Clube Zero (Club Zero)

4/20/2024 06:20:00 PM |

Costumo dizer que nada que é o extremo de algo é bom, e confesso que vendo o longa "Clube Zero", que traz a proposta de uma professora de nutrição que induz seus alunos à comerem menos ou nada de forma consciente, acabou me dando mais fome do que raiva da professora, de tal forma que o estilo do longa é funcional de ver na tela, mas os argumentos da professora não me parecem algo tão convincente para os jovens alunos, sendo um grupo influenciável e bobo demais de cair em uma ideia assim e mudar completamente sua vida. Ou seja, a trama tem uma pegada, mas não passa uma verdade na crença de alguém que se convenceria facilmente pela proposta passada, sendo artificial as entregas cênicas de cada um. Claro ao final do filme nos é mostrado que nenhum ator ficou como no final do longa, e no começo também é dado o aviso de que a trama poderia trazer alguns gatilhos para quem assistisse, mas não consegui ver algo que criasse gatilhos, pois ficou uma trama que parece não ser fácil de penetrar na ideia do público, e isso é algo que pesa muito na tela.

A sinopse nos conta que Miss Novak é uma professora que consegue um emprego em uma escola de elite e forma um forte vínculo com os alunos. Ela introduz uma aula de nutrição baseada num conceito inovador. Esta mudança conduz a uma revolução nos hábitos alimentares da escola. Mas, com o passar do tempo, a influência que Miss Novak exerce sobre certos alunos eventualmente toma um rumo perigoso.

Diria que a roteirista e diretora Jessica Hausner trouxe para sua obra uma pegada intimista demais, pois o convencimento de uma dieta é algo que determinadas seitas e grupos até entram em transe para aceitar e acreditar que aquilo é bom para a pessoa, mas o convencer visualmente o público que não está na mesma onda é algo um pouco mais complexo, pois ficamos meio que inertes à entrega dos personagens, e quando vemos não conseguimos conectar todas as reações, sendo algo que a todo momento você se pergunta como todos os alunos acabaram crendo tanto na ideia da dieta, como um grupo tão pequeno acabou sendo influenciado tão facilmente, e até como os pais ali permitiram isso tudo acontecendo. Ou seja, ficam mais dúvidas do que atos críveis para que a trama funcionasse, e assim sendo não atinge como deveria funcionar, ficando abstrato demais até mesmo para uma ficção.

Quanto das atuações, Mia Wasikowska tem muita personalidade e sabemos disso pelos muitos filmes que já fez e não pelo que entregou aqui, pois sua Miss Novak é meio que sem sal nem açúcar, não trabalha tanto os olhares, mas sempre bem centrada até consegue passar uma pessoa de algum tipo de seita que quer penetrar sua intenção em mais pessoas, mas a todo momento fica aérea demais, e isso acabou não dando as nuances que sua personagem deveria ter. Quanto dos alunos, o foco maior ficou em cima de Luke Barker como o dançarino Fred, que acaba tendo uma conexão até que maior pela professora, e Florence Baker com sua Ragna que já praticava a bulimia para suas competições de trampolim, porém ambos entregaram jovens apáticos demais para nos convencer na tela, e isso acaba pesando bastante para o resultado do filme, e por outro lado tivemos o jovem Samuel D Anderson com seu Ben que comia aos montes e acaba convencido mais pelos amigos do que pela professora em si, e ficou meio que estranho de não ir muito além disso. Quanto aos pais e outros professores, diria que todos não se entregaram muito dentro da trama, tendo apenas o destaque para Amanda Lawrence como a mãe de Ben que por gostar de cozinhar para o filho acaba ficando inicialmente deprimida pôr o garoto não estar mais comendo o que faz.

Visualmente tivemos uma escola para alunos extremamente ricos, e talvez nesse contexto a ideia encaixou um pouco melhor, já que muitos não tem grandes influências parentais e acabam se convencendo de qualquer coisa para chamar atenção, tendo toda a ideia dos uniformes verdes, para um mundo verde melhor para todos, comidas de ricos com pequenas doses, e salas quase que de reuniões ao invés de aula mesmo, sendo tudo levemente artificial na ideia que a equipe de arte quis mostrar.

Enfim, é um filme que alguns vão entrar melhor no clima, mas que mostra que toda seita é perigosa, e algumas dietas também, então não devemos acreditar muito em alguns milagres e nutricionistas malucos, para ter uma vida melhor, e como aparece durante os créditos, se conhecer alguém com problemas alimentares é melhor indicar um médico para ajudar a pessoa. Como filme então diria que recomendo ele com mais ressalvas do que com alegrias, mas não chega a ser algo ruim para não recomendar, então fica a dica para a estreia dele na próxima quinta dia 25/04, e eu fico por aqui agradecendo o pessoal da Pandora Filmes pela cabine de imprensa, então abraços e até logo mais.


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