Vovó Ninja

9/11/2024 01:42:00 AM |

Logo que acabou bem a pandemia no começo de 2022 e voltamos a ir frequentemente aos cinemas, o trailer de "Vovó Ninja" passava em quase todas as sessões, mas depois desapareceu das sessões de modo que achava até que já tinha caído em algum streaming que não vejo direto, mas eis que surgiu nas programações dessa semana estreando por todo o país, e confesso que estava com muito medo de ser daquelas bombas novelescas que irritam com situações bobinhas e jogadas, mas fui surpreendido com uma trama bem levinha, gostosa de curtir, como um filme tradicional de férias aonde até tem umas bobagens (principalmente por parte dos bandidos), mas que funciona do começo ao fim redondinho, de tal forma que se fosse um filme americano ou europeu com a mesma história e personagens lotaria as salas, mas como é brasileiro, o povo fugiu!

A sinopse nos conta que Arlete não é uma avó comum. Com um estilo de vida zen e sem muito jeito com crianças, ela se prepara para receber seus netos depois de muito tempo sem vê-los. As crianças não estão nada satisfeitas de passar as férias em um sítio sem internet, cheio de regras e tarefas domésticas, mas descobrem que a avó tem habilidades fora do comum e vão fazer de tudo para descobrir qual é o seu segredo.

É até engraçado ver o diretor Bruno Barreto que já fez grandes clássicos nacionais trabalhando com uma trama desse estilo, mas como já vem há alguns anos trabalhando com tramas cômicas mais novelescas até que nesse caso ele felizmente fugiu do traquejo tradicional que vemos em longas desse estilo, e acredito que suas inspirações com certeza foram filmes clássicos infantis que passavam na saudosa Sessão da Tarde durante as férias, tendo uma pegada lúdica, mas também passando algumas lições morais para a criançada, que pode até achar meio chato ter regras, mas que num futuro acabará compensando aprender. Ou seja, usando o básico do estilo ele não fez um filme com grandes chamarizes, e até é notável que sofreu alguns cortes em todo esse tempo que ficaram maturando ele para lançar, mas conseguiram deixar ele curto e funcional, com um gracejo bem colocado na tela que acaba mostrando técnica e estilo.

Quanto das atuações, fiquei também com muito receio que fosse ver Glória Pires dando voadora, gritando iáá, mas felizmente ela entregou uma Arlete que faz boas defesas pessoais e segurou bem a trama como a boa atriz que é, tendo todo um ar bem de senhora e chamando para si a responsabilidade do filme. Diria que as crianças foram bem sagazes nas entregas, com trejeitos bem colocados e dinâmicas que acabaram sendo bem graciosas, com Michel Felberg sendo o mais velho com um João mais medroso e tímido, a garota Luíza Salles já bem esperta e cheia de facetas para com sua Elis e o menorzinho Angelo Vital bem astuto e curioso trabalhando seu Davi pronto para encarar tudo que vier pela frente. Ainda tivemos Matheus Ceará forçando um pouco a barra com seu Pereba e Cleo pela primeira vez fazendo a filha de sua mãe numa produção, mas aparecendo em duas cenas praticamente.

Visualmente a equipe de arte arrumou um tremendo de um sítio, com uma casa ampla que poderiam até ter usado mais ambientes pelo tamanho, mostrando apenas o quarto das crianças, uma sala, o cômodo de cima cheio de troféus, fotos e aparatos de kung fu, mas do lado de fora uma floresta rica com balanço, lago e tudo mais que poderiam ter aproveitado mais para a caça ao tesouro, mas que funcionou bem dentro da proposta completa.

Enfim, é um filme lúdico, simples e que agrada de certa forma pela entrega completa, que talvez pudesse ter ido mais além, mas que não quiseram forçar tanto a barra, e assim saiu do estilo novelesco e facilmente não chega a ser cansativo de conferir, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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