Netflix - Quase Uma Rockstar (All Together Now)

8/30/2020 02:04:00 AM |

É interessante observar que muitos irão conferir a trama da Netflix, "Quase Uma Rockstar", pensando uma coisa pelo nome nacional (que não tem nada a ver com o original "Todos Juntos Agora"), e juntamente com a protagonista que é conhecida por ser a voz de Moana, ou seja, também um filme musical, e sairão lavando a sala pelo ambiente emocionante que a trama traz com a reviravolta da trama. Pois o filme em si tem uma essência leve e até alguns momentos que você acaba reclamando das atitudes da garota, pensa nas possibilidades inconstantes que falham na vida da personagem, mas ao final tudo se faz valer e chama a atenção que é até fácil a descoberta do algo a mais, que será mostrado depois. Então o que quem conferir na verdade verá é uma trama com uma mensagem bonita, mas com uma estrutura juvenil demais, que ficou parecendo ser parte de algo maior que acabou cortado e jogado na tela, pois não temos uma apresentação coerente de nenhum personagem, não sabemos quase nada da origem da protagonista, e tudo não é tão bem finalizado como poderia, e mesmo emocionando bastante pelas atitudes finais, poderiam ter ido muito além.

O longa nos conta que Amber Appleton é, por natureza, uma otimista incorrigível, embora sua vida seja mais complicada do que aparenta. Aluna do ensino médio com grande talento para a música, Amber tenta conciliar o trabalho, a vida e alguns difíceis segredos sempre com um sorriso no rosto, na esperança de conseguir estudar na Carnegie Mellon. Mas quando novos obstáculos ameaçam seus sonhos, Amber precisa aprender a contar com a família que ela escolheu e seguir em frente.

O diretor Brett Haley conseguiu entregar bem a trama do livro de Matthew Quick ao ponto de passar bem a mensagem e desenvolver tudo com uma percepção gostosa e emocionante para o espectador, porém como disse no começo talvez tenha faltado um pouco mais de um começo para a trama, com apresentações e tal, pois tudo nos é jogado logo num miolo até que bem trabalhado, aonde conhecemos um pouco as ações otimistas da garota, seus bons atos e tudo mais, mas não de onde vem, seus problemas e tudo mais, e dessa maneira é capaz que quem tenha lido o livro até entre melhor no clima, porém tirando esse detalhe, é inegável a capacidade de virada que conseguiram fazer, tanto que o trailer embora pareça passar toda a história, não entrega nada do que vai ocorrer (e se preparem para o lencinho, pois é bem emocionante cada momento). Ou seja, é um filme de imediato, que talvez tenha falhado em pensar que só o público que leu o livro veria a trama, não preparando o espectador comum, mas que ainda assim funciona e passa a mensagem de superação, de voluntariado, de ajudas e tudo mais.

Sobre as atuações, Auli'i Cravalho fez uma Amber bem trabalhada nas emoções, cheia de dinâmicas expressivas, como era de se esperar cantou a música tema brilhantemente, mas teve alguns momentos que chegamos a ficar com raiva do egoismo que sua personagem teve, que claro a atriz não tem culpa, então ela fez o certo passando essa ideia inclusive para amplificar o estilo da personagem, e agradou bastante. Rhenzy Feliz trabalhou bem seu Ty para parecer um jovem rico, porém popular, que claro poderia ter sido colocado melhor na trama, mas o jovem ator conseguiu ser coeso de estilo, e teve um bom gingado para com seus atos para funcionar bem e não recair no famoso par romântico bobinho. Justina Machado trouxe um ar forte para sua Becky, travando boas discussões emocionadas com a protagonista, de forma que sentimos sua essência, e também seu estilo, mas volto a bater na tecla que precisávamos saber um pouco mais da origem delas, pois pareceram imigrantes jogadas no país, e não acredito que seja esse o grande problema delas, mas tirando esse detalhe, a atriz fez bem o seu papel. Carol Burnett trouxe muita personalidade para sua Joan, colocando ela como uma nobre senhora que vive no asilo vivendo bem os seus dias, mas reclamando muito da vida, e ela tem poucos atos, mas muito bem colocados. Judy Reyes acabou entregando uma Donna bem interessante pelos momentos intensos que tem com a protagonista e sua mãe, mas talvez tenha faltado também um pouco mais de sua história para envolver, de forma que acabamos gostando dela, mas não indo a fundo como poderia. Quanto aos demais, todos os jovens acabam sendo simples de dinâmicas, mas bem colocados nos devidos atos, e que acabam emocionando bem no ato final.

Visualmente o longa tem bons momentos em diversas locações, passando desde uma loja de donnuts, um estacionamento de ônibus, um asilo, uma igreja coreana, a casa de um amigo, uma casa de férias chique, e claro a escola da protagonista, cada um com elementos clássicos para funcionar e representar a vida da jovem, além claro do cãozinho que arrumaram bem velhinho para ter motivos e encaixes no tom da trama, ou seja, é um filme que a equipe de arte não quis detalhar tanto nenhum ato maior no começo, mas no miolo temos toda a beleza da casa de férias com um piano chique e todo o ambiente muda em si, e claro ao final temos todo o show de variedades bem envolvente, feito com muito brilho e dinâmica, mostrando um grande acerto da equipe toda.

Enfim, é um filme bonito, que emociona e que mesmo sendo semi-adolescente consegue passar uma boa mensagem, e claro agradando bastante com a música tema que funciona dentro da proposta e acaba envolvendo bem. Porém mesmo sendo bem bacana, faltou muita coisa para a perfeição, e assim sendo recomendo ele com mais ressalvas do que deveria, pois muita coisa fica aberta para quem não leu o livro, e assim sendo, veja sem esperar algo com um começo/meio/fim. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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