Contra o Mundo (Boy Kills World)

4/27/2024 02:41:00 AM |

Já fizeram vários filmes no estilo de jogos de luta de videogames e a essência é quase sempre a mesma, de vingança por algum ato do passado, muito treinamento, e claro ir enfrentando vilões de todos os tipos até conseguir chegar nos chefes de níveis e ir passando de fase até chegar no mais difícil de todos, e claro tudo recheado de muita violência, sangue, decepações e tudo mais que possa impactar visualmente, e que claro os fãs do gênero gostam de ver. E o longa "Contra o Mundo" tem toda essa essência bem colocada na tela, funciona bastante dentro da proposta, e ainda conta com uma reviravolta funcional e interessante no fechamento, que claro acaba sendo o famoso forçar para que não ficasse algo sem uma história convincente, porém dava como cinema (e não como um videogame) para trabalhar mais esse elo e ir um pouco mais além para criar um algo a mais na tela, mas seria um extra para o longa que tem atos fortes, porém bem divertidos, e que quem não liga de ver sangue voando para todos os lados irá assistir e querer até mais, principalmente pela voz de jogo de videogame do começo ao fim que deram para o protagonista.

O longa acompanha "Garoto", que jura vingança depois que sua família é assassinada por Hilda Van Der Koy, a matriarca de uma dinastia pós-apocalíptica que deixou o menino órfão, surdo e sem voz. Guiado por sua voz interior, que ele pegou emprestado de seu videogame favorito, Garoto foge para a selva e é treinado por um misterioso xamã, que o ajuda a reprimir sua imaginação infantil e se transformar em uma máquina de morte. Quando ele instaura um caos sangrento nas artes marciais, resultando em uma carnificina, ele se junta a um grupo de resistência para manter seu plano de pé.

Diria que diretor e roteirista Moritz Mohr fez uma estreia até bem trabalhada em seu primeiro longa-metragem, de modo que cometeu os erros tradicionais que todos tem em seu primeiro filme que é a afobação de entregar tudo o que quer sem pensar em possíveis atos duplicados e excessivos, mas como aqui o longa é um excesso completo de treinamentos e lutas, isso acaba nem sendo algo que estrague o resultado final, ou seja, quem jogou muito videogame de lutas na infância vai entrar no clima e curtir cada ato bem entregue, que claro merecia um pouco mais de requinte na história, mas que conhecendo o público-alvo da trama, se enfeitasse demais a história, contando um pouco mais da família, e a desenvoltura dos atos, acabaria cansando e reclamando de tudo o que aparece na tela, então posso afirmar que o diretor fez bem em entregar só o quebra-pau mesmo, e um ou outro diálogo cheio de sacadas bem divertidas que deram um charme a mais para a trama.

Quanto das atuações, Bill Skarsgård tem crescido demais com seus personagens, entregando atos marcantes e chamando sempre o filme para si com muito mais expressão facial do que com diálogos, e aqui seu Garoto não fala, tendo a voz de seus pensamentos feita por H. Jon Benjamin, ou seja, se joga nas lutas, demonstra personalidade com o olhar e com os trejeitos bem empregados, e assim o resultado fica imponente demais, não ligando para cortes e maquiagens bem sangrentas para que tudo ficasse na tela realmente. As versões jovens do personagem também foram muito bem feitas por Nicholas e Cameron Crovetti, se jogando bastante no treinamento e se impondo nos atos que precisaram fazer, de modo a mostrar dinâmica e não falhar em nada. Agora quem não falhou em momento algum foi Quinn Copeland com sua Mina com um gracejo tão impactante e sacadas tão precisas que você entra na onda dela e torce até por mais cenas da garotinha, sendo algo que chama atenção e não fica jogado na tela. Yayan Ruhian botou bastante banca com seu Xamã, lutou com coreografias imponentes, e se deixou levar pelas loucuras do personagem, meio que numa onda meio que drogada e tudo mais, ou seja, um lutador bem malucão que funciona também. Jessica Rothe ficou meio que robotizada com sua June27, mas fez atos bons de luta também, e conseguiu se expressar sem grandes anseios nos atos finais que precisou se doar um pouco mais, diria que poderia ter se esforçado um pouco mais, mas foi bem no que fez. Quanto da família Van Der Koy, diria que como vilões principais da trama ficaram subjetivos demais em segundo plano, e isso é uma das maiores falhas do filme, de modo que praticamente esquecemos de Famke Janssen com sua Hilda meio que surtada, Michelle Dockery com sua Melanie toda diretora de um show, Brett Gelman com seu Gideon cheio de sacadas, mas de saco cheio de tudo, e Sharlto Cooper com seu Glen bobão demais. E finalizando ainda tivemos Andrew Koji com seu Basho, meio que surgindo do nada, mas entregando atos cômicos bem colocados, e Isaiah Mustafa com seu Bennie com frases esquisitas demais que nem dá para entender o que desejavam fazer com o personagem num modo maior.

Visualmente a trama entrega atos bem colocados com muito, mas muito sangue, pedaços de corpos decepados, muitos tiros, treinamento intensivo usando bonecos, rochas, armas brancas e de fogo, personagens como soldados usando todo tipo de armamento de pequeno a grandíssimo calibre, e claro muitas próteses para cortes, aonde a equipe de maquiagem trabalhou bem junto com a equipe de arte, criando um show  com personagens de cereais matando e sendo mortos, e uma composição de ambientes com plateia, e uma cidade simples sem grandes anseios, ou seja, é o famoso videogame como já disse contando com inclusive sacadas de jogos mesmo que conhecemos.

Enfim, com certeza dava para ir mais além, mas não erraram de forma alguma na entrega desse estilo, pois a garotada mais jovem vai adorar pela pegada dinâmica violenta, e claro os mais velhos que jogaram muitos jogos desse estilo nos consoles vai se encaixar na entrega da trama também, então acaba sendo algo que vale a indicação para todos. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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