principais da trama. E claro como aqui o filme tem muito mais sobre a história do Rocket, o destaque ficou para Bradley Cooper com sua voz e Sean Gunn com os movimentos corporais capturados (aliás Sean Gunn também aparece em cena como Kraglin com seu rosto e corpo) e cada momento do pequenino guaxinim é imponente desde em suas cenas lutando e atirando para todo lado quanto quando pequenino apenas como uma cobaia de testes do vilão, sendo marcante e emocional demais. Chris Pratt também se entregou por completo com seu Peter Quill, desenvolvendo atos bem marcantes e sendo complexo nas cenas importantes para que o filme se desenvolvesse bem. Tivemos excelentes cenas de Pom Klementieff com sua Mantis estranha e cheia de gracejos, Dave Bautista com seu Drax bem explosivo como um brucutu, mas interessante para os atos do filme, e principalmente Karen Gillan muito bem encaixada com sua Nebula, que se antes era apenas alguém meio que jogado na tela, agora faz parte por demais do longa. Quanto do vilão O Alto Evolucionário (aliás que nome horrível) vivido por Chukwudi Iwuji diria que foi bem imponente, cheio de atos explosivos e interessantes, tendo uma boa personalidade desenvolvida na tela, e agradando como todo bom vilão deve ser. Ainda tivemos as vozes de Maria Bakalova com o cão Cosmo (que apareceu no especial de Natal dos Guardiões) e Vin Diesel fazendo seu memorável Groot com sua única frase tradicional, mas que em ambos os casos, os olhares e movimentos fizeram toda a diferença. Agora para fechar, muito se falou sobre o personagem Adam Warlock ser muito imponente e importante no mundo das HQs e todos estavam esperando muito de como Will Poulter iria desenvolver ele, mas embora bem forte e cheio de cenas intensas, diria que o personagem ficou bobo demais, mas ainda será muito usado mais para frente, então vamos ver o que rola.

Visualmente o longa é um show do começo ao fim, tendo muitas cenas em perspectivas, com boas lutas em vários ângulos, tudo para valorizar muito o uso do 3D, pois quando não funciona eu falo, mas aqui souberam utilizar bastante e foi bem funcional para algumas cenas com rochas voando, pedaços de tudo sendo jogados, personagens no espaço flutuando, muitos personagens fazendo quebra da quarta parede e vindo meio que para fora, tivemos uma Contra-Terra bem interessante e representativa para mostrar um dos mundos que o vilão cria, tivemos uma nave/planeta bem interessante de ver aonde é a base de criações e operações, e até mesmo a super nave do vilão foi imponente com jaulas e ambientes marcantes, além da nave dos protagonistas com tudo para dar boas nuances e ter muitos elementos cênicos para serem usados. Aliás, como bem sabemos a maior parte desses filmes de heróis são gravados em chromakey e tudo recai na computação gráfica, e felizmente depois dos últimos fiascos da companhia, aqui foram perfeitos nesse sentido.

A franquia ficou conhecida também pelo excelente gosto musical do protagonista e suas mix tapes, e aqui a equipe escolheu novamente uma trilha sonora daquelas de arrepiar e se envolver demais, e o Spotify colocou além das canções desse filme, algumas dos filmes anteriores incluindo o especial natalino na mesma playlist contendo nada menos que 5 horas de canções, então é só dar o play aqui.

Enfim, já disse que fui esperando muito pouco da trama e saí completamente satisfeito da sessão, aliás assim que algumas pessoas da sala puxaram uma salva de palmas no final fui junto e aplaudi também, pois volto no começo do meu texto que é raro demais ver 3 bons filmes da mesma franquia acontecerem, e dei nota 9 para o primeiro, 8 para o segundo, e aqui eu estaria me enganando se não desse a nota máxima, pois foi fechado com chave de ouro, e estarei recomendando ele para todos verem várias vezes (aliás, acredito que até eu deva ver mais uma vez, o que é raro acontecer também). E é isso pessoal, vou dormir bem feliz com o que vi, e volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: O filme tem duas cenas pós-créditos, uma logo no comecinho das letrinhas e outra somente no final, então nada de sair da sala antes!!!


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...