Amazon Prime Video - Arkansas: Rei do Crime (Arkansas)

8/14/2020 12:58:00 AM |

Sabe aqueles filmes que você assiste inteiro e no final fica na dúvida se gostou realmente do que viu? Pois bem, o longa "Arkansas" da Amazon é o claro exemplo disso, pois ele tem uma pegada meio country, com toques mafiosos, com sacadas cômicas estranhas, é dividido em capítulos, e os personagens sempre aparentam meio estranhos, mas ao mesmo tempo tem um ar indie alternativo gostoso de conferir, um estilo antigo funcional, tem cenas fortes bem marcantes, e tudo se encaixa bem, ou seja, é o famoso filme em cima do muro. Mas usando algo que costumo sempre falar em longas de estreias na direção: nunca atue e dirija seu filme! E aí é que está o grande problema da trama, pois o mesmo filme nas mãos de um diretor experiente teria outra vertente bem mais incrível, ou então se o ator Clark Duke queria estrear na direção, colocasse outro ator esquisito para atuar, que o filme certamente funcionaria mais, pois o filme falha em tentar dar um pouco de protagonismo pra ele, e fica meio que largado de pontas, e isso é um grande erro. Ou seja, não diria que é um filme ruim, pois agrada bastante em diversos momentos, mas não é algo tão bom de conferir por faltar com um ritmo mais cadenciado que a trama pedia, e assim sendo diria que é algo mediano interessante apenas.

O longa nos mostra que Kyle e Swin trabalham para Frog, um traficante de drogas do Arkansas que nunca conheceram. Quando uma série de erros os coloca em um confronto mortal com ele, Kyle e Swin devem eliminá-lo e assumir o comando de sua operação... ou morrer tentando.

Vou ser direto ao ponto e falar que Clark Duke nunca foi engraçado em nenhum filme que fez como ator, e aqui sua tentativa de juntar crime e comédia até foi satisfatória como história, mas sua primeira direção de longas acabou falha em dois pontos principais: o ritmo demasiadamente lento, e sua atuação tentando puxar a trama para o lado cômico, pois qualquer outro ator ou qualquer outro diretor entregaria um filme completamente funcional e diferente, ao ponto que chocaríamos mais com as mortes, nos envolveríamos com cada ato e personagens, e ainda por cima seria uma história digamos nova, mas infelizmente o resultado aqui ficou estranho, e não é um estranho bom, é um estranho mediano, que talvez empolgue alguns pela pegada alternativa interessante, mas que precisar dividir uma trama em capítulos e falhar no estilo é algo que não agrada nunca.

Sobre as atuações, Liam Hemsworth até entrega um Kyle direto, imponente e cheio de trejeitos marcantes, ao ponto que sua saga até acaba sendo convincente dentro da trama, e claro que não desaponta em momento algum, sabendo ser certeiro dentro do que lhe cabe, mas não fazendo nada de impressionante. Clark Duke tenta ser engraçado e diferente a todo momento com seu Swin, ao ponto de até irritar em alguns momentos, e em outros soar estranho demais, ou seja, até talvez um ator cômico funcionaria no papel, mas ele como diretor tentou aparecer demais e não funcionou. Vince Vaughn trouxe muita força expressiva para seu Frog, funcionando bem tanto nas cenas do passado quanto do presente, sendo presença marcante em todas suas cenas, ao ponto de que merecia até mais momentos na trama, pois agradaria bastante. Chega a ser icônico ver John Malkovich funcionando bem demais em um filme sem abusar de seus trejeitos característicos, e aqui seu Bright tem trejeitos, tem um tom vocal caipira incrível, e com a maior calma do mundo enfrenta tudo e a todos, ou seja, perfeito também. Vivica A. Fox deu uma boa personalidade para Ela, ao ponto de soar misteriosa demais, mas que acabou exagerando em alguns atos, e funcionando em outros, não sendo homogênea. Eden Brolin chega a irritar também com sua Johnna, ao ponto que o casal cansa, e a atriz forçou demais para ficar alguém daquela forma, o que não agrada. Quanto aos demais, a maioria teve bons momentos, mas apareceu pouco demais para destacarmos, mas Michael Kenneth Williams chamou bem atenção e os gêmeos foram bem interpretados tanto na versão jovem com Michael e Mitchell Moore quanto nos gordões adultos vividos por Brad William Henke e Jeff Chase.

No conceito visual o longa até conseguiu chamar bem a atenção com cenas violentas, com um parque simples que nem quase foi usado, casas com poucos detalhes, mas bem amplas de estilo, e claro muitas andanças e cenas rápidas de trocas de drogas por dinheiro, com uma simbologia que certamente deu muito trabalho para fazer as diversas cenas curtas, mas que no resultado geral acaba chamando atenção, além claro da loja de quinquilharias do protagonista que foi bem feita. Com uma fotografia escura, puxando a trama para um tom meio que envelhecido, o resultado acaba chamando atenção para quase um longa de época, mas sem explicitar isso, tirando claro as cenas antigas de Frog, mas acabaram deixando o filme todo no mesmo tom e isso cansou um pouco.

Enfim, volto a frisar que não é um filme ruim, mas também não é nada brilhante demais, sendo bem artístico e alternativo, e com um ritmo cansativo demais, então só recomendo ele para quem gosta mesmo do estilo, pois a chance de dormir ou se cansar de algo é alta nesse filme digamos mediano. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

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