Rush: No Limite da Emoção

9/15/2013 06:47:00 PM |

Filmes envolvendo esportes é um gênero do qual também não conseguem fazer filmes para ficar em cima do muro, ou são excelentes ou são um lixo, e "Rush: No Limite da Emoção" é perfeito tanto pelas ótimas atuações quanto por uma direção eficiente que conseguiu captar toda a velocidade imposta pela Fórmula 1, onde os egos dos pilotos são muito maiores que qualquer carro. A dramatização de cada ato é imponente e coloca para os brasileiros que sempre foram fãs desse esporte novamente emoção num dia de domingo como foi hoje.

O longa nos situa nos anos 1970, onde o mundo sexy e glamouroso da Fórmula 1 é mobilizado principalmente pela rivalidade existente entre os pilotos Niki Lauda e James Hunt. Eles possuíam características bem distintas: enquanto Lauda era metódico e brilhante, Hunt adotava um estilo mais despojado, típico de um playboy. A disputa entre os dois chegou ao seu auge em 1976, quando ambos correram vários riscos dentro do cockpit para que pudessem se sagrar campeão mundial de Fórmula 1.

Por ser baseado em fatos reais e que muitos vivenciaram e falam do ocorrido até hoje, não é o meu caso afinal nem pensava em nascer naquela época, mas já havia ouvido e lido bastante sobre o caso, então sabia que o fato força dramática era algo que não faltaria se o diretor que assumisse o longa fosse alguém de punhos fortes. E quem assumiu não poderia ser outro senão Ron Howard que deixa implícito sua marca logo nos primeiros minutos de filme, instigando tanto o espectador à entrar no clima da alta velocidade como faz o estilo narrativo que em alguns momentos soem como uma poesia ilustrada pelos fatos. Além disso, optou por trabalhar na medida das emoções, nunca deixando que a câmera ficasse nervosa e passasse à frente nem dos atores nem dos fatos que seriam mostrados. Claro que algumas cenas são bem fortes e chegam a embrulhar o estômago algumas vezes, mas já que faz parte para dar a veracidade, então soou bem válido. Mas não pense que por ser algo linear, você não irá ser surpreendido ou que o nível dramático não vá aumentando gradualmente, pois se você não estiver sentado na beira da poltrona com os olhos bem abertos nas últimas voltas da corrida como fazia na época que nosso ídolo da Formula 1 corria aos domingos, com toda certeza você não aproveitou o filme ao máximo do que ele promete.

Agora se o filme está sendo muito bem falado é por um simples motivo chamado Daniel Brühl que dá ao seu personagem uma vida que poucos atores conseguiriam impor, de forma que é uma pena que a nem a Academia nem os demais festivais são tão fanáticos por filmes esportivos, senão seria garantido no mínimo uma boa indicação para a força dramática que ele impõe para um Niki Lauda preciso e metódico. Também não podemos deixar de fora Chris Hemsworth que praticamente faz um papel com a sua cara de playboy e curtidor, e com isso nem podemos dizer se ele estava interpretando um papel ou ele mesmo, mas conseguiu agradar bastante nos momentos mais precisos do filme, fazendo que seja lembrado pela garra que é o tema mais forte do filme. Alexandra Maria Lara faz uma Marlene Lauda humana e ao mesmo tempo forte para que em muitos momentos apenas sua troca de olhares com Daniel dissesse mais do que muitíssimas palavras, ou seja, perfeita para agradar aos críticos mais chatos. Olivia Wilde também faz um papel interessante que mostra bem como as famosas Marias-gasolinas funcionam, mas mais do que isso ela conseguiu demonstrar amor para com alguém que não queria nada com nada. Os demais atores acabam mais como participações, então nem convém falar muito de cada um em específico, mas todos conseguiram mostrar bem como era o glamour da época de ouro da competição na época mais perigosa dela.

O visual do filme não poderia ser melhor, colocando em suma o ritmo e a beleza de um dos esportes que era tão visto quanto o futebol no Brasil e junto de mostrar os carros ótimos, as pistas e os locais por onde passavam os atores, tiveram a brilhante ideia de mixar com cenas dos motores batendo, rodas rodando e planos detalhes que deram mais velocidade ainda para a trama nos deixando quase sem ar em diversos momentos. A recriação da época pela equipe de arte não podia ser menos minuciosa, demonstrado por fotos e vídeos da época que não faltou detalhe nenhum para ser mostrado. A fotografia trabalhou com pouca granulação e isso ficou agradável para mostrar que não é necessário amarelar e granular para fazer filmes de época, os planos escolhidos para tudo isso ficaram bem interessantes por dinamizar tudo muito bem e trabalhando com tons vermelhos para mostrar a briga entre McLaren e Ferrari, o que vemos na tela é tudo na medida. Outro fator que achei muitíssimo interessante foi trabalhar as câmeras da forma como eram realmente na época, onde muitas das ultrapassagens nem víamos pela TV, e isso ficou muito bem feito mesmo.

A trilha sonora de Hans Zimmer é na medida para colocar a emoção dramática no filme e dar ritmo que a velocidade da Fórmula 1 necessitaria. Não tem um momento em que ela não esteja presente para envolver o espectador e fazer com que entrássemos no clima que o diretor programou para o longa, ou seja, mais um ótimo trabalho desse compositor que raramente erra a mão.

Enfim, mais um daqueles filmes feitos tanto para os fãs do esporte como para qualquer um que goste de um drama bem dirigido e atuado, sem espaço para que fosse visto qualquer erro ou furo de roteiro. Recomendo para todos com muita certeza, pois deve emocionar muita gente em diversos momentos com a superação e motivação que um passava para o outro. Bem é isso pessoal, vá ao cinema conferir esse grande filme e tenha mais um ótimo domingo ou qualquer dia da semana de emoção que a velocidade de um Fórmula 1 pode passar. Fico por aqui hoje, mas nessa semana ainda teremos muitos posts para contar dos filmes que verei a minha opinião, então abraços e até breve pessoal.


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