Netflix - Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (Beverly Hills Cop: Axel F)

7/04/2024 01:22:00 AM |

Após assistir na Netflix, "Um Tira da Pesada 4: Axel Foley", você irá olhar pela janela e verá que não é mais nem o ano de 1984, nem 1994 quando tinha 20 propagandas atrapalhando sua Sessão da Tarde, mas você nem ligava para isso, pois o que queria era curtir um detetive policial maluco infringindo todas as leis possíveis para conseguir prender alguém no final desmantelando toda uma operação gigante, mas já que chegamos em 2024, eis que com 40 anos de estreia do primeiro filme, e 30 anos de estreia do último, conseguiram tirar a nostalgia completa desse público que não vê mais filmes policiais bem sacados como eram feitos antigamente, de tal forma que o longa pode ter até grandes defeitos em traquejos e exageros cênicos, mas uma coisa é inegável na trama, todos que conferirem irão se divertir muito, principalmente se você viu os demais, e mesmo que não se lembre dos personagens e das situações (o que é difícil, afinal naquela época nem víamos tantos longas, e repetíamos o mesmo diversas vezes), irá entrar rapidamente no clima e conseguirá vivenciar tudo na tela, afinal o ator é bom, a história é boa e o desenvolvimento funciona, o que é a perfeição no estilo.

A sinopse nos conta que o agora veterano detetive Axel Foley volta a se envolver em confusões pelas ruas de Los Angeles, sendo obrigado a solucionar um importante caso quando sua filha é ameaçada. Foley e ela se unem a um novo parceiro e aos antigos companheiros Billy Rosewood e John Taggart para acabar com uma conspiração, ao mesmo tempo em que pensa em passar o bastão para uma nova geração da polícia.

Uma coisa que tenho visto ultimamente é que alguns diretores estreantes tem procurado pegar tramas antigas para revigorar, e isso é interessante por mostrar de onde surgiu a vontade de se fazer cinema, e claro para acertar o coração dos velhinhos rabugentos que vivem presos no passado querendo ver mais de seus filmes prediletos, e aqui o jovem Mark Molloy iniciou com chave de ouro, pois soube transportar a essência dos filmes dos anos 80/90 para a tela, atualizando o mínimo possível de tudo para que nem parecesse ter passado todo esse tempo entre o último filme, mas claro mostrando o protagonista ainda insano, mesmo que não tenha mais toda a desenvoltura dos seus 20 e poucos anos. Ou seja, ele pegou um bom roteiro dinâmico e colocou para funcionar do melhor estilo, criando sacadas com tudo o que o protagonista fez no passado, conseguindo que velhos atores voltassem agora já meio que aposentados ou nem tanto, e criou a essência que gostávamos de ver nos filmes, que não precisa ser tudo certinho, o que importa é divertir e sair quebrando tudo que o orçamento tenha liberado, e assim não acredito que devam fazer mais um longa da franquia, mas ao menos não a destruíram, criando exatamente a versão que muitos esperaram anos para ver e até achavam que nunca sairia do papel.

Quanto das atuações, o próprio Eddie Murphy falou que não tem mais seus 20 anos de quando gravou o primeiro longa, mas ainda assim conseguiu transmitir o mesmo carisma e desenvoltura que seu Axel tinha quando mais novo, claro que agora com muito mais experiência, mas ainda causando grandes destruições, fora toda a entrega dele para o papel, sabendo se integrar bem com os demais atores antigos e novos, e cativando a trama para seguir em suas loucuras, ou seja, se jogou para seu papel mais antigo e deu muito certo. Não diria que Joseph Gordon-Levitt foi a melhor escolha para o papel de Bobby Abott, mas como ele é daqueles atores multifacetados, conseguiu dominar suas cenas, sendo criativo e com trejeitos bem encaixados, de modo que funcionou sem ser grandioso demais. Taylour Paige trabalhou bem sua Jane, mostrando bem o mundo das advogadas criminais cheias de postura, que não se rebaixam por quase nada, e conseguindo ter uma química de oposição bem trabalhada com o protagonista, ou seja, brincou também com seu jeito mais durão. Diria que Kevin Bacon até acertou bem no estilo de um vilão da franquia, e fez alguns trejeitos bem sacanas para que seu Grant fosse marcante, mas sua cena final ficou um pouco forçada demais, já que numa realidade não aconteceria daquela forma. Quanto aos demais, diria que foi bem bacana ver a volta dos atores que participaram dos demais filmes, como Paul Reiser com seu Jeffrey, Judge Reinhold com seu Rosewood, Josh Ashton com seu Taggart, e até Bronson Pinchot trouxe de volta seu Serge exagerado, ou seja, agradaram bastante e não foram apenas jogados na tela.

Visualmente a trama mostra claro toda uma Beverly Hills riquíssima, com carrões, pessoas de todos os estilos, mansões imponentes, e claro o protagonista destruindo o máximo em suas cenas de perseguições, desde um carro limpa neve em Detroit até um helicóptero voando baixíssimo, além de carros trombando e tudo mais, fora estátuas destruídas e claro muitas delegacias diferentes, e figurinos charmosos, ou seja, a equipe de arte pegou tudo o que já tinha no passado e apenas aumentou em proporções bem chamativas.

Outro ponto bem bacana da produção foi usar as trilhas sonoras antigas bem tradicionais, e também adaptar algumas músicas novas para o estilo da trama, de forma que qualquer pessoa que esteja passando perto da TV vai reconhecer que filme está passando na TV, e claro que deixo aqui o link para curtirem.

Enfim, é nostalgia pura misturada com um retorno triunfal de algo bem feito, que tem alguns defeitinhos aqui ou ali, mas que não incomodam, pois a maior parte funciona e diverte demais, então se você não viu nenhum dos outros três filmes (1984, 1987 e 1994) veja que vai ajudar a saber um pouco mais de tudo, além de serem ótimos filmes, mas se quiser ver esse solto dará para curtir como uma boa trama policial tradicional que não vai incomodar sem saber tudo do passado do policial. E é isso meus amigos, recomendo demais o longa, foi uma excelente estreia na plataforma de streaming, e fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.

PS: Raspei de dar a nota máxima para o longa, mas aí estaria exagerando e relevando os defeitos, e principalmente que quem nunca viu o longa talvez não ache tudo isso, então ficamos com um 9.


1 comentários:

Anônimo disse...

Cara, estava ansioso pela estreia.
É uma das minhas franquias favoritas e estou feliz de não terem estragado!
Revi umas semanas antes "Um tira de pesada 1" e o filme continua MUITO bom e engraçado. Envelheceu bem, o que é algo raro.

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...