Truque de Mestre: O Segundo Ato ( Now You See Me 2)

6/10/2016 01:22:00 AM |

Se tem algo que me deixa tenso no cinema é um filme que demore para engrenar, principalmente quando é um filme que vou com muita expectativa para assistir. E "Truque de Mestre - O Segundo Ato" demora demais para engrenar, fazendo com que já estivesse preparando quase um saco completo de pedras na mão para apenas reclamar do filme, quando novamente os Quatro Cavaleiros conseguiram um feito tão incrível no último ato da trama que ficamos de boca aberta com tudo o que nos é mostrado... e de uma maneira mais incrível ainda, assim como fizeram no primeiro longa, eles nos mostram como foi feita a mágica!!!! Ou seja, valeu cada minuto da expectativa que me deixaram esperando durante todos esses três anos, durante quase o filme inteiro e agora que me farão esperar até terminarem de gravar o próximo filme, pois todo grande truque possui três atos, e com certeza queremos muito mais!!!

O longa mostra que um ano após enganar o FBI, o grupo de mágicos, chamados de os Quatro Cavaleiros, ressurgem, apenas para encontrar-se cara a cara com um novo inimigo, que os força a realizar um assalto ainda mais perigoso.

De certo modo, a verdade é que não esperávamos ver o que nos foi mostrado em 2013 por Louis Leterrier no primeiro filme, pois era algo novo em termos de surpresas e dinâmicas, e é claro que após ser lançada na versão home-vídeo uma cena pós-credito que não entrou no longa no cinema, muitos já começaram a apostar como seria a continuação do filme e se realmente fariam outro longa. E após soltarem datas, a expectativa só foi aumentando, pois a cada nova notícia, tudo era mais mágico ainda, porém ao anunciarem Jon M. Chu ("G.I.Joe 2: Retaliação", "Justin Bieber's Believe") para a direção, ficamos com um pé atrás do que poderia ser feito, afinal o diretor até colocou boas dinâmicas nos seus filmes anteriores, mas nada que chegasse sequer perto do que havíamos visto em 2013. Pois bem, hoje posso falar o quanto ele foi mágico no que fez, pois além de pegar uma nova história (que nada tem a ver com o pós-crédito criado no passado), que conectasse bem a ideologia passada do filme anterior, e ainda desse muitas novidades, ele teve diversos problemas para resolver, primeiro com o elenco, pois teve que introduzir uma nova personagem dentro dos Cavaleiros e que isso ficasse bem colocado, afinal a protagonista Isla Fisher engravidou e não pode participar da continuação, segundo que como já conhecíamos cada um dos mágicos, suas habilidades não eram mais novidade para se ver, então como colocar mais mágicas na trama e ainda ter história para contar, e terceiro que qualquer mágica abaixo do que vimos no filme original acabaria simples demais e não nos enganaria tanto. Porém ele acabou tirando um grande feito da cartola, e arrebatou uma história completa no filme, nos envolvendo novamente com a ideologia do olho e tudo mais que tanto queríamos saber e ainda trabalhou todo um novo truque muito bem arquitetado para chocar num fechamento mais incrível ainda. E quando pensamos que o show tinha acabado, ele veio nos mostrar mais revelações bombásticas para o queixo ir ao chão e já ficarmos pedindo o terceiro para o quanto antes.

O elenco todo é muito coeso e interessante de ver na tela, e assim como a maioria já havia saído muito bem no primeiro filme, praticamente todos voltaram em forma para grandes truques interessantes com ótimas personalidades e acabaram chamando bastante atenção no que fizeram. Vou começar falando claro pelo nosso querido bruxinho que cresceu e não perdeu um pouco dos seus dotes mágicos, é claro que estou falando de Harry, ops Daniel Radcliffe que aqui teve uma grande participação na trama completa com seu Walter Mabry, pois muitos achavam que seria apenas uma pontinha, e dando um pequeno spoiler, ele é um dos vilões do longa, e como estávamos muito acostumados com ele sendo bonzinho sempre, é até estranho seus trejeitos de vilania, de modo que fez bem algumas expressões, mas parecia estar fora do eixo para chamar a atenção que poderia. Também tenho de falar de mais uma introdução no longa, antes de ir para os conhecidos, e é claro que tenho de pontuar o quão bem feita foi a entrada de Lizzy Caplan na trama, pois sua Lula teve ótima comicidade, soube dar um ritmo mais bem sacado para o grupo e não soou jogada, nem inventada como muitos acabariam fazendo para dar uma ajeitada em um papel improvisado, mas ainda tem muito o que melhorar para ser uma musa da magia como foi Isla Fisher no filme anterior. Jesse Eisenberg ficou um pouco mais contido com seu Daniel Atlas, o que diferenciou muito do  que fez no primeiro longa, e isso soou um pouco estranho de se ver, mas quando a ação realmente começou, mostrou seu show completo e agradou bastante, porém acredito que no terceiro filme terá um papel muito mais importante ainda para se ver, e veremos se irá honrar, afinal bom ator sabemos que ele é. Ainda estou esperando um filme solo de Jack Wilder, aonde Dave Franco vai detonar com muitos truques de rua e impressionar mais do que já fez outras vezes, pois aqui ele até foi bem encaixado nas mágicas, mas sabemos que o potencial do personagem é muito maior. Se no primeiro filme Mark Ruffalo foi até o final um policial que só corria atrás dos mágicos, e no final quebrou nossos queixos revelando que seu Dylan Rhodes era o grande nome por trás de tudo, nesse filme descobrimos mais ainda de onde vem sua raiva e motivos que teve para os atos do primeiro longa, afinal a história aqui começa mostrando o truque de seu pai, bem interpretado rapidamente por Richard Laing, e dessa forma Ruffalo teve de mostrar mais ação e expressões para que o filme ficasse sendo quase seu. A brincadeira que fizeram com a semelhança entre Woody Harrelson e Brick Patrick foi demais, pois isso já havíamos visto em outros filmes que muitas pessoas acabam confundindo se é o ator mais velho que está atuando, e aqui utilizaram essa ótima sacada para colocar Merritt McKinney de volta com sua boa hipnose e apresentar seu irmão gêmeo Chase McKinney, que não empolgou tanto sendo trapalhão demais, mas no geral as interações foram bem feitas. E claro que tenho de falar do grande mestre Morgan Freeman, que finalmente teve mais importância aqui do que no primeiro filme com seu Thaddeus Bradley e trabalhou bem como sempre dando seus trejeitos clássicos e envolvendo bem na história tanto na parte do passado quanto na atual, ou seja, sempre vai fazer bem qualquer papel que lhe for dado. Tivemos ainda a boa participação de Michael Caine voltando com seu papel de Arthur Tressler, e também a introdução de dois novos atores que talvez reapareçam no próximo filme, afinal saíram bem no que fizeram Jay Chou como Li e Tsai Chin como Bu Bu, veremos se arrumam algo. Agora a decepção ficou por conta do elenco policial da trama, pois diferente da grande sacada do primeiro filme com Ruffalo, David Warshofsky e Sanaa Lathan apareceram pouco e fizeram menos ainda com seus personagens Cowan e Natalie.

Tirando a grande sequência de mágicas finais e uma mágica com cartas no miolo, a trama foi mais contida nos gastos visuais para criar todo um trabalhoso e chamativo cenário, como ocorreu no primeiro filme, mas isso não é de fato algo que não podemos falar que houve falhas, pois tudo foi muito bem ambientado em Londres nas cenas finais, e em Macau durante a maior parte do filme, funcionando bem como a Vegas asiática para o show de mágicas, e claro que o diretor foi sábio em trabalhar no seu território para facilitar as coisas. Desse modo, tivemos bons elementos cênicos que funcionaram bem no encaixe completo da trama, mas nada que surpreendesse e colocasse um ponto mágico realmente no filme, e sendo assim, a primeira metade foi história demais e usaram poucos elementos para representar isso, mas na segunda metade, aí sim vimos o show que tanto esperávamos e aí a equipe não economizou recursos para dar visual, iluminação, e claro, muita magia do cinema e dá mágica para ser explicada depois. Ou seja, fizeram tudo dentro de um bom contexto, trabalhando aos poucos para que o gran finalle fosse perfeito.

Enfim, é uma trama bem feita e muito interessante que conseguiu atender as expectativas criadas, claro que inicialmente parecia que teríamos um longa extremamente cansativo, mas foi crescendo na segunda metade, culminando em queixos caídos e muita vibração com o trabalho completo do fechamento. Ou seja, perfeito demais, que mesmo com muitos defeitos não posso deixar de beirar a nota máxima, mas sendo honesto com o começo enrolado demais vou remover um coelhinho da nota. Agora o jeito é esperar anunciarem a nova data para vermos se não vão precisar inventar muita história e o show funcione do começo ao fim, mas uma coisa é certa, recomendo demais esse filme, e irei rever assim que arrumar uma brecha nos horários. Fico por aqui agora, mas volto em breve com o texto do outro longa que vi hoje também, então abraços e até amanhã com mais textos.

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