Netflix - Passado Violento (Clean)

7/18/2022 12:35:00 AM |

Até gosto de ver de vez em quando um longa de pancadaria e tiros gratuitos sem muita história, mas que ao menos tenha algum sentido de vingança e imponência pelo menos, para lavar a tela de sangue e dar para curtir com o resultado, porém o filme da Netflix, "Passado Violento", entregou algo meio que jogado, aonde o protagonista passa quase que o filme inteiro narrando sua memória de crimes, e sua fixação por uma garotinha no bairro que lembra sua filha, e claro quando a vê em perigo sai quebrando tudo e todos. Ou seja, tem a base do processo, tem cenas bem violentas, mas ficou parecendo levar nada a lugar algum, o que é muito ruim em qualquer estilo de longa, ao ponto que vemos um tremendo ator sendo mal aproveitado, fazendo algumas caras e bocas sentando a chave inglesa em quem esteja na sua frente, e ninguém com um revólver ali para acertar ele. Não posso dizer que seja ruim, pois quem gosta desse estilo de filmes só quer ver o máximo de sangue voando, e o longa entrega isso, porém até tudo rolar realmente a vontade que dá é desistir dele, pois demora demais.

O longa nos conta que Clean é um lixeiro, tentando uma vida tranquila de redenção, como reformar as casas em ruínas de sua comunidade. Ele está preocupado com um passado violento e a perda de sua filha. Quando um acidente o torna alvo de um chefe do crime, Clean é forçado a aceitar seu passado, pois a violência de sua vida anterior está lentamente o alcançando.

O diretor Paul Solet até tentou brincar um pouco com o roteiro do ator Adrien Brody e criar algo a mais que para que seu filme tivesse alguma explosão, mas a base toda é em cima de narrações e pensamentos, que junto de algumas cenas violentas acaba tendo uma certa intensidade no estilo, porém ficou parecendo faltar um pouco de tudo no resultado completo da trama, já que não vemos realmente o tipo de missão que o protagonista estava executando antes de voltar para sua casa e ver a filha morta, apenas sendo dito em determinado momento que ele era o "ceifador", não enxergamos muito a relação integral dele com a garotinha da casa, sendo apenas pela feição de parecer a sua filha, entre muitas outras situações, parecendo até que o longa fosse uma continuação de algo, o que não é, e assim vemos que o ator em seu primeiro grande roteiro apenas colocou ideias e entregou para um diretor que só filmou também as ideias, faltando alguém para dar o talento e desenvolver a história como um todo. Ou seja, acabamos vendo um filme que não fecha nada, e nem amplifica o desenvolvimento de tudo, parecendo bacana apenas para ver umas pancadas bem intensas, e nada mais.

Sobre as atuações, Adrien Brody até trabalha alguns semblantes emotivos, com algumas sensações e desenvolturas para seu Clean, diferenciando bem os momentos mais secos enquanto está com o caminhão de lixo, mais amistoso nas trocas na loja de penhores e puxando até para o lado amável nas conversas com a garotinha, mas ganha melhores vértices na hora da pancadaria para valer, mostrando trejeitos e intensões de ódio bem colocadas, e que claro seu dublê trabalhou bastante nas movimentações para ficar tudo bem intenso, ou seja, fez o que precisava para ganhar a tela, mas facilmente o filme não tem muito sua cara, e isso pesou um pouco, pois talvez um ator mais durão chamaria mais a atenção. Chandler DuPont deu um ar interessante para a garotinha Dianda, mas exageradamente séria ao ponto de incomodar em alguns atos, não parecendo estar bem nas cenas que foi colocada, mas ao menos teve uma boa química com o protagonista, e isso faz valer a pena. O chefão vivido por Glenn Fleshler ficou meio estranho, com ares por vezes de brucutu, mas também parecendo bobo e irreal, algo que não cabe a um traficando líder, e assim poderiam ter trabalhado mais cenas violentas suas para compensar. Quanto aos demais, somos apresentados e já na sequência mal utilizados, e isso é algo ruim em um filme desse estilo.

Visualmente a trama é simples, mas até que bem moldada, tendo os atos do protagonista dirigindo os caminhões de lixo e separando alguns elementos que pode reformar e vender na loja de penhores, temos um bairro gentrificado aonde o protagonista pinta as casas a noite para ficar mais apresentável e talvez melhorar as coisas por ali, temos a peixaria do chefão do tráfico aonde os animais vem recheados de droga, por vezes sendo roubados pelos vendedores com alguns pacotinhos faltantes, temos o encontro dentro da Igreja mostrando os ricos deixando notas grandes e os demais apenas dialogando seus problemas, e claro temos todos os momentos com muita violência, sendo usados armas de todos os estilos para quebrar quem vier para cima do protagonista, o que mostra uma boa construção de elementos cênicos.

Enfim, é um filme fraco tanto como longa de violência gratuita, quanto de história, ficando perdido entre os dois estilos, e não fluindo bem em nenhum deles, ao ponto que quem curte o estilo talvez nem ligue torcendo apenas pela matança, mas diria que tem outros bem melhores espalhados. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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