Ender's Game: O Jogo do Exterminador

12/24/2013 09:10:00 AM |

Se você está procurando mais um site que vai falar mal à beça de "Ender's Game: O Jogo do Exterminador", pode dar meia volta que não será aqui que verá isso, pois o Coelho do contra volta a atacar, ou melhor, ainda estou indignado com a quantidade de críticas negativas que vi de um filme sensacional que mistura tudo de bom que já vimos em filmes de guerras espaciais, com os de treinamento de exército e videogame juntos numa única trama porém ao invés de adultos temos adolescentes com sentimentos a flor da pele. Ou seja, algo jovial que transmite sensações que podem mudar a qualquer momento numa trama cheia de grandes atuações, principalmente dos jovens que não titubearam frente ao elenco estelar mais velho.

O filme nos mostra que em um futuro próximo, extraterrestres hostis atacaram a Terra. Com muita dificuldade, o combate foi vencido, graças ao heroísmo do comandante Mazer Rackham. Desde então, o respeitado coronel Graff e as forças militares terrestres treinam as crianças mais talentosas do planeta desde pequenas, no intuito de prepará-las para um próximo ataque. Ender Wiggin, um garoto tímido e brilhante, é selecionado para fazer parte da elite. Na Escola da Guerra, ele aprende rapidamente a controlar as técnicas de combate, por causa de seu formidável senso de estratégia. Com isso, logo se torna a principal esperança das forças militares para encerrar de uma vez por todas com a ameaça alienígena.

Não li muitas críticas, afinal gosto de escrever antes de ler o que falaram, mas pela pincelada que dei, o motivo de meus amigos críticos estarem com tanta raiva do filme é a mesma que ocorrem com alguns fãs de livros que ficam magoados com a falta de um ou outro elemento presente no livro, e como esse aqui é baseado num grande sucesso dos anos 80, todos ficaram sentindo falta de algo e por isso reclama. Então lá vai o Coelho novamente falar: "Pessoal, filme é filme, livro é livro, analisem apenas a obra cinematográfica e se divirtam!". E com isso, o que o diretor Gavin Hood fez ao adaptar o livro roteirizando e dirigindo foi algo que quem não tiver lido o livro verá um filme cheio de ações, com uma narrativa bacana e que vai valer o ingresso dispendido, sem precisar ficar pensando em o que é cada elemento, ou se isso ou aquilo irá fazer falta, pois o filme vive bem sozinho, entretendo e criando um futuro bem interessante para pensarmos nas guerras que ocorreram e que virão a ocorrer, se existe ética por trás disso ou não. Todas essas questões nos são jogadas frente à um filme com jovens que se quer imaginam o quão forte poderia se tornar suas atuações com relação às discussões que levantam. E sem pestanejar em momento algum, os garotos são muito bem dirigidos para trabalharem com os grandes nomes de igual para igual.

Já que insisto em dizer que é um filme de atuação vale ressaltar a maturidade atingida por Asa Butterfield de maneira a dizer fácil que esse garoto muito brevemente terá grandes indicações à prêmios, seus sentimentos estão no ponto mais alto que um ator pode deixar, ficando perfeito para o personagem e para o filme, demonstrando carisma e ao mesmo tempo a imposição necessária para que se consagre. Harrison Ford estava devendo um filme que mostrasse o quão bom é, e veio com toda garra possível para fazer um coronel de sangue frio e que convence qualquer um a seguir suas determinações, seu personagem é marcante e mostra o cerne de uma boa interpretação. Hailee Stanfield cresceu muito fisicamente e mudou um pouco seu jeito de atuar que adoramos tanto em "Bravura Indômita", mas como aqui sua participação no filme é forte, mas não suficiente para marcar tanto não prejudicou tanto, poderia tem alçado um voo maior se tivesse chamado um pouco de responsabilidade para seu personagem, mas aí precisaríamos de um filme maior. Ben Kingsley explica suas tatuagens faciais de forma muito agradável e também faz um personagem marcante principalmente nos diálogos que faz com o protagonista, mas poderia ter uma participação maior para dar um elo mais forte. Viola Davis faz um papel tão diferente do que os que costumamos vê-la fazendo que chega a soar estranho inicialmente, mas com sua sabedoria e carisma únicos nos acolhe de forma a passarmos a adorar ela, e torcer para que ajude mais o protagonista, é uma pena que no ato final nem faça mais parte, mas agradou bem nos seus momentos. A ligação tão forte familiar que Abigail Breslin tenta passar é tão doce que impressiona e comove, não daria um prêmio para ela, mas soube transmitir a mensagem facilmente que os reclamões de plantão só não entenderão se não tiverem irmãs. Ver Nonso Anozie fazer um papel forte novamente é demais, seu general truculento de início e dedicado mais para o final é de uma beleza ímpar de ver e admirar, trazendo o ator para novamente um grande personagem. Poderia ficar falando de cada um, pois todos possuem seus bons momentos, mas vou preferir apenas dizer que todos os jovens garotos detonam na medida certa em seus momentos junto do protagonista, alguns mais carrancudos como Moises Arias faz com que saibamos seu fim facilmente, outros como Suraj Partha e Aramis Knight já acabamos torcendo para que se deem bem sempre.

O visual criado para a escola de treinamento é de uma percepção muito bela de ver, de forma que até poderia ser em 3D para dar uma profundidade maior, mas talvez a tecnologia atrapalhasse um pouco, mas que ficaria mais bonito com certeza ficaria. Tudo ficou futurista na medida, encaixando de forma tão bela para a trama que a guerra nem parece virtual, mas sim 100% real pelos elementos, e isso mostra o futuro de nossas tecnologias, onde o videogame pode chegar e nos transportar. O longa é cheio de elementos cênicos importantes para a trama que se desenha facilmente em nossa imaginação e agrada com primor. A fotografia trabalhou com cores chaves para cada cena, destacando uma ou outra do cenário para que o foco caísse exatamente onde deveria estarmos olhando e filmes que acertam nesse detalhe agradam muito. Os efeitos especiais estão de uma qualidade impecável, o que fez o longa acabar ficando caro demais, e infelizmente o retorno não está vindo para que quem sabe criassem mais algo nesse paralelo, pois tudo que criaram encaixou muito bem para ser visto mais vezes com tecnologia de ponta sem errar a mão.

A trilha sonora de Steve Jablonsky, que se consagrou principalmente com todos os "Transformers", é impecável dando um ritmo bem cadenciado para cada ato, transformando o filme em algo maior do que poderia ser e isso fica interessantíssimo de acompanhar, entrando nas profundezas do espaço tão facilmente quanto atravessar uma sala apenas. E aliado à isso, fizeram uma mixagem de som com os efeitos que cada ruído faz parte da trama da mesma forma que um elemento visual, ficando perfeito de ver e ouvir com detalhes.

 Enfim, particularmente adorei o filme e torço que mundialmente ele se recupere do fiasco que foi as bilheterias americanas, pois ele merece ser visto por muito mais pessoas, agradando tanto pelo conteúdo que passa quanto pela diversão sem precedentes que traz, lembrando até mesmo os grandes clássicos espaciais que muitos idolatram e se olharmos a fundo são apenas histórias que divertem sem um conteúdo de ética em guerras que esse aqui pode passar. Portanto, quem já leu o livro, apenas curta o filme esquecendo o que leram para se divertir sem ficar pensando no que faltou, e quem não leu vá ver um bom filme que está sendo proporcionado, pois a história é bacana e muito bem atuada. É isso pessoal, o Coelho novamente vai contra os tradicionais críticos nacionais, e recomenda essa obra com certeza para todos que gostam de um bom filme de ficção científica misturada com guerra. Fico por aqui hoje desejando um ótimo Natal para todos que me acompanham, e logo depois do feriado volto com a última estreia dessa semana no interior. Abraços e até breve.


2 comentários:

Ale disse...

Nunca discuta uma linha do filme que eu vi. .. Mas o O Jogo do Exterminador se de fato merecem muito bom filme, mas eu não estou ciente que há esperança q Parte 2 !!

Fernando Coelho disse...

Olá Ale, não entendi muito o que você disse, mas acho que você curtiu também o filme e gosta bastante dos livros! Vamos torcer pelo segundo!!!

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...